Ecologistas advertem para vantagens da reciclagem de sucata eletrônica
Reciclagem de celulares e computadores pode ser fonte de riqueza nos países em desenvolvimento. Organizações ecologistas chamam a atenção para as drásticas consequências do acúmulo de lixo eletrônico no meio ambiente.
O tempo de vida útil de um celular é muito curto. Cada ano, milhões de consumidores trocam seus aparelhos por modelos mais modernos. Em 2008, foram vendidos 1,2 bilhão de celulares e quase 300 milhões de computadores em todo o mundo. O espaço de tempo entre os novos lançamentos é cada vez mais curto, a indústria oferece aparelhos cada vez mais rápidos e versáteis.
Mas o que acontece com os aparelhos eletrônicos quando deixam de funcionar ou são trocados por um produto novo? Muitos terminam no lixo, mesmo ainda podendo servir como fonte de recursos.
Celulares velhos podem valer muito dinheiro: dentro da carcaça plástica estão pequenos elementos eletrônicos feitos de materiais valiosos, como cobre, ouro e outros raros, como o irídio e o cobalto.
Reciclagem de aparelhos eletrônicos
É tudo uma questão de reutilização. Em alguns países industrializados, há iniciativas para evitar que estes materiais valiosos terminem no lixo. Na Alemanha, por exemplo, há oito anos a organização ecologista alemã Deutsche Umwelthilfe deu vida a um projeto de reciclagem e, em cooperação com a empresa de comunicação T-Mobile, recolhe celulares usados. Os aparelhos são enviados gratuitamente e reciclados. Para cada aparelho, a ONG ambientalista recebe 3 euros, que são destinados a projetos ecológicos.
"Materiais como coltan e irídio são muito escassos no mundo", explica Steffen Holzmann, responsável pelo projeto Eco-TI da Deutsche Umwelthilfe. "Por isso, tentamos fechar o ciclo de recursos para poder satisfazer a demanda em longo prazo. Não se pode abusar destes materiais como se fossem artigos descartáveis", alerta.
Por serem raros, os materiais contidos em equipamentos de alta tecnologia são verdadeiros tesouros. Um exemplo: para obter um barril de cobre, é preciso processar mil toneladas de rochas. A mesma quantidade de cobre se encontra em 14 toneladas de sucata eletrônica.
Também a Suécia é pioneira na reciclagem eletrônica. Há vários anos, o país reaproveita os materiais de celulares e computadores velhos. Segundo os cálculos de uma organização sueca, de uma tonelada de celulares pode-se obter um quilo de prata e 300 gramas de ouro.
Depósitos vão crescer
Não só a reciclagem de materiais raros é preocupação dos ambientalistas, também a contenção das montanhas de lixo. A dimensão desta problemática foi demonstrada há pouco tempo, quando Uganda proibiu a importação de computadores usados. Pelo fato de não dispor de um sistema de reciclagem, o lixo eletrônico e químico simplesmente era jogado nos aterros sanitários.
Onesmus Muhwezi, do departamento de Meio Ambiente da capital, Kampala, faz medições regulares e conta que a contaminação do solo com metais pesados é enorme: "Os dados são alarmantes. A concentração de ferro não deveria ultrapassar 10 miligramas por litro, mas na realidade ela é de 77 miligramas. Também o valor do chumbo no solo é muito alto: ele deveria ser de 0,1, mas na realidade é 1,4. Muitos dos metais pesados contidos no lixo eletrônico são considerados causadores de câncer.
Enquanto nos países industrializados a prática de reciclar objetos eletrônicos está se expandindo crescentemente, a maioria dos países em desenvolvimento não tem nem tecnologia nem infra-estrutura para eliminar estes materiais de forma inofensiva ao meio ambiente.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Reciclagem de lixo eletrônico em Berlim
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), até 2020 a quantidade de lixo eletrônico na Índia vai quintuplicar em comparação ao ano de 2007, enquanto na África do Sul e na China sua quantidade vai quadruplicar. Alertadas pelo problema, muitas organizações ambientalistas reivindicam dos fabricantes de aparelhos eletrônicos uma garantia internacional de recolhimento gratuito e reciclarem.
