NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

domingo, 17 de outubro de 2010

RESUMO DAS POLÊMICAS NACIONAL

FRASE DO DIA
“Fico constrangido porque aquelas pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo.”
Lula, reclamando do que ele diz ser preconceito contra ele e Dilma

Estado do Rio adotará modelo europeu de gestão do lixo
Emanuel Alencar, O Globo
O Rio de Janeiro entrou na agenda mundial da economia verde e caminha para a adoção de um modelo de gestão de resíduos baseado na experiência bem-sucedida de mais de 20 anos da Europa.
Durante o 5º Seminário do ProEurope (Organização Europeia de Recuperação de Embalagens), que terminou no último dia 8, em Bruxelas, autoridades europeias expuseram a dirigentes de órgãos ambientais fluminenses o interesse em ajudar o estado na implementação do projeto que engloba empresas de reciclagem de embalagens em 30 países da Europa, mais o Canadá.
Graças ao sistema, em 2009 foram recolhidas e recicladas 32 milhões de embalagens, evitando a emissão de 25 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Na Europa, as indústrias assumiram há muito papel de protagonismo - mas com sociedade, empresas e governos atuando de forma compartilhada. Por aqui, o assunto entrou na agenda econômica e ambiental com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos do Brasil, em agosto.
Leia mais em Europa ajudará Estado do Rio a adotar modelo de gestão e reciclagem do lixo

Bem antes da última curva
Agora é cabeça a cabeça, freio nos dentes, rumo ao disco final. Mas ainda não estamos na reta de chegada, nem ao menos na última curva. Há ainda algumas variáveis a observar
Vem aí mais um debate entre os candidatos a presidente. Em seguida comparecerá a pergunta inevitável: “Quem ganhou o debate?”.
Sites farão pesquisas online (com a obrigatória advertência de que os resultados não valem nada). Spin doctors de ambas as campanhas inundarão os ouvidos dos jornalistas com impressões maravilhosas colhidas nos grupos qualitativos. Institutos de pesquisas quantitativas divulgarão resultados sobre o embate.
O problema é que “ganhar os debates” e “ganhar a eleição” podem, no fim das contas, revelar-se coisas bastante diferentes.
A corrida leva jeito de vir a ser definida por um contingente de no máximo dez milhões de eleitores, talvez metade disso. Se o candidato for superbem no debate para os demais 125 milhões mas muito mal no grupo em disputa, estará frito.
Claro que é só uma hipótese matemática, bastante improvável. Mas serve para ilustrar.
O grande desafio neste momento da corrida é identificar o eleitor flutuante e encontrar uma maneira de dialogar com ele.
Para o PT a linha parece desenhada. Na busca do punhado de votos que faltaram a Dilma Rousseff no primeiro turno, mais fácil seria recolhê-los entre quem é de esquerda, não votou na candidata de Luiz Inácio Lula da Silva, mas quer votar contra o PSDB. Daí a ênfase nas privatizações.
Para o PSDB, trata-se, desde o começo da corrida, de trazer para José Serra um monte de gente que gosta de Lula e do governo mas sente mais segurança na capacidade realizadora do candidato tucano. Ou não gosta do PT.
A missão da marquetagem tucana é bem menos trivial, e ela conseguiu atravessar os primeiros dois corredores poloneses: levou o candidato ao segundo turno e, pelo menos até agora, evitou que esta nova fase, decisiva, abrisse com o alargamento da vantagem de Dilma.
Agora é cabeça a cabeça, freio nos dentes, rumo ao disco final. Mas ainda não estamos na reta de chegada, nem ao menos na última curva. Há ainda algumas variáveis a observar.
Como funcionarão os acordos políticos nos estados, especialmente nos grandes estoques de voto do Sudeste?
No Rio de Janeiro as forças serristas estão bem debilitadas pela séria derrota no primeiro turno, e será preciso ver para onde irão os eleitores de Marina Silva. Mas o enigma maior encontra-se em São Paulo e Minas Gerais.
Nos dois estados será preciso verificar o efeito prático dos novos cenários políticos. Se no Rio a eleição de Sérgio Cabral no primeiro turno era óbvia, em SP e MG Lula investiu tudo para quebrar a hegemonia tucana. Não conseguiu.
Os polos políticos dos Bandeirantes e da Liberdade saíram reforçados da batalha inicial, e agora operam as naturais forças centrípetas. Vai funcionar?
Se funcionar, Serra terá a oportunidade não apenas de atrair votos dados a Marina Silva, mas de sangrar a caixa d’água da candidata do PT. Se não, a reta final estará aberta para o PT.

