NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

domingo, 19 de setembro de 2010

Detalhamento das notícias do domingo

Nova enquete - A imprensa e a sucessão
Resultado da enquete anterior: Você acha que Serra ainda poderá virar o jogo e se eleger presidente?
* Acho - 48.07%
* Não acho - 45.78%
* Talvez - 5.57%
* Não sei - 0.58%

entrevista: Se eleitas...
Quem apoia o aborto? Como combater os índices brutais da mortalidade materna? Violência juvenil se combate com mais violência e punição mais rigorosa? O que será do ensino médio? Quando crianças de 4 a 5 anos terão uma pré-escola de verdade?
A meta de Dilma, se eleita, é “implantar a educação integral em 32 mil escolas até 2014”. Marina, por sua vez, enfatiza que não fala em escola em tempo integral, mas promete se eleita, “uma educação integral no conceito amplo de integrar diferentes dimensões do ser humano: afetiva, cognitiva e física”.
As candidatas mulheres responderam uma dezena de perguntas sobre como o Estado brasileiro vai cuidar de crianças e adolescentes. Se eleitas...
Fosse este um texto com tentações à perversidade, diria que o candidato homem abandonou o lar, não liga para os filhos. É que o candidato homem não participou, não respondeu.
A entrevista virtual (perguntas e respostas por e-mail) foi realizada por nove jornalistas convidados pela ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ONG da qual sou vice-presidente) e pela revista Ideal Comunitário – publicação trimestral do Instituto Camargo Corrêa que está em sua décima primeira edição e tem grande prestígio no chamado Terceiro Setor.
Marina afirma na entrevista que, se eleita, “pode condicionar a liberação de determinados recursos da União ao crescimento dos investimentos de estados e municípios em ações de proteção à infância e adolescência”. Projetos efetivos de estruturação dos Conselhos Tutelares, por exemplo, seriam valorizados em um eventual governo seu.
É tema essencial. Não há como negar que houve, durante o governo Lula, grande avanço quantitativo no que se refere à instalação de Conselhos Tutelares nos municípios, como obriga a lei. Atualmente, são 5.772 conselhos, 24% a mais que em 2006, segundo pesquisa da ANDI. Dilma quer universalizar a presença de Conselhos nos municípios e lograr qualidade de funcionamento ampliando as chamadas Escolas de Conselhos (hoje em 21 estados) e o ensino à distância (parceria já existente com UnB e Fundação Oswaldo Cruz).
Quem chegar ao Palácio deve mesmo colocar atenção na questão dos conselhos. Outros estudos apontam que se há crescimento de conselhos instalados há também uma precarização da estrutura desses órgãos.
Os nove repórteres que formularam perguntas (todos de grandes meios nacionais ou regionais – ver adiante) são parte de uma rede - animada pela ANDI e patrocinada pela Petrobras - que há dez anos reconhece profissionais de imprensa como Jornalistas Amigos da Criança (hoje são 346). Em 1997, membros dessa rede entrevistaram o então presidente Fernando Henrique; em 2004 foi a vez de Lula. Sempre entrevistas presenciais, com presidente já em mandato. Desta vez, com os candidatos. Ou melhor, com as candidatas.
Dilma garante que, se eleita, vai financiar “a criação de 6 mil creches em quatro anos, proporcionar aumento da taxa de frequência e a universalização do atendimento em pré-escola na faixa etária de 4 a 5 anos”. Os recursos, diz Dilma na entrevista, estão garantidos pelo PAC2.
Geraldinho Vieira é jornalista.

