Crianças de comunidade vizinha ao lixão de Itaoca teriam sido contaminadas. Local não possui sistema de saneamento básico.
Gabriel de Barros do Amaral, de 6 anos, morreu por infecção de uma bactéria, depois de ser internado diversas vezes para tratar o problema. No hospital, o médico teria dito à sua mãe que a bactéria que infectou o menino seria resultante do contato com lixo e esgoto. O caso de Gabriel é apenas um, entre pelo menos outros três moradores da comunidade de Manuel da Ilhota, que fica ao lado do Aterro de Itaoca, em São Gonçalo, que teriam sido contaminados com o mesmo tipo de bactéria.
Pelo menos é o que afirma a Associação de Moradores de Manuel da Ilhota. Inclusive, duas crianças estariam, ainda, sob tratamento.
A comunidade não possui sistema de saneamento básico (e praticamente todo Itaboraí ou mais de 75% da população) e sofre com a falta de coleta de lixo. Na região, as casas ficam próximas às valas de esgoto. De acordo com os moradores, quando chove, o esgoto se espalha pelas ruas e chega a atingir algumas residências (quem nunca viu uma cena dessas em Itaboraí). Essa situação conta ainda com o agravante de a localidade estar fora da rota de coleta de lixo, embora se situe ao lado do Lixão de Itaóca, fazendo com que o lixo se acumule e com que os moradores o queimem em seus quintais (pratica bem comum em Itaboraí), favorecendo a proliferação de ratos, baratas e mosquitos. Em muitos terrenos baldios, há porcos que se alimentam dos restos dos detritos domiciliares da comunidade.
A última morte, do menino Gabriel do Amaral, ocorreu em 26 de junho. Sua mãe, Cícera Francisca do Amaral, de 30 anos, disse que o filho começou a ter os primeiros sintomas, como vômito, diarreia e dor de cabeça, quando tinha ainda 5 anos. Na época, ele foi internado por estar com uma infecção pelo contato com uma bactéria que teria se alojado no coração.
“Me falaram que era uma bactéria que se pega no contato com lixo, ele foi internado várias vezes. Chegou a ir para a UTI da última vez no Hospital dos Servidores, no Rio”.
Segundo a parasitologista da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudia Uchoa, o esgoto a céu aberto (aqui em Itaboraí só os políticos não conseguem ver) e o contato com o lixo podem viabilizar infecções humanas. Claudia frisou, ainda, que esse quadro estimula a proliferação de insetos, como mosquitos e moscas, bem como de roedores – todos vetores que podem transmitir doenças.
“Devido à ausência ou a deficiência do tratamento de esgoto e fezes humanas, infecções parasitárias presentes nos resíduos, principalmente após o contato de animais com o material, podem dispersar e viabilizar a infecção de outros indivíduos,” esclarece a parasitologista.
Kailane Félix, segundo a presidente da Associação de Moradores, Mara Cristina Manhãs, após várias internações, faleceu, aos nove meses, também vítima de uma infecção por bactéria supostamente trazida pelo lixo. A mãe, Joseni Pereira da Silva, de 35 anos, é catadora de lixo no Aterro Controlado de Itaoca e tem contato com animais vetores e com o esgoto a céu aberto.
Mara Cristina Manhãs, além de presidente da Associação de Moradores de Manuel da Ilhota, é mãe de Jean Lucas de Lima Vieira, de 12 anos, que também sofre com uma doença que teria sido adquirida através do contato com o esgoto a céu aberto, desde os 5 anos. De acordo com Mara, no Hospital em que o filho foi atendido pela primeira vez, em 2003, foi passado que ele estava com uma bactéria que havia se alojado em seus rins.
“No hospital, me falaram que ele estava com uma bactéria que deveria ter sido adquirida através do contato com o esgoto e o lixo que fica nas ruas,” revela a presidente.
Prefeitura vai apurar (seria bom que Itaboraí tivesse alguém pra dizer que estou mentindo, pois aqui nada é apurado)
Após o episódio, Mara disse ter entrado com um processo no Ministério Público reivindicando a melhoria da infraestrutura de Manuel da Ilhota, como implantação de um sistema de esgoto e coleta do lixo.
“Veio um grupo do Ministério Público aqui, fotografou todas as condições da comunidade, mas não tivemos resposta”.
Outra criança da comunidade, também filho de uma catadora de lixo, Junior Coelho, de 4 anos, parece ter sido contaminado com a mesma bactéria que infectou Jean e levou Gabriel ao óbito. No seu caso, a bactéria teria se instalado no intestino. Segundo a mãe, Telma Coelho de Oliveira, de 34 anos, seu filho está abaixo do peso e não pode ser submetido à cirurgia, por isso necessita usar uma bolsa de colostomia.
A Secretaria de Saúde de São Gonçalo, através do assessor Marco Speziali, informou que o departamento não tomou conhecimento do fato, no entanto enviará uma equipe do Departamento de Controle de Zoonoses, Vigilância Sanitária e Ambiental ao local para apurar os fatos. A Prefeitura de São Gonçalo, por meio da secretaria de Infraestrutura, Urbanismo e Habitação, diz que vai encaminhar funcionários técnicos ao local para levantar os transtornos da região e traçar metas para solucioná-los.
