NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

sábado, 22 de outubro de 2011

A maldição da abundância

Texto de HÉLIO SCHWARTSMAN
Compreensivelmente, o secretário da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, Renato Villela, não gostou da coluna "A doença fluminense" (18/10) e pôs-se a rebatê-la no artigo "O Rio vai bem, obrigado" ("Tendências/Debates", ontem).
Se tivesse lido o texto com um pouco mais de atenção -e um pouco menos de paranoia-, teria visto que não "desqualifiquei a posição do Rio na defesa de suas receitas constitucionais". O que afirmei é que o Estado está gastando mal os recursos do petróleo. Escrevi também que, no caso de uma nova repartição, nada indica que as demais unidades federativas vão fazer melhor uso dos valores.
As informações de Villela confirmam o diagnóstico. Dois terços do dinheiro recebido em 2011 foram para a Previdência estadual. Faria sentido alocar os royalties nesse sistema se ele constituísse um fundo de pensão, com investimentos de longo prazo, cujos rendimentos poderiam ser usados para financiar as aposentadorias (como ocorre na Noruega).
Uma vez que não é esse o caso da maioria dos Estados brasileiros, a transferência só libera recursos que teriam de ser empregados nessa rubrica para serem gastos em outras áreas, notadamente as despesas correntes.
Em suma, não há garantia de que o dinheiro extra vá beneficiar as próximas gerações. Ao contrário, não é desprezível o risco de que, quando o óleo se esgotar, nossos filhos e netos herdem uma máquina pública fiscalmente inviável. Estariam, assim, pior do que na hipótese de o petróleo nunca ter sido descoberto.
O mau uso não é exclusividade das autoridades estaduais. A boa reportagem de Pablo Nogueira, publicada na revista "Unesp Ciência" de fevereiro de 2010, reuniu vários estudos acadêmicos sobre as cidades do Rio que mais arrecadam com royalties. A conclusão é que a abundância não se traduziu em qualidade de vida para os habitantes. O efeito mais notável da bonança orçamentária foi a multiplicação de funcionários.

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