Rosa dos ventos: Dora Kramer
A conversa obviamente não é oficial, mas está adiantada: o PMDB já começou a reconstruir suas pontes com o PSDB para, na hipótese de uma vitória do tucano José Serra, assegurar participação no governo no papel semelhante ao que terá no caso de Dilma Rousseff ser a presidente eleita no próximo dia 31: avalista da governabilidade.
Exímio farejador da direção dos ventos, o partido que indicou o vice de Dilma avalia internamente que aumentaram muito as chances de Serra ser eleito presidente.
Pelo menos cinco sessões regionais do partido (Santa Catarina, Acre, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul) estão com a candidatura da oposição e outras três, Minas Gerais, Pará e Bahia, se não fazem campanha para o PSDB, para o PT também não fazem.
Consequência das mágoas do primeiro turno, quando, segundo as queixas dos peemedebistas, o partido foi tratado como gato borralheiro: deixado de lado, escondido, excluído da propaganda presidencial e das negociações sobre divisão dos espaços no futuro governo.
Como Dilma e Lula estavam com toda força e aparentemente com a vida ganha junto ao eleitorado, o PMDB ficou calado.
Quando as urnas revelaram uma realidade diferente, o partido viu que chegara a "hora do troco". No primeiro momento pensou apenas em melhorar seu cacife e o tratamento junto ao parceiro, já que o PT precisaria de muito apoio na segunda etapa.
Com o passar dos primeiros dias, o ambiente e as pesquisas começaram a desenhar um cenário em que a vitória da oposição ficou sendo uma possibilidade real.
Diante disso, aqueles dirigentes do PMDB mais identificados tradicionalmente com o PSDB, até por terem participado do governo Fernando Henrique Cardoso, cresceram de importância internamente.
Começaram a ser mais ouvidos enquanto ganhou corpo o discurso de que o partido foi tratado como "acessório de luxo" o tempo todo pelo PT.
Diante da situação de empate técnico retratada no fim da semana, o "pragmatismo de Brasília" - é a expressão literal - voltou a prevalecer. Ou seja: emissários acorrem à seara tucana ao mesmo tempo em que outro pedaço do partido continua fidelíssimo à candidatura de Dilma, esperando o resultado da eleição.
Quando Michel Temer, candidato a vice e presidente do partido, diz que será "inútil" a investida dos tucanos em busca de apoios dentro do PMDB sabe que não retrata a realidade.
Tanto que usa a seguinte frase para reafirmar a profissão de fé lulista: "Há um fechamento de todo o PMDB em torno de nossa candidatura."
Normal será que falasse "em torno da candidatura de Dilma", pois não? Pois é.
O partido não teme perder importância ao embarcar na canoa até então adversária, por dois motivos: primeiro, porque supõe que seja bem recebido pelo PSDB e, segundo, porque suspeita de que não teria participação mais que periférica em governo do PT, mesmo ocupando a Vice-Presidência.
As conversas sobre essa transposição de posições correm tão à vontade nas internas do PMDB que já são feitas avaliações a respeito das razões de o PT ter perdido o favoritismo.
Lá não se fala sobre voto religioso, efeito Marina Silva ou influência do escândalo Erenice Guerra. Para os peemedebistas todos esses fatores foram "instrumentos".
O motivo da mudança do clima, de acordo com essas análises, foi a ofensiva do presidente Lula contra os veículos de comunicação e a liberdade de expressão.
Aí, segundo o PMDB, Lula teria dado a Serra a chance que, sozinho e com uma campanha muito mal ajambrada, ele nunca teria.
Currículo. Não é a primeira vez que o instituto Vox Populi erra nas previsões eleitorais aos seus clientes, como aconteceu agora com o PT.
Na eleição municipal de 2008, o então governador de Minas, Aécio Neves, não gostou, e cobrou isso com todos os efes e erres da direção do instituto, com a previsão de que Márcio Lacerda levaria a Prefeitura de Belo Horizonte no primeiro turno.
Confiante, Aécio relaxou e por pouco Lacerda não perde para o candidato do PMDB.

Marina e PV ficam neutros no 2º turno
A terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva, declarou, durante convenção em São Paulo neste domingo, que se manterá neutra no segundo turno da disputa eleitoral. A verde preferiu chamar a posição de "independência".
Em carta aberta a Dilma Rousseff e José Serra lida durante o evento, Marina criticou a polarização política entre PT e PSDB e cobrou um avanço maior dos dois finalistas da eleição no compromisso com o programa apresentado pelos verdes a eles.
- O fato de não ter optado por um alinhamento não significa neutralidade. Creio que a posição de independência é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro.
Na carta, Marina deixou clara que esperava um prova de amor mais concreta de Dilma e Serra.
- Embora mostrem afinidade, gostaríamos que avançassem em clareza e profundida com as nossas propostas.
A candidata derrotada disse que PT e PSDB "se deixaram capturar pela lógica do embate" na disputa política nacional.
Os discursos feitos antes do de Marina deixaram clara a opção da legenda pela neutralidade. Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV, o deputado federal Zequinha Sarney (MA), o candidato a vice de Marina, Guilherme Leal, e candidato derrotado ao Senado por São Paulo, Ricardo Young, defenderam a independência.
Leia mais em Marina e PV declaram neutralidade