Base O Fluminense matéria aprimorada por esse BLOG
Gabriel de Barros do Amaral, de 6 anos, morreu por infecção de uma bactéria, depois de ser internado diversas vezes para tratar o problema. No hospital, o médico teria dito à sua mãe que a bactéria que infectou o menino seria resultante do contato com lixo e esgoto. O caso de Gabriel é apenas um, entre pelo menos outros três moradores da comunidade de Manuel da Ilhota, que fica ao lado do Aterro de Itaoca, em São Gonçalo, que teriam sido contaminados com o mesmo tipo de bactéria.
Pelo menos é o que afirma a Associação de Moradores de Manuel da Ilhota. Inclusive, duas crianças estariam, ainda, sob tratamento.
A comunidade não possui sistema de saneamento básico (e praticamente todo Itaboraí ou mais de 75% da população) e sofre com a falta de coleta de lixo. Na região, as casas ficam próximas às valas de esgoto. De acordo com os moradores, quando chove, o esgoto se espalha pelas ruas e chega a atingir algumas residências (quem nunca viu uma cena dessas em Itaboraí). Essa situação conta ainda com o agravante de a localidade estar fora da rota de coleta de lixo, embora se situe ao lado do Lixão de Itaóca, fazendo com que o lixo se acumule e com que os moradores o queimem em seus quintais (pratica bem comum em Itaboraí), favorecendo a proliferação de ratos, baratas e mosquitos. Em muitos terrenos baldios, há porcos que se alimentam dos restos dos detritos domiciliares da comunidade.
A última morte, do menino Gabriel do Amaral, ocorreu em 26 de junho. Sua mãe, Cícera Francisca do Amaral, de 30 anos, disse que o filho começou a ter os primeiros sintomas, como vômito, diarreia e dor de cabeça, quando tinha ainda 5 anos. Na época, ele foi internado por estar com uma infecção pelo contato com uma bactéria que teria se alojado no coração.
“Me falaram que era uma bactéria que se pega no contato com lixo, ele foi internado várias vezes. Chegou a ir para a UTI da última vez no Hospital dos Servidores, no Rio”.
Segundo a parasitologista da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudia Uchoa, o esgoto a céu aberto (aqui em Itaboraí só os políticos não conseguem ver) e o contato com o lixo podem viabilizar infecções humanas. Claudia frisou, ainda, que esse quadro estimula a proliferação de insetos, como mosquitos e moscas, bem como de roedores – todos vetores que podem transmitir doenças.
“Devido à ausência ou a deficiência do tratamento de esgoto e fezes humanas, infecções parasitárias presentes nos resíduos, principalmente após o contato de animais com o material, podem dispersar e viabilizar a infecção de outros indivíduos,” esclarece a parasitologista.
Kailane Félix, segundo a presidente da Associação de Moradores, Mara Cristina Manhãs, após várias internações, faleceu, aos nove meses, também vítima de uma infecção por bactéria supostamente trazida pelo lixo. A mãe, Joseni Pereira da Silva, de 35 anos, é catadora de lixo no Aterro Controlado de Itaoca e tem contato com animais vetores e com o esgoto a céu aberto.
Mara Cristina Manhãs, além de presidente da Associação de Moradores de Manuel da Ilhota, é mãe de Jean Lucas de Lima Vieira, de 12 anos, que também sofre com uma doença que teria sido adquirida através do contato com o esgoto a céu aberto, desde os 5 anos. De acordo com Mara, no Hospital em que o filho foi atendido pela primeira vez, em 2003, foi passado que ele estava com uma bactéria que havia se alojado em seus rins.
“No hospital, me falaram que ele estava com uma bactéria que deveria ter sido adquirida através do contato com o esgoto e o lixo que fica nas ruas,” revela a presidente.
Prefeitura vai apurar (seria bom que Itaboraí tivesse alguém pra dizer que estou mentindo, pois aqui nada é apurado)
Após o episódio, Mara disse ter entrado com um processo no Ministério Público reivindicando a melhoria da infraestrutura de Manuel da Ilhota, como implantação de um sistema de esgoto e coleta do lixo.
“Veio um grupo do Ministério Público aqui, fotografou todas as condições da comunidade, mas não tivemos resposta”.
Outra criança da comunidade, também filho de uma catadora de lixo, Junior Coelho, de 4 anos, parece ter sido contaminado com a mesma bactéria que infectou Jean e levou Gabriel ao óbito. No seu caso, a bactéria teria se instalado no intestino. Segundo a mãe, Telma Coelho de Oliveira, de 34 anos, seu filho está abaixo do peso e não pode ser submetido à cirurgia, por isso necessita usar uma bolsa de colostomia.
A Secretaria de Saúde de São Gonçalo, através do assessor Marco Speziali, informou que o departamento não tomou conhecimento do fato, no entanto enviará uma equipe do Departamento de Controle de Zoonoses, Vigilância Sanitária e Ambiental ao local para apurar os fatos. A Prefeitura de São Gonçalo, por meio da secretaria de Infraestrutura, Urbanismo e Habitação, diz que vai encaminhar funcionários técnicos ao local para levantar os transtornos da região e traçar metas para solucioná-los.
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