artigo: O grande satã
Desde o escândalo do mensalão, habilmente transformado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em caixa 2, e, pouco depois, em uma trama das elites preconceituosas, o script adotado pelo lulo-petismo para livrar-se dos crimes que comete é sempre igual.
De início, nega-se a denúncia ou alega-se ignorância, o tal “eu não sabia”. Na cena seguinte, se coletiviza o delito: “afinal todo mundo faz”. Em seguida, garante-se a apuração rápida e a punição exemplar que, dita com o tom de “doa a quem doer”, nunca vem. E entregam-se cabeças quando a barra pesa.
É sempre assim, nunca muda. Mas nada é tão recorrente quanto jogar a culpa dos malfeitos na mídia.
Do filme de 2004 que expõe o ato de extorsão de Waldomiro Diniz às denúncias das propinas mensais regiamente ofertadas a parlamentares, feitas pelo então aliado Roberto Jefferson (PTB), tudo de ruim que acontece no seio do governo Lula foi e é engendrado pela grande imprensa.
Esse satã cuja única missão é impedir a eleição de Dilma Rousseff já no primeiro turno, ferindo o brilho do grand finale de Lula, o presidente mais popular que o país já teve.
Sendo assim, é da imprensa a responsabilidade da quebra do sigilo fiscal de milhares de brasileiros, entre eles os de familiares do candidato da oposição.
Como já era puro golpismo jornalístico a existência do caseiro Francenildo, arrombado em seu sigilo bancário por asseclas do então ministro Antônio Palloci, hoje um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff. É também obra dos jornalistas anti-Lula as tramoias dos filhos da recém defenestrada ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Como a desfaçatez não tem mesmo limites, a grande imprensa é o mal em si só quando a conveniência assim o dita. E enche-se de credibilidade quando é para mostrar os feitos do governo.
Chega a ser patético ver os mesmos que criticam a mídia aplaudir o programa eleitoral de Dilma na TV. Ali, usa-se e abusa-se das manchetes do Estadão e da expressamente odiada Folha de S. Paulo, jornal que inspirou dilmistas digitais a fazerem pelo menos dois grandes movimentos orquestrados no twitter. Ainda que bem humorada, a mobilização “#meentrevistafolha” tem um só objetivo: tentar ridicularizar o jornal.
Há de se perguntar por que os marqueteiros da candidata oficial preferem usar manchetes da Folha às dos blogs governistas que se auto-entitulam como progressistas. Ou por que o coordenador da campanha de Dilma e assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Lula, Marco Aurélio Garcia, prefere bradar raivosamente que a grande imprensa não deu bola para as denúncias da revista Carta Capital ao invés de usá-las.
Se a denúncia é quente, tem lastro e a revista tem crédito, por que não incluí-la nos mais de 10 minutos de horário gratuito que a candidata oficial tem na TV, corrigindo assim a danada da imprensa golpista?
Não o fazem porque não há lógica alguma que sustente o discurso da demonização da mídia. É só uma boa brincadeirinha que serve aos companheiros pagos e de cola para os militantes crédulos. Um falatório barato para dizer que a maléfica grande imprensa está a serviço de alguma força oculta, etérea, que o governo Lula adora chamar de elite.
Mas que elite? Emissoras de TV e de rádio, jornais e revistas de circulação nacional estariam, todas eles, conspirando contra o presidente? Agiriam contra Lula e sua candidata – que bate recorde atrás de recorde na arrecadação de campanha - os bancos, os grandes investidores estrangeiros e nacionais que se deliciam com as benesses do governo, nunca antes tão fartas?
Quais seriam mesmo as forças retrógadas a apoiar os jornalões e a grande imprensa, se os Sarneys, Collors e Jaders estão todos com Lula? Quais e quem seriam os beneficiários de uma derrota de Dilma?
Onde está esta gente tão poderosa que consegue financiar toda a mídia e ao mesmo tempo é tão incompetente que não é capaz de convencer mais de 4%?
A história não se faz em um mandato ou dois, muito menos em uma eleição. Mais cedo ou mais tarde corpos boiam, crimes aparecem, máscaras caem. Afinal, como consagrou com toda a sapiência o presidente norte-americano Abraham Lincoln “pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos todo o tempo".
Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes comunicação e Imprensa


"Convite de Álvaro Dias nem pra cafezinho", diz Dilma... Camila Campanerut, UOL Eleições
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou na manhã deste domingo (19) que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) está tentando “tumultuar as eleições” com “factoides” ao convidá-la para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. “Isso não é um convite, é uma tentativa de se criar um factoide. Convite do Álvaro Dias eu não aceito nem pra cafezinho”, disse a presidenciável.
Dilma definiu como “estranha” reportagem da última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira (17), segundo a qual servidores da Casa Civil teriam recebido propina após o Ministério da Saúde adquirir, em 2009, um grande lote do remédio Tamiflu, usado para combater a gripe A H1N1. A petista repetiu as informações dadas ontem (18) pelo Ministério da Saúde em nota oficial, em que rechaça as denúncias da publicação.
Dilma também negou ter responsabilidade sobre a suposta participação de Vinicius Castro, ex-assessor jurídico da Casa Civil, no caso. “Eu não nomeei este senhor. Ele era de confiança dela [referindo-se à ex-ministra Erenice Guerra], não da minha. E não farei julgamentos desta questão antes de os fatos serem apurados”.
Leia mais em "Convite de Alvaro Dias nem pra cafezinho", diz Dilma