Síndrome de escorpião
Se no final de 2007 a derrota da CPMF no Senado – indício claro de que não conseguiria aprovar o desejado terceiro mandato - levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a desenhar uma das mais ousadas estratégias eleitorais para permanecer no poder, a soberba lhe turvou os capítulos finais. E coloca em risco o epílogo e a glória.
Lula apostou tudo e muito mais. Escolheu uma candidata que era a encarnação da improbabilidade. Desconhecida, com jogo de cintura zero, tida como autoritária e antipática até mesmo por seus pares. Sem qualquer pudor, Lula passou por cima de tudo e todos. Desrespeitou as leis, o cargo que ocupa e o país, em nome de fazer a sua sucessora. Quase aniquilou o seu partido em algumas regiões.
Mas o script parecia não ter qualquer falha.
Da mesma cartola de que sacou Dilma Rousseff, o presidente retirou as alianças e as regras que aplicou nas eleições estaduais, imolando o PT quando conveniente, como fez em Minas ou no Maranhão. Foi taxativo na defesa da eleição plebiscitária, do nós x eles, do Fla x Flu.
Imaginava que a divisão do país se daria na proporção de sua imensa popularidade. Venceria de balaiada.
Embora tenha chegado pertíssimo, surpreendeu-se ao final do primeiro turno. Descobriu que muitos daqueles que lhe ensurdeciam com palmas, fogos de artifícios e pontos nas pesquisas - nem sempre assim tão confiáveis -, desaprovavam a continuidade a qualquer preço.
Lula tem tudo para ganhar a eleição. Sua candidata venceu o primeiro turno e lidera. Não tem conforto ou folga, mas mantém-se à frente sem ameaça direta do adversário. Ainda assim, todos em sua seara agem como se a derrota lhes tivesse subido à cabeça. Chegam a distribuir culpas, ora para o marqueteiro João Santana, ora para o aliado PMDB, para o próprio PT, para a candidata Dilma e até para o presidente.
Nada parece suficiente para lhes devolver o ânimo. Em suas aparições, Lula está cada vez mais rancoroso. E continua insistindo no que talvez tenha sido um dos seus maiores erros - a divisão do país. Esse mundo imaginário de elites que agem para derrubá-lo, para impedir a vitória de Dilma e o seu êxito.
Sua candidata é beneficiária do bolsa-família e da ascensão real de milhões de brasileiros. Mas esse público passa anos-luz de distância do discurso da luta de classes, da rixa entre pobres e ricos que o presidente tanto quer reinventar. Roupa velha e usada, que não repercute nem mesmo entre aqueles que o seu próprio governo auxiliou a evoluir.
Pesquisa realizada pela Plano CDE, empresa especializada na base da pirâmide social, mostra que por autodefinição ninguém no Brasil se considera pobre ou rico. Quem está na classe A não se considera rico e sim mediano. O mesmo comportamento se repete nas famílias de classe E. Ninguem se diz pobre, são todos classe média. Prova-se assim que a realidade corre longe do antogonismo classista.
Mas Lula insiste. Usa vocabulário cada vez mais chulo, apela para comportamentos ainda mais esdrúxulos, para menções religiosas; bota Deus no meio, atribuindo a Ele a derrota de oposicionistas, faz sinais da cruz.
Parece não ter aprendido que o eleitor não é como público de auditório movido a plaquetas de aplausos.
Lula pode e tem grandes chances de vencer. Mas, seja qual for o resultado, pagará o preço de encarnar o escorpião, que se camufla, agride sua própria espécie e pratica o canibalismo quando lhe falta alimento. E inocula-se com seu próprio veneno.
Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa

Caricatura eleitoral (Editorial)
Engana-se quem julgar que a eleição do palhaço Tiririca, com mais de um milhão de votos, representa o caso mais bizarro de popularidade na política brasileira. A presença da candidata Weslian Roriz (PSC) na disputa pelo governo do Distrito Federal constitui, provavelmente, um fenômeno ainda mais insólito -e, a seu modo, mais complexo.
Weslian Roriz foi chamada a substituir o seu marido, Joaquim Roriz, cuja candidatura foi barrada pela Lei da Ficha Limpa. Suas recentes declarações, feitas a uma emissora de TV na quinta-feira, seriam apenas cômicas, não fossem deprimentes, por parte de quem conta com cerca de um terço das preferências do eleitorado.
Perguntada sobre seus planos na área de educação e transporte, Weslian Roriz disse "não ter informação" a esse respeito. "Não foi eu quem fez meu plano de governo", explicou; "já estava pronto, eu vou aproveitar".
Reúnem-se aqui problemas sem dúvida mais intrigantes do que os sintetizados no fenômeno Tiririca. O caso Weslian alia sintomas comparáveis de despreparo pessoal a circunstâncias de outra natureza.
Houve o descompasso entre o calendário eleitoral e os procedimentos da Justiça, deixando indefinidos, até às vésperas do pleito, os critérios para a aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Configurou-se assim a ironia de uma situação em que o propósito da lei, que era o de tornar mais qualificadas as candidaturas a um cargo eletivo, viu-se traído por uma realidade incomparavelmente mais tosca.
Persiste, ademais, a identificação de parcelas do eleitorado com lideranças políticas de estilo personalista, como é a de Joaquim Roriz; o voto se transfere à cônjuge, sejam quais forem as suas qualificações para o cargo.
Não será o único exemplo de candidaturas artificiais, inventadas pelo populista de plantão; mas Weslian Roriz, há de se convir, leva tal prática a seu extremo de caricatura.

