Numa interpretação sociológica, “Político” é a qualidade de quem se relaciona à política; dotado de traquejo social.
Numa visão do Dicionário Aurélio, o adjetivo “político” vem do grego politikós, e é “aquele que trata ou se ocupa da política; estadista”, ou ainda um “Indivíduo astuto, esperto”.
Já o “Politiqueiro” são aqueles “aproveitadores” do bom senso da coletividade que se valem das “lacunas da lei” e da imparticipalidade popular para beneficiarem seus “conluios interessistas”.
Então, cabe aos nossos políticos desenvolver exatamente o que está aí, ou seja, cuidar da política do nosso Brasil, com astúcia e esperteza de forma “política” e não “politiqueira” trabalhando integradamente com o povo na luta diuturna contra interesses próprios/grupistas e não sociais/inclusivos.
Entendemos que a qualidade da democracia (1) se faz pela qualidade dos políticos que a comandam, e não pela quantidade. É exatamente na quantidade que se escondem os gritantes “caixa 2” e “mensalões”, além de outras metáforas sobre corrupção.
O perfil do eleitorado brasileiro e não mudou nas últimas décadas, desta premissa vem à pergunta: como se pode esperar que uma população com baixa consciência social e escolaridade escolham representantes com alto grau de instrução e políticos de verdade?
Não podemos ser hipócritas com os fatos, mas não compactuar com sua perpetuação. É preciso, sim, tornar produtivo o poder público com aquilo que temos, ou seja, os políticos que aí elegemos precisam se “politizar” também. Pois se cada um varresse a calçada da sua casa, no fim do dia a rua toda estaria limpa – Jean Vien Jean.
Max Weber resume esta “Relação de Poder” entre “Politizado” e “Politiqueiros” magistralmente assim: A política obtém assim a sua base no conceito de poder e deverá ser entendida como a produção do poder.
Um político não deverá ser um homem da “verdadeira ética católica”, entendida por Weber como a ética do Sermão da Montanha – ou seja: oferece a outra face.
Um defensor de tal ética deverá ser entendido como um santo (na opinião de Weber esta visão só será recompensadora para o santo e para mais ninguém). A esfera da política não é um mundo para santos.
O político deverá esposar a ética dos fins últimos e a ética da responsabilidade, e deverá possuir a paixão pela sua atividade como a capacidade de se distanciar dos sujeitos da sua governação (os governados).
Hoje, os “politiqueiros (2)” perdem poder cada vez mais. Circunstância simultaneamente possível em virtude de uma crescente apatia política, um progressivo desinteresse do eleitorado por tudo que tenha caráter “politiqueiro”.
Assistimos atônitos aos apimentados escândalos encenados pelas elites à luz dos refletores e a queda da expectativa social numa possível salvação gerada pelo governo seja quais forem seus atuais ou futuros ocupantes.
Portanto, o ideal de autenticidade “política” desgasta-se nas beiradas; o significado de “bom político” escorrega aos poucos para a indefinição.
A personalidade “politiqueira” é um camaleão social, continuamente pegando nacos e pedaços de identidade de quaisquer fontes disponíveis e erigindo-se em úteis ou desejáveis em cada situação.
Enfim, a vida na “política” se torna uma loja de doces para apetites cada vez mais vorazes (3). Pois, resumidamente, um politiqueiro pensa na próxima eleição; um político, na próxima geração (James Clarke). E quem paga este caro preço social. Resposta: O povo.
(1) Cardin, Dirceu Galdino. Desafios da Cidadania – Brasília: OAB Editora, 2006. 288p
(2) Sobre a relação entre rapidez de movimento, estabilidade estrutural e efetividade do poder, ver notável estudo de N. M. Lee, “Two speeds: how are real satbilities possible? Em Organised Words, org R.Chia, Londres, Routledge, 1998
(3) Kenneth J. Gergen, The Saturated Self: Dilemmas of Identify in Contemporary Life. Nova York, Basic Books, 1991, p. 150.