Deu em O Globo: Cadê o programa?... Ilimar Franco
A candidata Dilma Rousseff (PT) pode ganhar as eleições no primeiro turno, mas até agora não apresentou aos eleitores a sua proposta de programa de governo. Sua campanha se limita a informar, no horário de propaganda na TV, algumas metas que pretende atingir.
Desde a redemocratização, é a primeira vez que um candidato, em vias de ganhar a eleição, não submete aos eleitores às cláusulas do contrato para dirigir o país.
“Nunca”. Foi essa a palavra usada pelo coordenador de programa de governo de Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia, ao ser perguntado quando tornarão pública a proposta da petista. E acrescentou: “Está saindo alguma coisa na TV”.
O representante do PMDB na comissão do programa, Moreira Franco, justifica: “Não há ambiente para debate de ideias. A estratégia da oposição impede a discussão sobre o futuro, é denúncia e mais denúncia”. E explica que isso não é novidade. Na eleição de 1955, por causa desse clima, o presidente Juscelino Kubitschek só apresentou seu plano de metas depois de eleito.

Deu na Folha de S. Paulo: Se arrependimento matasse... Renata Lo Prete
A notícia de que o consultor Rubnei Quícoli ameaçou os envolvidos no esquema de tráfico de influência que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil deixou Lula especialmente contrariado.
Para o presidente, a opção por não denunciar a chantagem seria indicativa de que o filho de Erenice e seus parceiros teriam culpa no cartório.
Em privado, Lula manifesta a opinião de que os familiares "comprometeram" Erenice. Diz ainda que, quando a história veio à tona, todos os atos dela foram ao sentido de proteger o filho, Israel Guerra, e os demais envolvidos.
Para completar, o presidente não esconde mais o arrependimento por ter cedido aos apelos de Dilma Rousseff e nomeado Erenice para substituí-la na Casa Civil. Se tivesse escolhido no final de março alguém da confiança dele, acha que nada disso teria acontecido.

