NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

sábado, 9 de outubro de 2010

Professor e cidadania

De repente descobriram a cidadania: autoritários de ontem viraram baluartes de reivindicações populares, a fome virou tema de televisão, discriminação e racismo frequentam os papos dos bares da moda. Cada qual tem sua opinião a respeito, mas uma coisa pelo menos todos têm em comum: cabe ao professor papel fundamental na formação de jovens com consciência de cidadania plena, direitos e deveres.

Fico contente com isso. A percepção, pela sociedade, da importância do professor já é um passo importante, partindo de um país que só tem denegrido e humilhado os professores, por meio de salários indignos, condições de trabalho desumanas e total falta de respeito profissional e humano. Não é, afinal, no Brasil que muitas pessoas se deliciam com o humor (?) chulo do sr. Chico Anísio, conduzindo um programa em que o professor é idiotizado, os alunos são boçais estereotipados, o processo de ensino se resume a uma soma de informações de almanaque, descosturadas (como se ensinar se resumisse a isso...) e todos os tipos de preconceitos (raciais, nacionais, sexuais, etc.) correm soltos? Não é no Brasil em que se confessar professor provoca condescendente piedade? Não é aqui que muitos professores nem sequer têm talão de cheques, pois os seus ganhos não os qualificam para isso junto ao banco?

Anos atrás membros destacados da comunidade, formando em muitas cidades do interior parceria com juízes e promotores como os membros intelectualizados da sociedade, os professores do ensino básico são hoje, em quase todo o Brasil, sinônimo de fracasso profissional, de decadência econômica e de desprestígio social. É a este professor que hoje nos dirigimos solicitando aulas de cidadania, a este professor que não tem sequer o dinheiro necessário para comprar livros, instrumentos básicos para sua formação, tão necessários quanto o estetoscópio para o médico ou a pá para o pedreiro. Este professor que, quando lê, o faz apenas no livro didático que adotou para seus alunos e que acaba funcionando como única fonte de informações também para ele.

Tenho encontrado, ao longo destes últimos anos, notáveis e incrí­veis centros de excelencia, mesmo em escolas publicas de periferia, com alunos carentes atingindo desempenho surpreendente, graças ao trabalho dedicado e inteligente de seus professores infelizmente, porém, nao e a regra: trata-se, antes, de focos de resistencia enquistados no marasmo geral. Há também várias ações inteligentes desenvolvidas por autoridades educacionais lúcidas, sincietizadas em cursos de reciclagem de professores, criaçao de bibliotecas escolares com acervos atualizados e alguma melhoria na condição de trabalho dos docentes Está em andamento agora, em nível federal, a criação de uma “biblioteca do professor”, que seria um acervo de livros fundamentais para os professotes de ensino básico de todo o País Enfim, parece existir alguma luz no final do túnel.

O fato, porém, é que ações eventuais ou isoladas não são suficientes Nosso sistema educacional necessita uma ampla reforma, para a qual, afirmo sem medo, temos recursos humanos potencialmente capazes Dinheiro é necessário, mas não é tudo muitas prefeituras chegam ao final do exercício sem conseguir, por falta de projetos, gastar toda a verba que, por lei, são obrigadas a empregar na educação.

Por outro lado, professores sobrevivem no limite da miséria....

Falta, antes de tudo, uma real conscientização da sociedade com relação à importância da educação no mundo moderno e da total impossibilidade de nos tornarmos uma nação de cidadãos sem uma ação conjunta e coerente no sentido da superação do nosso atraso nesse setor Para ensinar cidadania o professor tem de ser tratado como cidadão E isso só vai ocorrer quando uma forte e irresistível vontade política empolgar a nação

(Jaime Pinsky O Estado de S Paulo, 1-7-93)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos o seu comentário...