Nova enquete - O que Marina deve fazer
Resultado da enquete anterior: Quem tem mais condições para vencer o segundo turno da eleição presidencial?
Dilma - 33.20%
Serra - 65.05%
Não sei - 1.76%

Ironia... Renata Lo Prete
No início da campanha, petistas fizeram de tudo para se aproximar, com a ajuda de neoaliados como Gabriel Chalita (PSB-SP), da Canção Nova, de olho no potencial midiático dessa comunidade católica. Entretanto, são da Canção Nova alguns dos padres mais inflamados na pregação contra o voto em Dilma. Há quem anuncie greve de fome pela derrota da petista.
Assinante do jornal leia em Painel

Transferências: De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
É fato aceito que o segundo turno decorreu fundamentalmente do desempenho de Marina Silva, em especial de seu crescimento nos últimos dias, quando se tornou opção para eleitores de classe média país afora. Mas não foi apenas esse fator que levou as eleições presidenciais para a fase de agora.
Na verdade, é impossível explicar o resultado de uma eleição tão grande, onde mais de 111 milhões de eleitores compareceram para votar, a partir de causas isoladas. Foram tantas as circunstâncias que afetaram as pessoas naqueles dias que será necessário tempo para que as consigamos identificar.
Mas houve um fato que contribuiu decisivamente para o resultado: a performance de Serra em alguns estados do Sudeste e do Sul. Em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do Brasil, ele superou as expectativas das pesquisas, sendo que, em Minas, por larga margem. Também no Paraná e em Santa Catarina algo semelhante aconteceu, em escala um pouco menor.
Se considerarmos que o conjunto das pesquisas disponíveis captava corretamente o que estava acontecendo nesses estados até meados de setembro, tivemos neles um expressivo crescimento de Serra nas duas semanas finais da eleição. Foi um movimento tão importante quanto o bom desempenho de Marina na explicação do desfecho do primeiro turno.
Nos três outros estados das duas regiões, não houve surpresas em relação a Serra. No Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, ele ficou do tamanho que as pesquisas estimavam: atrás, mas perto de Dilma, no primeiro e no terceiro; distante dela e de Marina no Rio. Tanto lá, quanto no Espírito Santo, o problema de Dilma foi apenas a performance de Marina.
É evidente que muita coisa aconteceu em São Paulo, em Minas, no Paraná e em Santa Catarina que explica porque Serra melhorou. Cada estado tem particularidades, em cada um a campanha assumiu características próprias.
Todos, no entanto, se parecem em uma coisa: nos quatro, Lula se envolveu na guerra das sucessões estaduais, sempre assumindo o lado que contrariava o sentimento majoritário do eleitorado.
Retrospectivamente, vê-se com clareza que foi isso que ele fez. Nos quatro estados, venceram os candidatos a que Lula se opunha, todos no primeiro turno. Ou seja: não apenas ele não levou aqueles que apoiava à vitória, mas confrontou o desejo de mais da metade dos eleitores de cada lugar.
As vitórias de Anastasia, Alckmin, Beto Richa e Raimundo Colombo não foram ameaçadas pela participação de Lula nas campanhas de Hélio Costa, Mercadante, Osmar Dias e Ideli Salvati. Nenhum dos seus candidatos “virou” o quadro desfavorável com que se defrontava.
É provável, no entanto, que o preço pago por Lula tenha sido alto. Ter ido brigar (inutilmente) por esses candidatos pode ter tirado sua força na batalha principal: eleger Dilma.
As eleições estaduais transcorriam em um plano e a presidencial em outro. Em Minas, não era estranho que o eleitor pensasse em Anastasia e Dilma, assim como nela e, no Paraná, em Beto, ou, em Santa Catarina, em Raimundo Colombo. Até em São Paulo, não era incomum votar Alckmin e Dilma.
O que levou inúmeros eleitores nesses estados a se “alinhar”, votando PSDB (ou DEM) para os governos estaduais e para presidente, foi o discurso dos aliados de Lula. Foram eles que condicionaram o voto em Dilma a opções locais que eram contrárias ao que a maioria queria.
O uso (ou, melhor dizendo, o abuso) da imagem de Lula, desperdiçada na tentativa de eleger esses candidatos (alguns inteiramente inviáveis), só enfraqueceu seu poder de transferência. Melhor se o tivesse preservado para função mais relevante.

Serra atrasado: Elio Gaspari
Contumaz retardatário, José Serra conseguiu bater todas as suas marcas. Chegou com 46 anos de atraso à Marcha da Família com Deus pela Democracia, que juntou 200 mil pessoas no Centro de São Paulo manifestando-se contra o governo de João Goulart.
A “Marcha da Família” foi a maior manifestação popular de 1964. Doze dias depois de sua realização, Goulart foi deposto.
Segundo o cônsul americano na cidade, “quase todas as famílias das classes média e alta estavam representadas, com pequena participação das classes mais baixas”.
Quem deu musculatura à manifestação foram organizações religiosas e líderes políticos. Anos depois, as senhoras que lideraram a Marcha tornaram-se um estorvo para os generais.