Deu no Correio Braziliense: A onda de denúncias... De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Por uma coincidência extraordinária, denúncias pipocam a toda hora nestes últimos dias de campanha eleitoral. Faltando duas semanas para a eleição do sucessor ou, pelo que parece da sucessora de Lula, falar delas se tornou uma verdadeira obsessão para nossa grande imprensa.
Se contarmos o tempo transcorrido desde quando surgiu o “escândalo da Receita”, já faz quase um mês que os grandes jornais de São Paulo e Rio, as maiores revistas de informação e o noticiário da principal emissora de televisão dão cobertura máxima a denúncias de vários tipos contra Dilma, sua campanha, o PT e o governo Lula.
O caso da Receita e o mais recente, envolvendo o filho da ex-ministra Erenice Guerra, receberam a atenção de todos. Outros, como a bombástica revelação que uma “falha” de Dilma redundara em prejuízo de R$ 1 bilhão aos consumidores de energia elétrica, ficaram reduzidos ao esforço isolado de um veículo. Como ninguém a levou a sério (sequer o jornal que a havia patrocinado), foi logo esquecida.
Essa disposição para denunciar não atinge o universo da imprensa. Brasil afora, jornais e revistas regionais e estaduais mostram-se menos dispostos a fazer coro com os “grandes”. O mesmo vale na mídia eletrônica, onde o tom escandaloso não é o padrão de todas.
É curioso, mas nenhuma dessas denúncias nasceu na internet, contrariando tendência cada vez mais comum em outros países. Lá, é nos blogs e sites independentes que coisas assim começam e têm seu curso, muitas vezes enfrentando a inércia da mídia tradicional. Aqui, ao contrário, são os jornalões e os grupos de comunicação mais poderosos os mais afoitos na apresentação e apuração de denúncias.
Não se discute se são falsas ou verdadeiras. É certo que algumas, como o “escândalo da eletricidade”, são apenas bobagens. Outras são importantes e produzem consequências reais, como a que levou à saída de Erenice.
Existem as que estavam na geladeira, ao que parece aguardando um “bom momento” para vir à tona, como o “escândalo da Receita”. E há as que, aparentemente, apenas coincidiram com outras, como o “escândalo do caseiro”, que ressurgiu das cinzas agora que a Caixa Econômica foi condenada a indenizar a vítima.
Também não se discute o que fazer nos casos em que há suspeita fundamentada ou confirmação de que alguma irregularidade foi praticada. Partindo da premissa de que somos um país sério e que as instituições funcionam, qualquer denúncia com verossimilhança precisa ser apurada e os culpados punidos. Aliás, todas estão sendo acompanhada pelo Ministério Público, a Polícia Federal e a própria imprensas.
Mas só a velhinha de Taubaté acredita que a coincidência de tantos “escândalos” é obra do acaso. A onda nasceu em tal momento que é impossível não desconfiar que exista intencionalidade por trás dela.
Os segmentos na sociedade e na mídia insatisfeitos com a possibilidade de vitória de Dilma aguardavam ansioso o começo da propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Sabe-se lá de onde, imaginavam que Serra reagiria a partir de 17 de agosto e que conseguiria reverter suas perspectivas muito desfavoráveis.
Não viam que o mais provável era o oposto, que Dilma crescesse quando Lula chegasse à televisão. Como resultado de mais um dos equívocos que cometeram na avaliação das eleições, se surpreenderam quando a vantagem da candidata do PT rapidamente aumentou.
Foi de repente, quando a decepção com a performance de Serra e o susto com o bom desempenho de Dilma se generalizaram, que começamos a ter uma denúncia atrás da outra. A temporada de escândalos teve sua largada na última semana de agosto, quando saíram as primeiras pesquisas públicas feitas após o inicio do horário gratuito, mostrando que a diferença entre eles passava de 20 pontos.
De lá para cá, nada mudou nas intenções de voto. Alguns comentaristas procuram indícios de oscilações, com lupas esperançosas, ansiosos para encontrar sinais de que tanto barulho produza efeitos. Até agora, nada.
Chega a ser engraçado, mas há países em que se proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais nos 30 dias que antecedem uma eleição. Tudo para não perturbar as pessoas na fase da campanha em que deveriam pensar mais. Eles acham que ninguém deveria interferir nesse momento de recolhimento e reflexão.
É por que não conhecem o que é capaz de fazer (ou de tentar fazer) nossa “grande imprensa”.

Deu em O Globo: Companheira Dilma, comissária Rousseff... Elio Gaspari
Segundo a superstição petista, Dilma Rousseff é uma executiva altamente qualificada. Que seja. Ela teve uma loja de cacarecos panamenhos chamada "Pão e Circo", no centro comercial Olaria, em Porto Alegre, mas a aventura durou 17 meses.
Fora daí, seu currículo ficou na barra da saia da viúva. Nele, embutiu um doutorado pela Unicamp que nunca foi concluído, mas deixou de mencionar sua única, banal e pitoresca passagem pela atividade privada.
Nomeada ministra de Minas e Energia, por Nosso Guia, assistiu ao loteamento de sua pasta e à ida do engenheiro Silas Rondeau para a presidência da Eletronorte.
Qualificava-se com títulos da Universidade Sarney, onde teve como orientador o eletrizante empresário Fernando, filho do ex-presidente.
Em 2004, a ministra fritou o presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, engenheiro nuclear, doutor pela UFRJ, com passagens por sete universidades estrangeiras.
Para o seu lugar, turbinou Rondeau, que acabou substituindo-a no ministério. Em maio de 2007, um assistente do doutor foi preso pela Operação Navalha. Acusado pela Polícia Federal de ter recebido R$ 100 mil de uma empreiteira, Rondeau deixou o cargo. Denunciado por gestão fraudulenta e corrupção passiva, ele se tornou o sétimo ministro de Nosso Guia apanhado pelo Ministério Público.
Rondeau subiu na vida por conta da aliança política com José Sarney, Erenice foi para a Casa Civil com credenciais típicas do comissariado: a fidelidade ao aparelho petista e à comissária Rousseff. Juntas, deixaram as impressões digitais no episódio da montagem de um dossiê com as despesas de Fernando Henrique Cardoso no Alvorada.
(Há dias, um cálculo da Rede Guerra de Trabalho e Emprego informava que, em 15 anos, Erenice, seus três irmãos e dois filhos passaram por pelo menos 14 cargos. Há mais: foi pelo menos 17, distribuídos pelos setores de urbanismo, educação, saúde, transportes, segurança, energia, planejamento e pela burocracia legislativa. Israel, filho da doutora, tinha uma boquinha na Terracap e José Euricélio, irmão dela, bicou na editora da Universidade de Brasília e estava na teta da Novacap.)

