NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O RETRATO DE UM BRASIL QUE ANDA PARA TRÁS

JADER VOLTA E MANDA RECADOS AO PLANALTO
Autor: Josie Jeronimo
Correio Braziliense - 29/12/2011
Depois de renunciar em 2001 e ter sido barrado pela Lei da Ficha Limpa, senador paraense assume o cargo em meio ao recesso parlamentar, promete ser um aliado do governo e diz que é "um recruta no fim da fila", mas dá pitacos sobre a reforma ministerial
Dez anos depois, Jader Barbalho (PMDB-PA) voltou a assumir uma das 81 cadeiras do Senado, posto que perdeu em 2001, após renunciar para escapar de um processo de cassação. Já no primeiro dia, recebeu mimos que não se aplicam aos novatos, como ser empossado em pleno recesso parlamentar e ser escoltado à liderança do PMDB para evitar protestos no Salão Azul. Apresentou-se como "um aprendiz", "um calouro", "um recruta" que entra no fim da fila, mas no meio do discurso manso mandou recados ao governo e demonstrou que chega para reforçar as fileiras do PMDB do Senado.
Jader comentou o espaço que o partido tem na Esplanada e disse que a reformulação da divisão dos postos passa por uma negociação dos líderes com o governo, mas atribuiu à presidente Dilma Rousseff a palavra final sobre a reforma ministerial. "Não considero que seja insatisfatório o espaço do PMDB, mas quem deve tomar a iniciativa para conversar sobre espaço é a presidente. Agora, essa questão é uma negociação dos líderes. Não é o PMDB que deve dizer o que quer, e sim esperar o chefe do governo se posicionar primeiro." O senador empossado ontem também fez questão de ressaltar que, apesar de o partido ter sido aliado do governo durante os oito anos de mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a chapa composta por Dilma e Michel Temer (PMDB-SP) que selou a união entre PT e PMDB.
Apesar do cuidado com as palavras, Jader disse que pertence à base do governo, mas reservou-se o direito a posições independentes. "Evidentemente que isso (pertencer à base) não me impedirá de eventualmente vir a divergir (do governo). Afinal de contas, devo o meu mandato exclusivamente ao povo do Pará."
O embate travado na Justiça para assumir o mandato impedido pela Lei da Ficha Limpa engrossa a lista de mágoas do senador, que teve o lugar ocupado pela terceira colocada na disputa de 2010, Marinor Brito (PSol-PA). Ao afirmar que não tem dívidas de gratidão por ter conseguido reaver o mandato, Jader comparou o desafio que enfrentou nas urnas — ao convencer os eleitores a votar em um candidato que teria as indicações anuladas, pois ele se enquadrava nos critérios de inelegibilidade da Ficha Limpa — às disputas históricas que travou com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (morto em 2007). "Concorri em uma eleição em que a recomendação era não votar em mim, pois o voto seria anulado. Depois do Antônio Carlos, nenhum adversário foi tão difícil. É uma homenagem que eu quero fazer ao Antônio Carlos Magalhães, que disse em uma entrevista que o adversário mais difícil era eu", lembrou.
Jader criticou os critérios da Lei da Ficha Limpa e afirmou que a regra precisa ser dividida em "duas etapas". A primeira, segundo ele, já foi encerrada e acabou quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei não valeria para as eleições de 2010. A segunda, continua o raciocínio, começa agora, na análise sobre a aplicabilidade da regra que veta a candidatura de políticos com condenações. "É como revogar a lei do divórcio e enquadrar você como bígamo", comparou.
Cartas ao Supremo
Questionado sobre a influência negativa que cartas endereçadas a ministros do STF tenham provocado, adiando sua posse, o senador do PMDB afirmou que o conteúdo das missivas era respeitoso. Jader é o último dos barrados pela Ficha Limpa a retomar o cargo no Senado. João Capiberibe (PSB-AP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) tiveram mais rapidez no resultado dos recursos. "É uma interpretação equivocada, mandei uma carta altamente respeitosa, não há uma expressão sequer", disse, negando a pressão ao relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.
Às vésperas da decisão do Supremo que determinou a posse de Jader, senadores da cúpula do PMDB se empenharam para fazer valer para o colega decisão que os magistrados tomaram favoravelmente a outros dois parlamentares também enquadrados no critério da Ficha Limpa. Ontem, na cerimônia de posse que ocorreu na presença de representantes da Mesa Diretora, apenas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), participou. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), foi substituído pela vice, Marta Suplicy (PT-SP), que deu posse a Jader. Considerado um dos principais aliados do novo senador na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) também faltou à cerimônia, mas funcionários do gabinete do líder do partido no Senado prestaram suporte a Jader.
O caçula e as travessuras
Jader Barbalho (PMDB-PA) recrutou os dois filhos mais novos para acompanhá-lo na missão de enfrentar a primeira coletiva de imprensa na volta ao Senado. Daniel, de 9 anos, sentou-se à direita do pai e Giovana, de 15 anos, à esquerda. Em vez de encontrar apoio familiar na presença das crianças, o filho mais novo de Jader deixou o peemedebista em saia-justa. Para matar o tédio, Daniel passou o tempo fazendo caretas e "chifres". Empolgado com a metralhadora de perguntas dos repórteres, Daniel levantava o dedo para também interrogar o pai e arriscou, até mesmo, perguntas incisivas. "Qual foi a maior denúncia de outro vereador do PMDB?", perguntou ao pai durante a coletiva. "Que vereador, rapaz, é senador", retrucou Jader, emendando que se arrependeu da hora em que decidiu levar o caçula para a solenidade

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