Nuances do voto: Merval Pereira
O cientista político Cesar Romero Jacob, diretor da editora da PUC, coordena uma equipe de pesquisadores brasileiros e franceses que estuda a “geografia do voto” nas eleições presidenciais do Brasil. Eles terminaram o mapeamento da eleição do primeiro turno da eleição deste ano, completando a cartografia das seis eleições da redemocratização, de 1989 a 2006.
Através dos mapas, identificam-se as nuances do processo eleitoral, explica Romero Jacob, que ressalta que o mapa da votação de Dilma Rousseff este ano é muito semelhante ao de Lula em 2006, mas tem diferenças que podem ser exploradas no segundo turno.
Mesmo que o percentual dos dois tenha sido muito parecido – Lula teve 46% em 2002, 48% em 2006 e Dilma teve agora 47%.
Dilma, em relação a Lula na última eleição, cai em umas regiões e cresce em outras. Por exemplo, aumentou a votação no sul do país, no Rio Grande do Sul, sobretudo, mas também tem um crescimento em Santa Catarina e no Paraná, além de melhorar a votação na área de agronegócio.
Mesmo que essa região tenha votado a favor do Serra – venceu em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso – houve um crescimento da votação do PT.
Mas ela caiu em muitas outras áreas, até 25 pontos, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo (onde a queda foi geral), no leste de Minas, (mas cresce no Oeste mineiro) no litoral da Bahia e Pernambuco (mas cresce no interior dos dois estados) e nos estados de Rio Grande do Norte e Paraíba. Caiu também no Maranhão.
Mesmo que ela tenha vencido as eleições nesses estados, houve uma queda em comparação com a votação de Lula em 2006.
Na área do agronegócio, que tem se caracterizado nas últimas eleições por um voto contrário ao governo devido à valorização do Real que prejudica as exportações, houve uma estratégia do PT para crescer no sul e no centro-oeste, reduzindo a diferença a favor do PSDB.
No nordeste e no sudeste, Dilma venceu no primeiro turno, mas teve uma votação menor do que Lula obteve em 2006. A estratégia de Lula de lançar uma candidata que nasceu em Minas e fez sua vida política no Rio Grande do Sul deu bons resultados para o governo, avalia Romero Jacob.
Ela manteve a vitória do PT em Minas e retomou o Rio Grande do Sul para o partido. Talvez esse crescimento da Dilma em Santa Catarina, Paraná, e no centro-oeste possa ter sido fruto de um certo espírito gaúcho, comenta Cesar Romero Jacob, lembrando que nessa região Brizola sempre teve muito voto.
Os mapas de votação mostram também que há uma queda na votação petista na faixa litorânea, a partir do Rio Grande do Norte.
O mapa de votação do Serra também é muito parecido com o do Geraldo Alckmin em 2006. Há uma área contínua que pega o sul do país, o centro-oeste, São Paulo e uma parte de Minas onde prevalece o voto tucano.
Mas quando comparamos a votação deste ano com a de 2006, verificamos que há uma queda em toda essa região. O Serra, com 33% dos votos, superou sua própria votação em 2002, que foi de 23%, mas ficou nove pontos percentuais abaixo da votação de Alckmin em 2006, de 42%.
Essa diferença foi absorvida em alguns lugares pela Dilma, e em outros pela Marina. Assim como Dilma, nas áreas em que diminuiu a votação, ela perdeu ou para o Serra ou para a Marina.
O mapa da votação de Serra mostra também um crescimento em regiões onde o PSDB não costumava vencer: no norte do Rio de Janeiro, especialmente em Campos, no Espírito Santo, na Bahia e em Governador Valadares em Minas e no Acre.
Esses 9 pontos percentuais de eleitores que votaram em Alckmin no primeiro turno de 2006 muito provavelmente voltarão em sua maioria para Serra no segundo turno, avalia Romero Jacob.
O mapa de abstenção, votos brancos e nulos do primeiro turno demonstra que as regiões norte e nordeste, onde Dilma teve seu melhor desempenho, tiveram o maior nível, chegando em certas áreas a 45% dos eleitores.
Já na eleição do segundo turno, o perigo maior é nas regiões sul e sudeste, onde os cidadãos de maior renda podem viajar no feriadão.
Mas há uma nova classe média emergente que também está viajando mais, e que pode ser também prejudicial a Dilma.
No caso do mapa de votação de Marina Silva, há uma área contínua no sudeste do país: em São Paulo, Marina teve 20% dos votos, que tirou na maioria do Serra, que teve 40% dos votos, ficando distante de Alckmin, com 50% de votos para governador.
Já em Minas, Romero Jacob acha que ela tira votos da Dilma, que teve 47% dos votos contra 21% de Marina. No Rio de Janeiro, Dilma vence com 44%, mas a Marina teve 32%. No Espírito Santo, Dilma teve 37% e Marina 26%.
Outro elemento que chama a atenção é o desempenho da Marina no Oeste do Tocantins, onde os estudos mostram que há uma concentração evangélica muito grande.
Não foi à toa que Garotinho teve um bom desempenho naquela região na eleição de 2002.

Irmão de diretor da Eletrobras negocia projetos de energia
Edgar Cardeal oferece a empresas negócios em setor que irmão coordena
Contrato prevê "taxa de sucesso" se o negócio vingar; Valter Cardeal é homem de confiança de Dilma no setor elétrico
Texto de: Silvio Navarro e Fernando Odilla
O irmão do diretor de Engenharia e Planejamento da Eletrobras, Valter Cardeal - homem forte de Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico -, atua como consultor de empresas interessadas em investir em energia eólica, área que terá R$ 9,7 bilhões em investimentos do PAC 2.
Edgar Luiz Cardeal é dono da DGE Desenvolvimento e Gestão de Empreendimentos, criada em 2007 para elaborar projetos no setor.
O responsável pela gestão do Proinfa, programa de incentivo ao uso de energias alternativas - como a eólica - é o irmão do empresário.
Valter Cardeal é braço-direito de Dilma no setor elétrico há 20 anos. Quando a presidenciável do PT foi secretária de Minas e Energia do RS, ele era diretor da CEEE, empresa estadual de energia.
Ele também preside o Conselho de Administração da Eletrosul, que gerencia a política energética no Sul -onde atua a empresa do irmão.
Edgar oferece a empresas projetos para erguer torres de energia eólica em fazendas cuja locação ele negocia.
Sócio de duas empresas do ramo, Ricardo Pigatto relatou à Folha ter contratado Edgar para investir em três parques eólicos no RS. "Estabelecemos um valor fixo com pagamentos mensais e, depois, uma taxa de sucesso se o negócio der certo."
Assinante do jornal leia mais em Irmão de diretor da Eletrobras negocia projetos de energia
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Diretor da Eletrobras, Valter Cardeal afirmou não que não tem relação "nem conversa" com o irmão Edgar Luiz, empresário do setor de energia eólica no Sul.
"Não posso ter um irmão? Não há absolutamente nenhum conflito. Ele tem a vida dele como engenheiro e empresário. Aliás, nem sei, porque não converso com ele."
"Não devo nada nem fiz nada errado na minha vida. Tenho responsabilidade como gestor público, com as pessoas que eu trabalho e pelo que eu faço pelo nosso país", completou.
Edgar Cardeal negou ser um "abridor de portas".
"Nunca fiz nem faço esse papel", disse.
Assinante do jornal leia mais em Atividades não têm conflito, afirma Cardeal