Deu em O Globo: O pós-eleição... Merval Pereira
Na expectativa de que as próximas pesquisas eleitorais registrem alterações na definição do eleitorado que permitam a esperança de um segundo turno, os principais líderes do PSDB vivem uma situação paradoxal. Gostariam de ir para o segundo turno para manter a polarização com o PT, mas não acreditam que seja possível vencer.
Até porque, admite, Serra teria que mudar totalmente os rumos da campanha, e não acreditam que ele se disporá a isso.
Ao contrário, se convencerá de que a estratégia do marqueteiro Luiz Gonzales estava correta.
Caso a hipótese de um segundo turno se concretize, é previsível que haja no PSDB um movimento para uma comissão partidária assumir o comando da campanha, o que pode gerar uma crise.
Há também um problema factual: se chegar ao segundo turno mais devido à subida de Marina Silva do que por sua própria força, Serra estará fadado a perder para Dilma a maior parte do eleitorado que escolheu a candidata do Partido Verde no primeiro turno.
Do ponto de vista do militante tucano, chegar ao segundo turno é o objetivo estratégico para manter-se uma referência da oposição.
Mas para ganhar a eleição da candidata de Lula, a maior chance estaria com Marina Silva, desde que ela mostrasse nessa reta final da eleição capacidade de crescer tirando votos tanto de Dilma quanto de Serra, superando o tucano.
A mais recente pesquisa Datafolha mostra Marina subindo tirando votos de Serra e dos indecisos, mas sem alterar a posição de Dilma, o que não levaria ao segundo turno.
A campanha de Serra pode se deparar com um problema a mais: nas condições políticas atuais, o voto útil em Marina pode vir a se transformar em uma arma mais efetiva para derrotar o lulismo do que o voto em Serra.
Hoje, nas grandes cidades, há um movimento pró-Marina que pode provocar uma “onda verde” na reta final da eleição.
A estratégia que Serra tentou no início da campanha, de não encarnar o candidato anti-Lula, na esperança de que o eleitorado lulista o considerasse uma alternativa, Marina utiliza com mais naturalidade.
Tendo uma história de vida inteira dentro do PT e tendo sido ministra do Meio-Ambiente na maior parte do governo Lula, a candidata “verde” tem legitimidade para criticar o governo Lula sem se colocar como dissidente.
Por isso ela evitou durante toda a campanha fazer críticas diretas ao presidente Lula ou à candidata Dilma Rousseff, sem culpá-los pela sua saída do ministério.
O que parece a muitos uma fragilidade de sua campanha, pode ser o justo equilíbrio para levá-la a se tornar a opção do eleitor petista que esteja eventualmente desgostoso com os rumos que o governo vem tomando.
A situação de Serra, por outro lado, continuará bastante difícil mesmo que vá para o segundo turno.
Se não houver mudanças significativas difíceis de se enxergar no momento, ele chegará lá, pelo que as pesquisas estão mostrando, com menos votos do que o candidato tucano Geraldo Alckmin teve em 2006.
Dificilmente atingirá os 42% de votos válidos que o candidato do PSDB obteve naquela eleição, o que o enfraquece como candidato e também dentro do próprio partido.
O presidente Lula, em entrevista ao site IG, comparou mais uma vez a situação de Serra à dele em 1994 e 1998, quando disputou a eleição e perdeu no primeiro turno para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
“Eu lembro o que era dificuldade em fazer discurso em 1994. Sabe, o Real bombando e eu tentando me esgoelar contra o Real. Eu fiquei muito tempo com a imagem de uma propaganda de um pãozinho que aparecia caído num prato assim, que o preço era nove centavos. Era mortal aquela propaganda”, lembrou.
Na reeleição, Lula também se defrontou com a vontade do eleitorado de manter a continuidade do Plano Real, e mais uma vez perdeu a eleição no primeiro turno, mesmo com a economia já dando sinais de que não ia bem e que o Real teria que ser desvalorizado.
“Bem, eu acho que o Serra está vivendo esse drama. Ou seja, nós temos de nos conformar e esperar outra oportunidade. Eu tive paciência de esperar. Eu tinha menos idade do que o Serra tem hoje. Então, é duro”, comentou Lula.