Autora: Helle Jeppesen (DD)
Revisão: Roselaine Wandscheer
Reciclagem de celulares e computadores pode ser fonte de riqueza nos países em desenvolvimento. Organizações ecologistas chamam a atenção para as drásticas consequências do acúmulo de lixo eletrônico no meio ambiente.
O tempo de vida útil de um celular é muito curto. Cada ano, milhões de consumidores trocam seus aparelhos por modelos mais modernos. Em 2008, foram vendidos 1,2 bilhão de celulares e quase 300 milhões de computadores em todo o mundo. O espaço de tempo entre os novos lançamentos é cada vez mais curto, a indústria oferece aparelhos cada vez mais rápidos e versáteis.
Mas o que acontece com os aparelhos eletrônicos quando deixam de funcionar ou são trocados por um produto novo? Muitos terminam no lixo, mesmo ainda podendo servir como fonte de recursos.
Celulares velhos podem valer muito dinheiro: dentro da carcaça plástica estão pequenos elementos eletrônicos feitos de materiais valiosos, como cobre, ouro e outros raros, como o irídio e o cobalto.
Reciclagem de aparelhos eletrônicos
É tudo uma questão de reutilização. Em alguns países industrializados, há iniciativas para evitar que estes materiais valiosos terminem no lixo. Na Alemanha, por exemplo, há oito anos a organização ecologista alemã Deutsche Umwelthilfe deu vida a um projeto de reciclagem e, em cooperação com a empresa de comunicação T-Mobile, recolhe celulares usados. Os aparelhos são enviados gratuitamente e reciclados. Para cada aparelho, a ONG ambientalista recebe 3 euros, que são destinados a projetos ecológicos.
"Materiais como coltan e irídio são muito escassos no mundo", explica Steffen Holzmann, responsável pelo projeto Eco-TI da Deutsche Umwelthilfe. "Por isso, tentamos fechar o ciclo de recursos para poder satisfazer a demanda em longo prazo. Não se pode abusar destes materiais como se fossem artigos descartáveis", alerta.
Por serem raros, os materiais contidos em equipamentos de alta tecnologia são verdadeiros tesouros. Um exemplo: para obter um barril de cobre, é preciso processar mil toneladas de rochas. A mesma quantidade de cobre se encontra em 14 toneladas de sucata eletrônica.
Também a Suécia é pioneira na reciclagem eletrônica. Há vários anos, o país reaproveita os materiais de celulares e computadores velhos. Segundo os cálculos de uma organização sueca, de uma tonelada de celulares pode-se obter um quilo de prata e 300 gramas de ouro.
Depósitos vão crescer
Não só a reciclagem de materiais raros é preocupação dos ambientalistas, também a contenção das montanhas de lixo. A dimensão desta problemática foi demonstrada há pouco tempo, quando Uganda proibiu a importação de computadores usados. Pelo fato de não dispor de um sistema de reciclagem, o lixo eletrônico e químico simplesmente era jogado nos aterros sanitários.
Onesmus Muhwezi, do departamento de Meio Ambiente da capital, Kampala, faz medições regulares e conta que a contaminação do solo com metais pesados é enorme: "Os dados são alarmantes. A concentração de ferro não deveria ultrapassar 10 miligramas por litro, mas na realidade ela é de 77 miligramas. Também o valor do chumbo no solo é muito alto: ele deveria ser de 0,1, mas na realidade é 1,4. Muitos dos metais pesados contidos no lixo eletrônico são considerados causadores de câncer.
Enquanto nos países industrializados a prática de reciclar objetos eletrônicos está se expandindo crescentemente, a maioria dos países em desenvolvimento não tem nem tecnologia nem infra-estrutura para eliminar estes materiais de forma inofensiva ao meio ambiente.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Reciclagem de lixo eletrônico em Berlim
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), até 2020 a quantidade de lixo eletrônico na Índia vai quintuplicar em comparação ao ano de 2007, enquanto na África do Sul e na China sua quantidade vai quadruplicar. Alertadas pelo problema, muitas organizações ambientalistas reivindicam dos fabricantes de aparelhos eletrônicos uma garantia internacional de recolhimento gratuito e reciclarem.
Autora: Helle Jeppesen (DD)
Revisão: Roselaine Wandscheer
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