NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Será Sarney uma reencarnação?... Ou apenas uma repetição da história...

ASCENSÃO E QUEDA DE PINHEIRO MACHADO
Texto extraído do livro BRASIL: UMA HISTÓRIA cinco séculos de um país em construção de Eduardo Bueno. Edição 2010; página 301, editora LEYA.
A posse de Venceslau Brás deixou claro que a influência do senador José Gomes Pinheiro Machado na política brasileira estava em declínio. Ainda assim, talvez jamais tivesse havido em toda a história republicana do Brasil um homem com tanto poder pelo menos não durante tanto tempo quanto o que Pinheiro desfrutara até aquele momento, novembro de 1914. Desde que afastara o paulista Francisco Glicério e assumira, em 1905, a liderança da facção majoritária do Senado batizada de “Bloco” —, Pinheiro Machado se tornara o homem mais influente da política brasileira. Como chefe das comissões apuradoras do Congresso, ele simplesmente decidia quais políticos tomariam posse, quais não -  independentemente do número de votos que tivessem recebido.
Com muita propriedade, a imprensa passou a chamá-lo de “fazedor de reis”, ou “o homem que governa o governo”; e os caricaturistas, a representá-lo como um galo (“chefe do terreiro”) ou uma raposa (“terror dos galinheiros políticos”). Para boa parte da população, Pinheiro era a encarnação de todos os males que afligiam a nação. Formado na Faculdade de Direito de São Paulo e veterano de duas guerras (a do Paraguai e a Revolução Federalista de 1893, na qual fora o chefe da poderosa divisão do Norte, que derrotara Gumercindo Saraiva), o gaúcho Pinheiro fora feito general por Floriano Peixoto quando já era um experiente caudilho.
A vertiginosa ascensão política de Pinheiro Machado começou em 1902, quando se tornou o vice-presidente do Senado, cargo que manteve até 1905. De 1905 a 1915, não só se firmou como a figura mais poderosa do Congresso corno revelou-se capaz de “fazer” todos os presidentes, participando decisivamente das eleições de Rodrigues Alves e Afonso Pena (apesar de ambos não gostarem de seu estilo). Com a posse de Hermes da Fonseca, o poder de Pinheiro se tornou quase absoluto. Ainda assim, não conseguiu lançar o próprio nome para a Presidência.
No início de 1915, Pinheiro cometeu seu maior erro político ao tentar impedir a posse de Nilo Peçanha, eleito presidente do Rio de Janeiro. Quando uma multidão cercou seu carro, com o objetivo de linchá-lo, na saída do Senado, Pinheiro ordenou ao chofer: “Avance, nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça covardia”, Homem de frases fabulosas, também diria: “É possível que o braço assassino, impelido pela eloquência delirante das ruas, nos possa atingir”. Se o golpe viesse, Pinheiro Machado garantia que não ocultaria, “como César, a face com a toga, e, de frente, olharemos (...) a ignóbil figura do bandido”. Essa promessa o caudilho não pôde cumprir: a 8 de setembro de 1915, no saguão de um hotel do Rio de Janeiro, Pinheiro foi assassinado com uma facada pelas costas. O “sicário” chamava-se Francisco Manso de Paiva e era um zé-ninguém.
O “FAZEDOR DE REIS”
Pinheiro Machado era uma figura imponente. Esguio, com um alfinete de pérola na gravata de seda e uma bengala com o cabo de marfim (“de unicórnio’: dizia ele), andava ereto, oferecia banquetes suntuosos, adorava galos de rinha, jogava pôquer e bilhar e utilizava um vocabulário floreado, posto a serviço da retórica agressiva. Poderoso e adulado, Pinheiro fez da política “um meio de se tornar mais rico’: segundo o historiador norte-americano Joseph Love. “Noutras palavras: pairava ao seu redor um ar inconfundível de corrupção.” Talvez por isso tenha havido carnaval no Rio de Janeiro e em São Paulo quando a notícia de que Pinheiro fora assassinado se espalhou. O povo associava sua figura à carestia, aos desmandos políticos e à manutenção do poder nas mãos dos oligarcas. Embora todas as evidências apontassem em direção a uma conspiração, nunca ficou provado que Francisco Manso de Paiva —padeiro gaúcho desempregado e semianalfabeto estivesse agindo sob as ordens de alguns dos inúmeros e poderosos inimigos de Pinheiro. Ao ser preso, a poucas quadras do hotel, o assassino trazia um bilhete no qual pretendia justificar sua atitude, caso fosse morto. A nota, que enfatizava o sofrimento do povo e o atribuía a Pinheiro, parecia redigida por alguém mais letrado do que Paiva. Mas o julgamento, presidido por Flores da Cunha, fervoroso aliado de Pinheiro, não conseguiu incriminar ninguém além do próprio assassino. De qualquer forma, ao desbancar Bahia e Pernambuco, Pinheiro mudara o mapa político do Brasil, tornando o Rio Grande do Sul o terceiro Estado mais importante da federação, atrás de São Paulo e de Minas. Embora não tivesse sido capaz de impor seu nome à Presidência, Pinheiro deixou o Rio Grande nas mãos de Borges de Medeiros.

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