Traficantes de morros ocupados no Rio vão para outras cidades
Eles foram primeiro para favelas da Zona Norte e agora estão indo para a Baixada Fluminense e cidades da Região Metropolitana.
O desafio é permanente: investigar os traficantes de drogas. Reunir informações sobre cada passo deles. Os bandidos expulsos dos morros ocupados pela polícia estão agora em fuga no Rio de Janeiro.
A nova política de segurança já mudou a rotina de nove comunidades no Rio de Janeiro. As Unidades de Polícia Pacificadora, que garantem a presença permanente de policiais, começaram a ser instaladas em dezembro de 2008. Para milhares de pessoas que moram nessas favelas foi o fim do domínio de traficantes de drogas.
Mas informações da polícia mostram que esses mesmos bandidos agora estão em cidades vizinhas. Traficantes das comunidades ocupadas pela polícia foram primeiro para favelas da Zona Norte e agora estão indo para a Baixada Fluminense e cidades da Região Metropolitana. Operações recentes flagraram essa migração.
Na quarta- feira à noite a Polícia Federal conseguiu interceptar um bando que saía da Zona Norte do Rio de Janeiro. Três homens foram presos. Eles estavam com dois pacotes de pasta de cocaína e uma pistola israelense.
O destino era uma favela em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde na semana passada dois agentes da Polícia Civil foram mortos durante uma investigação. O homem que seria responsável pelas mortes já foi preso.
Há 15 dias outros quatro policiais militares morreram em um confronto em uma favela de Niterói. A comunidade tinha sofrido uma tentativa de invasão por bandidos das favelas da Zona Norte do Rio.
Os traficantes pegam a estrada, atravessam a Ponte Rio Niterói, primeiro em busca de esconderijo. Mas, segundo especialistas em segurança pública logo eles procuram uma atividade criminosa para agir nas cidades onde chegam.
“O que vai acabar acontecendo é o aumento da incidência de outros tipos de crime, principalmente aqueles crimes urbanos, crimes de rua”, explica o antropólogo Paulo Storani.
O pesquisador afirma que em Niterói os bandidos encontram um perfil econômico parecido com o do Rio de Janeiro. Na Baixada Fluminense e em São Gonçalo ou Itaboraí o risco é o aumento do tráfico de drogas mais baratas.
“O grande risco que nós estamos prevendo é que entre essa população com menor poder econômico haja a venda de drogas mais baratas. Isso significa a comercialização dessa droga devastadora que é o crack”, alerta Paulo Storani.
A secretaria de segurança confirma a movimentação. Mas diz que apenas os chefes do tráfico se mudam. Os outros ficam nas comunidades e desistem do crime ou são presos.
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