Música do dia: Paulinho da Viola - Foi um rio que passou em minha vida
“A marca dos meus desenganos Ficou, ficou. Só um amor pode apagar... Porém! Ai, porém!...”
Os versos acima fazem parte de um trecho da melodia de hoje que estourou nas paradas de todo o país em 1970 e projetou o cantor Paulinho da Viola nacionalmente.
Filho do violonista Cesar Faria, integrante do lendário conjunto de choro Época de Ouro, Paulinho da Viola nasceu no Rio de Janeiro, em 1942.
Desde criança teve contato com a música acompanhando o pai nos ensaios onde conheceu músicos renomados como Jacob do Bandolim, Pixinguinha, entre outras feras.
Além de manter contato com vários poetas, passou parte da juventude frequentando a casa da tia Trindade, no bairro de Vila Valqueire, onde pulou vários carnavais e adquiriu uma experiência rítmica que faz parte da formação como sambista.
Apesar do dom pela música, o primeiro emprego, aos 19 anos, foi numa agência bancária, no centro do Rio.
Da amizade com o poeta Hermínio Bello de Carvalho surgem as primeiras composições: Duvide-o-dó, gravada por Isaurinha Garcia anos depois e regravada recentemente no disco Sinal Aberto, com Toquinho; e a Valsa da Solidão.
Não demorou e em 1965, Paulinho lança o primeiro álbum com o nome Rosa de Ouro.
De lá para cá, mais de 20 discos foram lançados, todos marcados pelo samba, choro e experimentações.
Ouça Foi um rio que passou em minha vida com Paulinho da Viola

Caso Erenice-Procurador vê indício de tráfico de influência: O Globo
O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, pedirá abertura de investigação nos contratos de compra do Tamiflu (medicamento contra a gripe suína), porque considera que as denúncias são graves e precisam ser apuradas.
Marsico vê indícios de tráfico de influência. A investigação da denúncia feita pela revista "Veja" ficará a cargo da Polícia Federal e do TCU.
- Pela sucessão de indícios, observamos que há realmente tráfico de influência. É difícil que cada fato desses seja apenas uma mera coincidência - afirmou o procurador ao "Jornal Nacional", da TV Globo.
Segundo a revista, funcionários da Casa Civil teriam recebido, em 2009, propina pelo contrato emergencial de compra do Tamiflu. Entre os funcionários, estaria Vinicius de Oliveira Castro, apontado como sócio de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra.
A denúncia, segundo a revista, partiu de Marco Antônio Oliveira, tio de Vinícius, e ex-diretor dos Correios, demitido do cargo por Erenice. A declaração de Marco Antônio foi gravada, de acordo com a revista.
Neste sábado, os ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) negaram qualquer irregularidade na compra do Tamiflu.

Para conquistar eleitores, promessas mirabolantes: Carolina Benevides e Henrique Gomes Batista, O Globo
Caras e inviáveis. Assim especialistas classificaram as principais promessas dos candidatos à Presidência.
O GLOBO levantou o custo para tirar do papel algumas das propostas apresentadas na campanha, e os números são exorbitantes. Os valores superam em muitas vezes, por exemplo, o dinheiro necessário para a construção do trem-bala (R$ 34 bilhões) ou o orçamento anual da educação (R$ 56 bilhões).
E, mesmo que não falte dinheiro, não há projetos, licenciamento ambiental e tempo para transformar em realidade algumas das promessas nos quatro anos do próximo mandato.
Dez medidas anunciadas por Dilma Rousseff (PT), por exemplo, custariam R$ 287,8 bilhões em quatro anos de governo, o que representa dez vezes mais o que o governo investiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2009.
Para cumprir a mesma quantidade de promessas de José Serra (PSDB), o custo seria de R$ 206 bilhões no período, ou quatro vezes o orçamento do ano passado da saúde (R$ 72,9 bilhões).
E apenas três promessas de Marina Silva (PV) demandariam R$ 238 bilhões, somente com custeio, o que equivale a aproximadamente 8% de tudo o que é produzido no Brasil em um ano.
As promessas analisadas foram escolhidas do Promessômetro (www.oglobo.com.br/eleicoes2010), onde os internautas votam nas promessas feitas pelos presidenciáveis e só descobrem depois de votar quem assumiu tal compromisso.
É possível aprovar ou rejeitar as propostas, e, ao todo, desde o começo da campanha, 14.428 leitores já participaram.
Para calcular os custos dessas propostas, foram utilizados os valores divulgados pelos candidatos. Quando o dado não era disponível, se utilizou custo de obras/serviços semelhantes.
Entrou na conta o custo de manutenção das promessas.

