Por que será que apesar sermos um Brasil com uma invejável diversidade cultural, com biomas heterogêneos, bem como riquezas naturais internacionalmente reconhecidas, ainda somos considerados terceiro mundistas?
Uma das respostas se encontra na ponta da língua de qualquer brasileiro minimamente consciente de suas funções sociais e eleitorais: falta de bons gestores políticos de uma e cidadania participativa continuada.
Entendemos que a qualidade da democracia (1) se faz pela qualidade dos políticos que a comandam, e não pela quantidade. Pois, é exatamente na quantidade que se escondem os gritantes “caixa 2” e “mensalões”, além de outras metáforas “reais” sobre corrupção.
As informações do TSE (2) – Tribunal Superior Eleitoral – mostraram que 24,2% dos 377 mil candidatos a prefeitos, vice ou a vereadores (nesse item Itaboraí deve estar abaixo da média) declararam não ter completado o ensino fundamental. Outros 4,9% não possuem ensino formal, tendo declarado apenas saber “ler e escrever”.
O perfil é o mesmo do eleitorado brasileiro e não mudou nas últimas décadas, ai vem à pergunta: como se pode esperar que uma população com baixa consciência social e escolaridade escolham representantes com alto grau de instrução?
Não podemos ser hipócritas com os fatos, mas não compactuar com sua perpetuação. É preciso, sim, tornar produtivo o poder público com aquilo que temos, ou seja, os políticos que aí elegemos precisam se “politizar” mais.
Faz mister, então, promover a inclusão de políticas públicas focadas na readequação dos bolsões de “analfabetos funcionais” – sim aquele em que a pessoa sabe ler, mas não sabe pensar ou interpretar um parágrafo.
Sob este foco, a promoção de ações integradas através de ONGs e setor privado fomentando “debates continuados” em suas próprias comunidades possibilitariam o redespertar da consciência participativa cidadã das mesmas e ampliaria as possibilidades de educá-los para o sentido legitimo das políticas públicas e a se esquivar de “malandragens” de políticos assistencialistas.
Entretanto, infelizmente, quando a “máquina pública” não quer o “sistema social” não funciona e se mantém a mesmice de sempre: exclusão, incompetência, clientelismo, assistencialismo, etc., etc. e tal.
Portanto, discernir o que é melhor para a população é um ato de inteligência. E se a inteligência dos políticos para a gestão pública não é priorizada, escolhem-se pessoas de pouco ou nada qualificadas para reger os destinos do país ou de uma cidade. E assim caminha a brasilidade.
(1) Cardin, Dirceu Galdino. Desafios da Cidadania – Brasília: OAB Editora, 2006. 288p
(2) In “Folha de São Paulo, 02.09.2004, p A-6
Por Tânia Maria Cabral
Uma das respostas se encontra na ponta da língua de qualquer brasileiro minimamente consciente de suas funções sociais e eleitorais: falta de bons gestores políticos de uma e cidadania participativa continuada.
Entendemos que a qualidade da democracia (1) se faz pela qualidade dos políticos que a comandam, e não pela quantidade. Pois, é exatamente na quantidade que se escondem os gritantes “caixa 2” e “mensalões”, além de outras metáforas “reais” sobre corrupção.
As informações do TSE (2) – Tribunal Superior Eleitoral – mostraram que 24,2% dos 377 mil candidatos a prefeitos, vice ou a vereadores (nesse item Itaboraí deve estar abaixo da média) declararam não ter completado o ensino fundamental. Outros 4,9% não possuem ensino formal, tendo declarado apenas saber “ler e escrever”.
O perfil é o mesmo do eleitorado brasileiro e não mudou nas últimas décadas, ai vem à pergunta: como se pode esperar que uma população com baixa consciência social e escolaridade escolham representantes com alto grau de instrução?
Não podemos ser hipócritas com os fatos, mas não compactuar com sua perpetuação. É preciso, sim, tornar produtivo o poder público com aquilo que temos, ou seja, os políticos que aí elegemos precisam se “politizar” mais.
Faz mister, então, promover a inclusão de políticas públicas focadas na readequação dos bolsões de “analfabetos funcionais” – sim aquele em que a pessoa sabe ler, mas não sabe pensar ou interpretar um parágrafo.
Sob este foco, a promoção de ações integradas através de ONGs e setor privado fomentando “debates continuados” em suas próprias comunidades possibilitariam o redespertar da consciência participativa cidadã das mesmas e ampliaria as possibilidades de educá-los para o sentido legitimo das políticas públicas e a se esquivar de “malandragens” de políticos assistencialistas.
Entretanto, infelizmente, quando a “máquina pública” não quer o “sistema social” não funciona e se mantém a mesmice de sempre: exclusão, incompetência, clientelismo, assistencialismo, etc., etc. e tal.
Portanto, discernir o que é melhor para a população é um ato de inteligência. E se a inteligência dos políticos para a gestão pública não é priorizada, escolhem-se pessoas de pouco ou nada qualificadas para reger os destinos do país ou de uma cidade. E assim caminha a brasilidade.
(1) Cardin, Dirceu Galdino. Desafios da Cidadania – Brasília: OAB Editora, 2006. 288p
(2) In “Folha de São Paulo, 02.09.2004, p A-6
Por Tânia Maria Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos o seu comentário...