Diocese encomenda panfletos anti-Dilma: Breno Costa
Panfletos assinados por um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) recomendando voto contra o PT nas eleições, devido à posição favorável do partido em relação à descriminalização do aborto, foram encomendados pela Mitra Diocesana de Guarulhos.
Kelmon Luís Souza, católico ortodoxo, disse que encomendou, desde setembro, 20 milhões de panfletos em gráficas de São Paulo a pedido da diocese.
Uma delas, com 1 milhão de panfletos, foi descoberta ontem pelo PT.
Kelmon não revelou o custo da produção - só disse que "doações pesadas de quatro ou cinco fiéis" a bancaram.
Parte dos panfletos, que reproduz um "apelo a brasileiros e brasileiras" assinado pela cúpula da regional paulista da CNBB, foi distribuída no dia 12, em missas em Aparecida (SP) e Contagem (MG).
Leia mais em Diocese encomenda panfletos anti-Dilma

Desde 2007, o assassinato de gays no país cresceu 62%: Carolina Benevides e Rafael Galdo, O Globo
Alçados a tema central da campanha presidencial, o casamento gay, a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia têm sido debatidos pelos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) a partir do viés religioso e sem levar em conta um dado alarmante: o número de homossexuais assassinados por motivação homofóbica cresce a cada ano.
Em 2009, 198 foram mortos no Brasil. Onze a mais que em 2008, e 76 a mais do que em 2007, um aumento de 62%.
Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), fundado em 1980 e o único no país a reunir as estatísticas.
Segundo o GGB, de 1980 a 2009 foram documentados 3.196 homicídios, média de 110 por ano.
- Infelizmente, a homofobia é um aspecto cultural da sociedade brasileira, que empurra os homossexuais para a clandestinidade, fazendo com que permaneçam à margem mesmo quando são mortos. Gays, lésbicas e travestis são mortos de forma cruel, geralmente tendo o rosto desfigurado, e acabam sendo considerados culpados. Só os crimes muito hediondos comovem - diz Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.
Leia mais em Número de assassinatos de gays no país cresceu 62% desde 2007, mas tema fica fora da campanha

Lula em BH tenta reagir à ofensiva de Aécio Neves: Thiago Herdy, O Globo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reagiram neste sábado à ofensiva de Aécio Neves (PSDB) que prometeu virar a eleição a favor de José Serra no segundo maior colégio eleitoral do país.
Depois de percorrer sete quilômetros em uma carreata que começou nos bairros nobres de Belo Horizonte e terminou em um comício relâmpago com militantes no Centro da capital, Lula apostou na mineiridade de Dilma para vencer as eleições no estado e disse mais uma vez ser vítima do preconceito "dos ricos".
- Belo Horizonte nunca teve um presidente e ela será a primeira - discursou Lula, seguindo o script da coordenação de campanha de Dilma no estado, que aposta na estratégia de ressaltar as origens da candidata para tentar neutralizar o efeito Aécio e ganhar os votos obtidos por Marina Silva (PV) no estado em 3 de outubro.
No primeiro turno, a candidata do PV obteve 2,2 milhões de votos, 560 mil deles (39,8%) apenas em Belo Horizonte, onde venceu as eleições.
Na capital, Dilma teve 30,9% dos votos e Serra, 27,7%.
- Eu nasci aqui e, se Deus quiser, eu vou ser a primeira mineira presidente do Brasil. Essa terra em que eu vi pela primeira vez a luz da vida e que me ensinou os valores da liberdade - discursou Dilma, antes de citar Juscelino Kubitschek, Tiradentes e Tancredo Neves como mineiros que considera ilustres.
Lula provocou a militância a fazer carreatas até o dia das eleições e a buscar conversar "diretamente com o povo".
No início do trajeto, ele foi alvo de gestos e sinais de desaprovação por parte de moradores dos bairros nobres, o que lhe causou descontentamento.
- Fico constrangido porque aquelas pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo. Na verdade, o que eles não conseguiram superar foi o preconceito. O preconceito contra um metalúrgico ser presidente da República e fazer pelo Brasil o que eles não conseguiram fazer - atacou Lula.
Voltando-se para Dilma, o presidente disse acreditar que neste momento o que está em jogo não é apenas o preconceito contra sua candidata.
- Agora, é preconceito e medo de ver uma mulher ganhar as eleições e fazer pelo Brasil mais do que eles fizeram. O que é importante é que você viu a diferença da elite e do povo. É com esse povo e para esse povo que você vai governar o país - discursou Lula.
Leia mais em Ao lado de Dilma, Lula percorre BH para tentar reagir à ofensiva de Aécio em favor de Serra

