NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O poder do verbo e da imagem

A Gazeta do Povo (09/02/10) traz a opinião da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, que bem reflete uma realidade bem presente

Algumas pessoas não entendem a aceitação quase unânime de Lula. Escândalos atingindo seus companheiros mais próximos de partido e de governo, algo que em outros países no mínimo traria descrédito à figura presidencial, não acarretam consequências sobre o mito do salvador da pátria, cuidadosamente construído. Apagões de transporte aéreo, de energia, educação no fundo do poço da mediocridade, saúde em descalabro, estradas em estado calamitoso, nada perturba a alegria do pre­­sidente, que, quando não se encontra em palanques, está usufruindo de uma de suas inúmeras e maravilhosas voltas ao mundo.

No ano passado, o presidente que tanto criticou as viagens do seu antecessor passou 83 dias circulando pelo Brasil e 91 dias em 31 países. Neste ano ele já visitou, somente em janeiro, sete estados, sempre acompanhado de sua ministra da Casa Civil e candidata, Dilma Rousseff. Entre frenéticos discursos, Lula inaugura o que existe e o que não existe.

A popularidade do presidente, segundo alguns, vem do seu carisma. Será? Se fosse tão carismático ele teria se alçado à Presidência da República na primeira tentativa e não na quarta. Outros atribuem o prestígio de Lula a sua genialidade. Mas gênio não emite tantos disparates quando deixa de lado a leitura dos discursos oficiais e expande sua verve populista, entremeada de palavrões e ataques pesados aos adversários.

Na verdade, a aceitação de Lula vem de alguns aspectos já conhecidos, tais como propaganda asfixiante, culto da personalidade, exposição da figura presidencial trabalhada como um pop star, benefícios distribuídos aos ricos, aos pobres e a chamada base aliada.

Tudo isso seria suficiente para o endeusamento de Lula. Mas tem algo mais. O presidente sente prazer em exercitar sua autoridade, de se impor. Por isso se diz que há algo afrodisíaco no poder. Rendida, a massa que escuta apaixonada a violência verbal chega ao êxtase coletivo e se rende ao culto do chefe ou à sua imagem, ou dá a ele o grande recurso para governar.

A Lula basta à imagem, o tom de voz, os esgares. E quando a imagem se sobrepõe à verbalização, temos o antidiscurso que consagra o fascínio pela incoerência tão cara às massas.

Lula é a personificação do antidiscurso. Some-se a isso o que Hannah Arendt denominou como instinto de submissão: “Um desejo ardente de se deixar dirigir, de obedecer a um homem forte”. Isso explica um dos fatores da obscura adesão a uma imagem, a uma projeção idealizada que jamais resistiria a sua própria realidade.

Em sua magistral obra, O Estado Espetáculo, Roger-Gérard Schwartzenberg mostra como no fascismo a “multidão italiana se entregou ao Duce de forma voluptuosamente submissa”. E Hitler, demonstrando o comportamento machista do nazismo, declarou: “A grande maioria do povo se encontra numa disposição e num estado de espírito tão femininos que suas opiniões e seus atos são determinados muito mais pela impressão produzida sobre seus sentidos, que por uma reflexão pura”.

Também na obra acima citada, está o que disse William Gavin, que foi membro da equipe de Nixon: “O eleitor é fundamentalmente preguiçoso e em hipótese alguma se poderá esperar que ele faça o menor esforço para compreender o que lhe dizem”. Raciocinar exige um grau elevado de disciplina e concentração; é mais fácil impressionar.

Note-se que a paixão dos venezuelanos por Hugo Chávez, outro macho latino com características fascistas, começa chegar ao fim. Quanto ao presidente brasileiro, é um homem de sorte incomensurável. Mas sorte um dia pode acabar. Recentemente, Lula provou para si mesmo que não é imortal. E começa a aprender o que ensinou Maquiavel: “Quem cria o poder de outrem se arruína”.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

Derli Lessnau
9974.2380 8406.9802

4 comentários:

  1. O Poder do Verbo e a Imagem... aí está o segredo, é muito mais fácil atingir as massas usando a emoção ao invés da razão. Especialmente entre povos menos instruídos e com baixo nivel intelectual (não que isso os torne menores do que ninguém). Nos tempos em que não há tempo para nada, onde sequer nos damos ao trabalho de averiguar o que fazem de fato aqueles que elegemos pelo nosso precioso voto, fica mais fácil se deixar conduzir ao sabor da emoção, no calor das promessas vãs.
    Hitler e Mussolini souberam como falar ao povo, onde sempre prevalece o cérebro emocional por cima do neocortical, o intelectual. Conduziram emoções, não razões! Luiz Inácio descobriu isso, e soube usar.

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  2. Acrescento ainda que no nosso país o presidente é eleito não por quem lê jornal, mas por quem o usa para outros fins.

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  3. Exatamente um povo sem informação...certamente vai acabar num abismo

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