Comunista Netinho passa Marta na disputa pelo Senado: Gilberto Scofield Jr., O Globo
Desde que, semana passada, a pesquisa do Datafolha mostrou o cantor de pagode e ex-apresentador de TV Netinho de Paula (PCdoB), de 40 anos, na liderança das intenções de voto para o Senado em São Paulo - ele tem 36%, contra 35% de Marta Suplicy (PT) e 21% de Romeu Tuma (PTB) -, a cúpula de sua campanha iniciou uma estratégia que privilegia o Netinho sambista, apresentador e celebridade, no corpo a corpo das ruas, enquanto suspende entrevistas individuais e debates do candidato ao Senado José de Paula Neto, seu nome de batismo.
Nos comícios na periferia da capital e em cidades do interior - muitos ao lado dos companheiros petistas de coligação Aloizio Mercadante e Marta Suplicy -, Netinho reina absoluto diante de uma plateia que é mais fã que eleitora.
E que se identifica com a trajetória de menino pobre, ex-vendedor de balas nos trens suburbanos, ex-morador do conjunto habitacional de baixa renda Cohab 2 em Carapicuíba (município distante 28 quilômetros do Centro de São Paulo) que enriqueceu cantando pagodes sobre a periferia.
Mas a ascensão de Netinho expôs o lado vulnerável do político iniciante: um vereador que se elegeu em 2008 como terceiro mais votado (84.406 votos), mas de trajetória inexpressiva.
Apesar de ter apresentado bons projetos em educação e na área de infância e adolescência, segundo as ONGs Transparência Brasil e Voto Consciente, é dos que menos comparecem às comissões, votações e discussões.
É um comunista às turras com seu patrimônio (mora numa casa de 2 mil metros quadrados num condomínio de ricaços em Alphaville, avaliada em mais de R$ 2 milhões, que sumiu de sua declaração de bens na Justiça Eleitoral) e um dos poucos políticos que viu seu patrimônio diminuir: de R$ 1,3 milhão declarados em 2008 para R$ 192,6 mil este ano (queda de 86%).
- Ele usa a comunidade para seu projeto pessoal - diz Saadi, um jornaleiro de Carapicuíba. - E tem uma vida cheia de escândalos, que mostram o que ele é.
Os opositores não passam um dia sem lembrar um episódio do qual o cantor já se desculpou um sem-número de vezes: a agressão, em 2005, à ex-mulher Sandra Crunfli, resolvida com um acordo na Justiça.
Ou o soco, na festa de entrega do Troféu Raça Negra, em 2005, no apresentador Rodrigo Scarpa, do "Pânico na TV", após uma pergunta maliciosa - resolvido na Justiça com uma indenização.

Deu na Folha de S. Paulo: Governo Lula esvazia as agências reguladoras... Orçamentos sofrem cortes de 80% e diretorias ficam vazias durante meses... Estatais ocupam espaço de entes independentes, que abrigam indicados de políticos; agências descartam problemas... Fernando Canzian
As agências reguladoras sofreram um "esvaziamento" sistemático nos últimos anos sob o governo Lula.
O processo inclui o contingenciamento de mais de 80% das verbas que deveriam receber do Orçamento federal e diretorias vazias durante meses por falta de indicações de titulares pela Presidência.
Quando ocorrem, muitas das indicações são claramente políticas, de pessoas sem experiência técnica ou prévia nas áreas.
Na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), há dois casos emblemáticos: dos diretores Ivo Borges de Lima, ex-tesoureiro no Distrito Federal e ex-assessor da liderança do PTB; e Jorge Luiz Macedo Bastos, ex-assessor do ex-senador Wellington Salgado (PMDB-MG).
Bastos era dirigente de um time de basquete de Salgado. Ele admite não ter qualificação em transporte, mas diz que a agência conta com técnicos de "elevada formação". Borges não se manifestou.
O salário do diretor-geral da ANTT é de R$ 11.500,82. Dos outros quatro diretores, de R$ 10.925,78.
Outra agência, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foi quem empregou os quatro membros do "grupo do lobby" comandado por Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, que se demitiu da Casa Civil na quinta.