Senador eleito, Aécio assume lado cabo eleitoral de Serra: Adriana Vasconcelos, O Globo
Depois de conquistar no primeiro turno a maior vitória da oposição nesta eleição - garantiu a própria eleição e a do ex-presidente Itamar Franco (PPS) para o Senado, além da reeleição do governador Antonio Anastasia (PSDB) -, o tucano Aécio Neves se transforma, no segundo turno, no principal cabo eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
Ele já organiza um ato pró-Serra para o dia 24 na orla do Rio de Janeiro.
Esta semana, atendendo a um pedido de Serra, deixará os limites de Minas Gerais e começará um roteiro de viagens por Goiás, Mato Grosso, Pará, Piauí, Alagoas e Bahia.
- Vou me dividir com o Anastasia. Naqueles em que o Serra não vier e eu estiver, quero fazer dobradinha com o Beto e o Geraldo (Alckmin). Vou estar por conta nesses próximos 15 dias. Propus um grande ato no dia 24 na orla do Rio, de caráter nacional, com figuras da sociedade civil, movimentos e setores que apoiam sua candidatura - conta.
Aécio considera que o segundo turno da disputa presidencial deixa um ensinamento especial para o PT e os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, que se deixaram levar, afirma ele, pela soberba e por acreditarem que a popularidade do presidente Lula seria suficiente para garantir a vitória à petista.
Leia mais em Senador eleito, Aécio assume lado cabo eleitoral e diz que campanha de Dilma foi permeada por 'certa soberba'

Serra nomeou filha de Paulo Preto em SP: Fábio Zambelli
No primeiro mês como governador de São Paulo, José Serra (PSDB) nomeou uma filha do ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, para cargo de confiança no Palácio dos Bandeirantes.
A jornalista Tatiana Arana Souza Cremonini foi contratada como assistente técnica de gabinete em decreto assinado por Serra em 29 de janeiro de 2007.
Ela atua no cerimonial, com salário de R$ 4.595, com gratificações.
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Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo informou que Tatiana foi contratada por sua formação profissional e pela fluência em inglês e espanhol.
Serra, por meio de sua assessoria, afirmou que todos os processos para nomeação de servidores de confiança "são instruídos pelas secretarias responsáveis pela indicação, chegando às mãos do governador após processo de avaliação criterioso, como ocorreu nesse caso".
A assessoria do candidato sustenta que "o governo de SP possui mais de 6.000 cargos de livre provimento" e, por lei, as nomeações são assinadas pelo governador.
Questionado, o tucano não respondeu se conhecia o parentesco de Tatiana com o ex-diretor da Dersa na ocasião de sua nomeação.
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Boato de 'fim' da Zona Franca tira voto de Serra no AM: Elvira Lobato
Um boato minou a candidatura de José Serra na capital do Amazonas: a ideia, disseminada boca a boca, de que o tucano é inimigo da Zona Franca de Manaus e de que, se eleito, acabaria com os incentivos que alimentam o polo industrial e a economia do Estado.
A Zona Franca emprega 105 mil trabalhadores diretos, o que corresponde a 1 de cada 11 eleitores de Manaus. Além disso, ela gera 400 mil empregos indiretos, que representam 35,5% do total de 1,12 milhão de eleitores.
O estigma de Serra é apontado como o principal fator da esmagadora vantagem de Dilma no primeiro turno.
Sem ir a Manaus, ela teve 455 mil votos a mais do que Serra. Ele obteve só 6,6% dos votos válidos na capital, contra 56,36% da petista e 35,9% de Marina Silva (PV).
A Folha conferiu a força do estigma nas fábricas. "Votei na Dilma para manter meu emprego", disse Francisco Evandro Lopes, 42, líder de turma na Nissin, que faz componentes de motos.
(...) O rótulo de inimigo surgiu porque Serra, no Ministério do Planejamento (95-96), fez uma intervenção branca na Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Serra nomeou superintendente Mauro Ricardo Santos, atual secretário de Fazenda de SP, que demitiu 80 funcionários fantasmas ligados a políticos.
"Mauro Costa moralizou e modernizou a administração", diz o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB).
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Marina anunciará 'independência' no segundo turno
Após duas semanas de queda de braço, aliados da ex-presidenciável Marina Silva dizem que ela fechou acordo com a cúpula do PV para se declarar neutra no segundo turno e evitar um apoio formal do partido ao candidato José Serra (PSDB).
O rumo dos verdes será anunciado hoje, em São Paulo. A votação terá caráter simbólico, já que os filiados serão liberados para aderir ao tucano ou a Dilma Rousseff (PT).
Dois ex-dirigentes da campanha de Marina disseram que ela não pedirá votos para Serra ou Dilma "em hipótese alguma".
Pelo combinado, o PV endossaria a opção pela neutralidade, embora uma ala da direção esteja pronta a se engajar na campanha tucana.
A aliados Marina sugeriu trocar o termo "neutralidade" por "independência", numa estratégia para escapar da eventual acusação de que se omitiu no segundo turno.
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61 políticos eleitos são proprietários de rádios ou TVs: Felipe Bächtold e Sílvia Freire
Afiliadas da Globo, da Record, do SBT e da Band e uma série de pequenas rádios são de propriedade de 61 políticos eleitos no último dia 3.
O patrimônio declarado em empresas de rádio e TV é de cerca de R$ 15 milhões.
Na campanha, esses meios de comunicação podem, em tese, ajudar a promover a imagem de seus sócios.
Levantamento da Folha com declarações de bens localizou 91 participações em rádio e TV. Entre elas, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e as famílias de Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-MA).
A lei permite que ocupantes de cargos no Executivo ou Legislativo sejam sócios de empresas de rádio e TV e proíbe que estejam à frente da gestão das emissoras, o que é pouco fiscalizado.
O maior patrimônio declarado é de Júlio Campos (DEM-MT), eleito deputado federal: uma rede de TV de R$ 2,9 milhões. A seguir, vêm os irmãos Roseana (DEM) e Zequinha Sarney (PV).
Dos 61 eleitos, pelo menos dois deputados participam da Comissão de Comunicação da Câmara, que aprova as renovações de rádio e TV: Antônio Bulhões (PRB-SP) e Arolde Oliveira (DEM-RJ).
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PF investiga fraude em títulos de eleitor em cartórios do MA: Hudson Corrêa e Sílvia Freire
A Polícia Federal investiga falsificação de certidões de nascimento, em cartórios do Maranhão, usadas para obter títulos de eleitor em nome de quem não existe.
Segundo estimativa da presidente da Anoreg-MA (associação dos responsáveis por cartórios no Estado), Alice Emiliana Brito, cerca de 300 mil certidões fraudadas serviram, nos últimos anos, para tirar o título e obter aposentadorias da Previdência Social. A PF disse não trabalhar com o número.
Responsável por fiscalizar cartórios, o corregedor do Tribunal de Justiça, Antonio Guerreiro Júnior, disse que pode pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recadastramento de eleitores no Estado devido às suspeitas.
Guerreiro cita o caso do município de Timbiras onde, segundo ele, a PF encontrou 900 títulos possivelmente obtidos com certidões falsas.
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Ibope, Paraíba - Coutinho 57%, Maranhão 40%: Terra.com
A pesquisa Ibope para o governo da Paraíba, divulgada neste sábado (16), aponta que Ricardo Coutinho (PSB) tem 57% dos votos válidos (não contam brancos, nulos e indecisos), enquanto o candidato à reeleição, José Maranhão (PMDB), figura com 43% das pretensões dos eleitores.
Pelos votos totais (que incluem brancos, nulos e indecisos), o candidato do PSB aparece com 52% das intenções de voto. Já Maranhão, 40%.
Brancos e nulos representam 3% e os indecisos, 5%.
A pesquisa foi encomendada pelas TVs Cabo Branco e Paraíba - afiliadas da Rede Globo - e foi realizada com 1.204 eleitores, entre os dias 12 e 14 outubro.
A consulta foi registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) sob o protocolo número 36745/2010.
A margem de erro é de 3 pontos para mais e para menos.

