BPM de São Gonçalo e de Itaboraí ocupam as últimas posições no ranking de queda de criminalidade, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública. O de Niterói está entre os dez melhores
Se a máxima de que os últimos serão os primeiros não representar uma regra, a população de São Gonçalo e Itaboraí deve ficar de orelhas em pé e, porque não, muito preocupada. Quando o assunto é queda de criminalidade, os batalhões de ambos os municípios, 7º BPM e 35º BPM, respectivamente, vão mal das pernas, ou melhor, os bandidos é que agradecem. No ranking de redução criminal divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, baseado num comparativo entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período do ano passado, as unidades de São Gonçalo e Itaboraí ocupam, respectivamente, a 33ª e 39ª colocações, num total de 40 batalhões da Polícia Militar no Estado. Um pouco melhor, o “vizinho” 12º BPM (Niterói), que também abrange a cidade de Maricá, ocupa uma posição um pouco mais cômoda e, em 9º lugar, figura entre os 10 melhores. A liderança está nas mãos dos soldados do 16º BPM (Olaria), seguido pelo 6° BPM (Tijuca) e 34° BPM (Magé).
Aumento de 8,5% nas ocorrências
Na área do 35º BPM, a situação é alarmante. Ao invés da esperada redução, os registros em Itaboraí aumentaram 8,5% em relação ao período comparado, passando de 2.515 para 2.730 ocorrências policiais. A quantidade de homicídios, que tem o maior peso (3) na avaliação da Secretaria de Segurança, subiu de 28 para 29. No que se refere a roubos e furtos, também houve crescimento. De 965 em 2009 para 974 este ano.
Como em 2012 Itaboraí será um dos principais polos petrolíferos após a instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o sinal de alerta foi dado. O comandante do 35º BPM, tenente-coronel Marcos Oscar Ribeiro, informou que foi criado, no batalhão, a subseção criminal, setor este responsável por desenvolver um trabalho de redução nos números de homicídios na região.
“A subseção criminal é responsável por analisar o perfil dos acusados e das vítimas. Ela tem a função de investigar os locais de maior incidência dos homicídios, suas características e o tipo de crimes praticados. Está nos ajudando a planejar as ações com maior eficácia. Só assim poderemos combater a natureza dos crimes”, noticiou o oficial, informando ainda que os bairros do Gebara, Marambaia e Aldeia da Prata são as localidades com maiores índices de assassinatos.
Cinco meses à frente do 35º BPM, o tenente-coronel Marcos Ribeiro minimizou a pífia colocação no ranking e saiu em defesa da tropa, já que, segundo ele, os índices de criminalidade referentes ao segundo trimestre apresentaram uma queda. Ainda segundo o tenente-coronel, o batalhão deverá subir na “tabela” nas próximas avaliações a população discorda e acha que o comandante trabalha para os políticos locais em busca de uma “boquinha na prefeitura” ao passar para a reserva.
“Estou há pouco tempo no comando, por isso, nesse primeiro trimestre, não houve tempo hábil para reverter à situação negativa. Mas no segundo trimestre a situação será diferente e já estamos reduzindo os índices de criminalidade”, afirmou o oficial, sem divulgar as estatísticas.
Para Ribeiro, o “elenco” reduzido age como fator atenuante no combate à criminalidade. Isto porque, segundo o comandante, o 35º BPM conta com apenas 460 PMs para atender cinco municípios (Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim e Cachoeira de Macacu).
“Não posso negar que o número de homens é pequeno para atender cinco regiões”, avalia ele.
São Gonçalo e Niterói: realidades opostas
Também na contra mão da redução criminal, em São Gonçalo, por sua vez, o número de registros neste primeiro trimestre de 2010 subiu de 8.094 para 8.215. Com base nas ocorrências das quatro delegacias da segunda maior cidade, em números de habitantes, do Estado, os assassinatos passaram de 116 para 126. Como consolo, os roubos e furtos na área do 7º BPM caíram 6,5%, passando de 3.991 para 3.745.
O comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o tenente-coronel Roberto Gil, que há seis meses chefia a tropa gonçalense, reconhece que sua região é uma das mais violentas do Estado. Embora o número de homicídios seja elevado, o oficial argumenta que sua área vem tendo reduções em todas as outras modalidades de crimes.
“São Gonçalo está entre os últimos pelo fato do programa de metas da Secretaria de Segurança dar peso três aos crimes de homicídios. Não questiono o método da Secretaria, mas certamente o 7º BPM estaria entre os três primeiros batalhões se não fosse assim, afinal reduzimos bastante os outros índices”, argumentou, para depois prosseguir.
“Foram 42 mortes em cada mês deste primeiro trimestre”, analisou o comandante.
Para reverter o quadro, Roberto Gil informou que o combate ao tráfico de drogas e as apreensões de armas têm sido as principais estratégias do batalhão.
“Em cerca de 70% dos crimes ocorridos em São Gonçalo a vítima tem alguma relação com o tráfico de drogas. Por isso, aumentamos nossas operações em morros dominadas por facções criminosas”.
