NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Brasil convive com diferentes mundos, diz diretor de entidade... O Brasil ficou mais corrupto diz o ranking da Transparência Internacional que mede a percepção de corrupção em 183 países.

Artigo de VAGUINALDO MARINHEIRO
No Brasil convivem vários mundos. Um que avança e cria mecanismos para combater a corrupção e outros onde práticas centenárias como compra de votos e nepotismo continuam enraizadas.
Essa é a opinião de Alejandro Salas, diretor para as Américas da Transparência Internacional.
Na entrevista abaixo, ele comenta a demissão de ministros no Brasil, o movimento dos indignados e a chamada Primavera Árabe.
Para Salas, apesar de o mundo continuar muito corrupto, há razões para otimismo porque há mais manifestações populares. "Isso mostra que as pessoas estão alertas e dispostas a lutar por seus direitos", afirma.
Com relação à corrupção, a situação do mundo está melhor ou pior?
Alejandro Salas: O melhor é analisar por blocos. Se pegarmos os países nas piores posições, são aqueles com instituições muito fracas. Por diferentes motivos. Afeganistão (180º lugar), por exemplo, ainda sofre com uma guerra interna. O Haiti (175º) teve desastres naturais, mas já vinha de situação política complicada. Já a Venezuela (172º) e a Coreia do Norte (182ª) são países muito centralizados, onde não há equilíbrio entre Poderes.
O balanço de forças, que normalmente existem em regimes democráticos, com autonomia do Judiciário, de um Legislativo, não ocorrem nesses países.
Já as nações que aparecem na ponta --como a Nova Zelândia (1º), as escandinavas, a Austrália (8º) e o Canadá (10º)-- são aquelas com instituições muito sólidas há vários anos.
Dois terços dos países foram reprovados. Obtiveram nota menor que 5.
Sim. É uma constatação terrível. Vemos algumas democracias consolidadas que estão perdendo posições e próximas da nota cinco, como Espanha (nota 6,2, 31º lugar) e Portugal (6,1, 32º lugar). O caso da Grécia (80º) e Itália (69º) é ainda pior.
Os dois países sofrem com enormes crises econômicas e também estão entre os reprovados. É curioso ver que em alguns desses países, mas também nos EUA (24º), houve grande manifestação popular contra medidas econômicas, mas também contra muitas das instituições que parecem não estar funcionando muito bem.
E o Brasil, por que não avança?
O Brasil, o México, e mesmo o Peru e a Colômbia são países em que convivem muitos mundos. No Brasil, há um bom trabalho de corregedorias, mais acesso a informações, mais transparência nos gastos públicos. Mas em muitas cidades ou Estados continuam práticas centenárias, como o nepotismo e a compra de votos.
No México, há o narcotráfico que promove a corrupção porque interessa a ele instituições fracas para que continue a operar.
O senhor fala de Estados e municípios, mas neste ano houve vários casos no governo federal brasileiro, com a saída de ministros acusados de corrupção.
Esses casos têm dois efeitos. Um é dar a impressão de que há muita corrupção no Brasil e em várias esferas. Por outro lado, dá a impressão de que está havendo punição, que a corrupção tem consequências, que os problemas não estão sendo colocados debaixo do tapete.
Que efeitos práticos tem essa percepção de que um país é corrupto?
Afugenta, por exemplo, negócios, investimentos. O empresário vai sempre pensar que seu custo será maior porque terá de pagar algum tipo de propina.
Além disso, se a Justiça é frágil e corrupta, há sempre o medo de que você não está amparado pelas leis. Também tem efeito na busca de um país por mais liderança no mundo.
O que pode ser feito para melhorar?
O mais importante é pensar que a solução não está nas mãos de uma só pessoa, de um presidente, por exemplo. É claro que o Poder Executivo precisa ter vontade política para fazer do combate à corrupção um tema importante. Precisa também acabar com a impunidade, seja de um pequeno funcionário, seja de ocupantes de altos cargos.
Há ainda a necessidade de uma mudança de mentalidade das pessoas comuns. Muitas vezes são os cidadãos, os empresários que fomentam a corrupção ao oferecer dinheiro a um agente público para obter vantagens ou se livrar de multas.
O cenário é de otimismo ou de pessimismo?
Foi um ano positivo porque pudemos ver as pessoas mostrando um cansaço com o estado das coisas e exigindo mudanças. Além dos movimentos dos indignados em vários países do Ocidente, vimos também toda a Primavera Árabe, com os jovens lutando contra governos e contra muitas formas de corrupção. Isso mostra que as pessoas estão alertas e dispostas a lutar por seus direitos. Isso, sem dúvida, acaba funcionando como um inibidor da corrupção.
Brasil é o 73º em ranking que mede percepção da corrupção
Após três anos de ascensão contínua, o Brasil caiu no ranking da Transparência Internacional que mede a percepção de corrupção em 183 países.
No ano passado, o Brasil ocupava a 69ª posição. Aparece agora em 73º lugar, atrás de Gana, Namíbia, Botsuana e Ruanda, por exemplo, para citar apenas os africanos.
Na América do Sul, está muito atrás do Chile, que ocupa a 22ª posição, e do Uruguai (25º).
A mudança de posição no ranking, porém, não representa um aumento da percepção de corrupção no país. A nota atribuída ao Brasil ficou praticamente estável, era de 3,7 em 2010 e está agora em 3,8, numa escala que vai de 0 (muito corrupto) a 10 (nada corrupto).
O que aconteceu é que entraram novos países no ranking, como Santa Lúcia, Bahamas e São Vicente e Granadinas, que aparecem na frente do Brasil.
Cuba, que empatara com o Brasil em 2010, melhorou e está agora na 61ª posição.
O ranking é liderado pela Nova Zelândia, seguida de Dinamarca e Finlândia. No fim da lista estão empatados Somália e Coreia do Norte, que aparece pela primeira vez no estudo.
A Venezuela é o pior país na América do Sul (172º).
Para a Transparência Internacional, órgão que tem sede em Berlim, a situação do mundo é muito preocupante. Dos 183 países analisados, 134 foram reprovados --receberam notas abaixo de 5, o que significa que têm sérios problemas de corrupção.
O ranking é composto com base em documentos e programas de combate à corrupção e também entrevistas... Em cada país, são ouvidos empresários locais e estrangeiros e analistas. Eles são questionados se pagaram ou se foi exigido deles que pagassem propina a agentes públicos.

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