Ibope, Pará - Jatene 60%, Ana Júlia 40%: Aline Brelaz, Terra.com
A primeira pesquisa eleitoral no segundo turno das eleições no Estado do Pará aponta a vantagem de Simão Jatene (PSDB) com 60% dos votos válidos e Ana Júlia Carepa (PT) com 40% dos votos.
A pesquisa foi feita pelo Ibope, encomendada pela TV Liberal/Rede Globo no Pará.
A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
O levantamento também registrou 5% de votos brancos e nulos e outros 5% dos eleitores consultados disseram que não sabem ou não quiseram responder à consulta do Ibope.
Levando em consideração brancos e nulos e os indecisos, Simão Jatene aparece na pesquisa com 54% dos votos e Ana Júlia Carepa com 36%.
Foram ouvidos 812 eleitores de 40 municípios paraenses entre os dias 13 e 15 deste mês. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 35857/2010.

Cem anos sem tirar a seca do sertão: Fábio Fabrini e Roberto Maltchik, O Globo
Criado para levar água ao sertanejo e melhorar suas condições de vida, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) completou cem anos com o orçamento turbinado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas estrutura raquítica para executá-lo e frear irregularidades.
Auditoria recém-concluída pela Controladoria Geral da União (CGU) sobre as atividades de 2009 - ano do centenário - revela que obras e até serviços de bufê têm sido superfaturados.
Quando saem do papel, açudes para matar a sede do nordestino são cavados onde não mora ninguém. Locais tão despovoados quanto o próprio Dnocs, cuja maioria do pessoal debandou nos últimos anos sem que houvesse reposição. Quem ainda não foi embora estará apto a se aposentar em oito anos.
No Ceará, a segunda etapa do projeto de irrigação de Tabuleiro de Russas, obra estratégica para impulsionar a fruticultura e garantir emprego à população, esbarra em suspeitas de superfaturamento de R$ 5,9 milhões na compra de tubulações de ferro fundido.
Em razão das irregularidades, a conclusão da obra, orçada em R$ 100 milhões, patina há oito anos, e só agora, após uma longa batalha entre o Dnocs, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a CGU, o orçamento do projeto está sendo reavaliado.
Os órgãos de controle poderão exigir o cancelamento do contrato, o que retardaria mais ainda a chegada da água.
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