PF liberta Governador do Amapá e mais três: A pedido do STJ, porém, os outros dois suspeitos de envolvimento em esquema de desvio público ficarão presos por mais 30 dias; novos pedidos de prisão e apreensão foram emitidos pela Justiça... Vannildo Mendes, Estadão.com
Por ordem do Superior Tribunal de Justiça, a Polícia Federal libertou na noite deste sábado, 18, o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), o ex-governador Waldez Góes (PDT) e mais duas pessoas que cumpriam prisão temporária por envolvimento no esquema de desvio público e fraudes em licitações, desmantelado no Estado pela Operação Mãos Limpas.
Dias, que é candidato à reeleição e Góes, que disputa uma vaga no Senado, retomam a campanha, após dez dias presos.
O ministro João Otávio Noronha, que preside a investigação, decidiu, porém, transformar a prisão de outros dois em preventiva, com duração de 30 dias, por entender que, soltos, eles poderiam apagar provas e obstruir as investigações.
São eles o secretário de Segurança do Amapá, Aldo Alves Ferreira, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho, agora deverão ficar presos por mais 30 dias.
Mandou ainda prender outros dois que estavam soltos e determinou mais nove buscas e apreensões de documentos no estado.
Desencadeada no último dia 10, a operação prendeu 18 pessoas, acusadas de integrar um esquema de desvio de dinheiro público em escala sem precedentes no País.
Eles foram indiciados nos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência, fraude em licitações públicas e formação de quadrilha.
A PF estima que a quadrilha desviou em pouco mais de um ano cerca de R$ 300 milhões, de um total de R$ 800 milhões enviados pela União ao Amapá de 2009 a 2010.

Bandidos fazem mais um ataque a PMs no Rio: Isabela Bastos, O Globo
Bandidos fizeram, na madrugada de ontem, o quarto ataque a policiais militares nos últimos três dias.
Por volta de 1 h, dois homens em uma moto atiraram contra uma viatura do 17º BPM (Ilha do Governador) que fazia patrulhamento na Praia da Rosa, no bairro de Bancários, na Ilha do Governador. O carro ficou com marcas de bala, mas nenhum policial se feriu. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador).
O ataque aconteceu menos de 24 horas depois de o sargento do 18º BPM (Jacarepaguá) Leopoldo das Neves Nascimento, de 43 anos, ter sido morto a tiros em Jacarepaguá , na Zona Oeste, no início da manhã de sexta-feira.
Na mesma ação, o cabo Francis Pereira Mendonça, de 32 anos, ficou ferido, junto com dois funcionários e um cliente do estabelecimento.

Legislação trabalhista prejudica competitividade do Brasil: Gustavo Paul, O Globo
Ao longo dos seus 67 anos de vigência, a atual legislação trabalhista brasileira tornou-se um cipoal de 2.496 dispositivos, que regem a vida de todos os trabalhadores do país.
Incluem-se nesse emaranhado 67 artigos da Constituição e 922 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além de 746 normas e súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de acordo com um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Essa profusão de regras no âmbito legal é apontada como uma das principais razões que jogam ainda mais para baixo a competitividade brasileira, segundo levantamento recente do Fórum Econômico Mundial (FEM).
A pesquisa, feita a partir de entrevistas realizadas em todo o mundo, mostra que, só em relação à eficiência do mercado de trabalho, o Brasil caiu da 80 posição, em 2009, para a 96, em 2010, entre 139 países.
Este foi o indicador que mais variou negativamente na análise sobre o país - cuja média geral o coloca na 58 posição.
Nos últimos oito anos, porém, o assunto saiu da agenda do governo federal e está passando ao largo das discussões dos candidatos à Presidência.
Segundo analistas ouvidos pelo GLOBO, se a questão não for atacada nos próximos anos, o país continuará perdendo competitividade no mercado internacional, se manterá como um grande exportador de commodities - produtos sem valor agregado e que geram menos emprego e renda - e verá o mercado informal continuar se expandindo.
Leia mais em Legislação trabalhista já tem 2.496 normas e prejudica competitividade do Brasil

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