Por Tânia Maria Cabral
Numa visão do Dicionário Aurélio, o adjetivo “político” vem do grego politikós, e é “aquele que trata ou se ocupa da política; estadista”, ou ainda um “Indivíduo astuto, esperto”.
Já o “Politiqueiro” são aqueles “aproveitadores” do bom senso da coletividade que se valem das “lacunas da lei” e da imparticipalidade popular para beneficiarem seus “conluios interessistas”.
Então, cabe aos nossos políticos desenvolver exatamente o que está aí, ou seja, cuidar da política do nosso Brasil, com astúcia e esperteza de forma “política” e não “politiqueira” trabalhando integradamente com o povo na luta diuturna contra interesses próprios/grupistas e não sociais/inclusivos.
Entendemos que a qualidade da democracia (1) se faz pela qualidade dos políticos que a comandam, e não pela quantidade. É exatamente na quantidade que se escondem os gritantes “caixa 2” e “mensalões”, além de outras metáforas sobre corrupção.
O perfil do eleitorado brasileiro e não mudou nas últimas décadas, desta premissa vem à pergunta: como se pode esperar que uma população com baixa consciência social e escolaridade escolham representantes com alto grau de instrução e políticos de verdade?
Não podemos ser hipócritas com os fatos, mas não compactuar com sua perpetuação. É preciso, sim, tornar produtivo o poder público com aquilo que temos, ou seja, os políticos que aí elegemos precisam se “politizar” também. Pois se cada um varresse a calçada da sua casa, no fim do dia a rua toda estaria limpa – Jean Vien Jean.
Max Weber resume esta “Relação de Poder” entre “Politizado” e “Politiqueiros” magistralmente assim: A política obtém assim a sua base no conceito de poder e deverá ser entendida como a produção do poder.
Um político não deverá ser um homem da “verdadeira ética católica”, entendida por Weber como a ética do Sermão da Montanha – ou seja: oferece a outra face.
Um defensor de tal ética deverá ser entendido como um santo (na opinião de Weber esta visão só será recompensadora para o santo e para mais ninguém). A esfera da política não é um mundo para santos.
O político deverá esposar a ética dos fins últimos e a ética da responsabilidade, e deverá possuir a paixão pela sua atividade como a capacidade de se distanciar dos sujeitos da sua governação (os governados).
Hoje, os “politiqueiros (2)” perdem poder cada vez mais. Circunstância simultaneamente possível em virtude de uma crescente apatia política, um progressivo desinteresse do eleitorado por tudo que tenha caráter “politiqueiro”.
Assistimos atônitos aos apimentados escândalos encenados pelas elites à luz dos refletores e a queda da expectativa social numa possível salvação gerada pelo governo seja quais forem seus atuais ou futuros ocupantes.
Portanto, o ideal de autenticidade “política” desgasta-se nas beiradas; o significado de “bom político” escorrega aos poucos para a indefinição.
A personalidade “politiqueira” é um camaleão social, continuamente pegando nacos e pedaços de identidade de quaisquer fontes disponíveis e erigindo-se em úteis ou desejáveis em cada situação.
Enfim, a vida na “política” se torna uma loja de doces para apetites cada vez mais vorazes (3). Pois, resumidamente, um politiqueiro pensa na próxima eleição; um político, na próxima geração (James Clarke). E quem paga este caro preço social. Resposta: O povo.
(1) Cardin, Dirceu Galdino. Desafios da Cidadania – Brasília: OAB Editora, 2006. 288p
(2) Sobre a relação entre rapidez de movimento, estabilidade estrutural e efetividade do poder, ver notável estudo de N. M. Lee, “Two speeds: how are real satbilities possible? Em Organised Words, org R.Chia, Londres, Routledge, 1998
(3) Kenneth J. Gergen, The Saturated Self: Dilemmas of Identify in Contemporary Life. Nova York, Basic Books, 1991, p. 150.
Por Tânia Maria Cabral
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