Com 700 PMs para uma população de mais de 1 milhão de habitantes, o comandante do 7º BPM destaca ainda que seus homens têm realizado uma média de 80 prisões por mês.
“Vale a pena destacar que nesses meus seis meses de comando, na média de 80 prisões mensais, apenas seis criminosos foram mortos em confrontos com a polícia. Se esse dado fosse considerado pela Secretaria, nossa posição no ranking melhoraria muito”, argumentou o tenente-coronel, informando ainda que em maio foram efetuadas 104 prisões e que os números de apreensões de armas está numa média de 23 por mês.
Caminho certo: Longe das últimas colocações, o 12º BPM (Niterói) reduziu de 60 para 47 o número de homicídios na comparação do primeiro trimestre de 2010 com o de 2009. O número de roubos e furtos também caiu. Apesar de uma redução pequena, os registros foram de 4.385 para 4.265.
“Acredito que nosso êxito está muito ligado ao melhor planejamento e redimensionamento das ações, assim como as operações itinerantes. Intensificamos ainda as blitizen em combate a roubos em coletivos e aumentamos também o policiamento nas ruas para diminuir os assaltos a pedestres”, informou o comandante, que festejou a chegada de outros 60 PMs no último mês, elevando o efetivo do batalhão para 850 homens.
Se a máxima de que os últimos serão os primeiros não representar uma regra, a população de São Gonçalo e Itaboraí deve ficar de orelhas em pé e, porque não, muito preocupada. Quando o assunto é queda de criminalidade, os batalhões de ambos os municípios, 7º BPM e 35º BPM, respectivamente, vão mal das pernas, ou melhor, os bandidos é que agradecem. No ranking de redução criminal divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, baseado num comparativo entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período do ano passado, as unidades de São Gonçalo e Itaboraí ocupam, respectivamente, a 33ª e 39ª colocações, num total de 40 batalhões da Polícia Militar no Estado. Um pouco melhor, o “vizinho” 12º BPM (Niterói), que também abrange a cidade de Maricá, ocupa uma posição um pouco mais cômoda e, em 9º lugar, figura entre os 10 melhores. A liderança está nas mãos dos soldados do 16º BPM (Olaria), seguido pelo 6° BPM (Tijuca) e 34° BPM (Magé).
Aumento de 8,5% nas ocorrências
Na área do 35º BPM, a situação é alarmante. Ao invés da esperada redução, os registros em Itaboraí aumentaram 8,5% em relação ao período comparado, passando de 2.515 para 2.730 ocorrências policiais. A quantidade de homicídios, que tem o maior peso (3) na avaliação da Secretaria de Segurança, subiu de 28 para 29. No que se refere a roubos e furtos, também houve crescimento. De 965 em 2009 para 974 este ano.
Como em 2012 Itaboraí será um dos principais polos petrolíferos após a instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o sinal de alerta foi dado. O comandante do 35º BPM, tenente-coronel Marcos Oscar Ribeiro, informou que foi criado, no batalhão, a subseção criminal, setor este responsável por desenvolver um trabalho de redução nos números de homicídios na região.
“A subseção criminal é responsável por analisar o perfil dos acusados e das vítimas. Ela tem a função de investigar os locais de maior incidência dos homicídios, suas características e o tipo de crimes praticados. Está nos ajudando a planejar as ações com maior eficácia. Só assim poderemos combater a natureza dos crimes”, noticiou o oficial, informando ainda que os bairros do Gebara, Marambaia e Aldeia da Prata são as localidades com maiores índices de assassinatos.
Cinco meses à frente do 35º BPM, o tenente-coronel Marcos Ribeiro minimizou a pífia colocação no ranking e saiu em defesa da tropa, já que, segundo ele, os índices de criminalidade referentes ao segundo trimestre apresentaram uma queda. Ainda segundo o tenente-coronel, o batalhão deverá subir na “tabela” nas próximas avaliações a população discorda e acha que o comandante trabalha para os políticos locais em busca de uma “boquinha na prefeitura” ao passar para a reserva.
“Estou há pouco tempo no comando, por isso, nesse primeiro trimestre, não houve tempo hábil para reverter à situação negativa. Mas no segundo trimestre a situação será diferente e já estamos reduzindo os índices de criminalidade”, afirmou o oficial, sem divulgar as estatísticas.
Para Ribeiro, o “elenco” reduzido age como fator atenuante no combate à criminalidade. Isto porque, segundo o comandante, o 35º BPM conta com apenas 460 PMs para atender cinco municípios (Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim e Cachoeira de Macacu).
“Não posso negar que o número de homens é pequeno para atender cinco regiões”, avalia ele.
São Gonçalo e Niterói: realidades opostas
Também na contra mão da redução criminal, em São Gonçalo, por sua vez, o número de registros neste primeiro trimestre de 2010 subiu de 8.094 para 8.215. Com base nas ocorrências das quatro delegacias da segunda maior cidade, em números de habitantes, do Estado, os assassinatos passaram de 116 para 126. Como consolo, os roubos e furtos na área do 7º BPM caíram 6,5%, passando de 3.991 para 3.745.
O comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o tenente-coronel Roberto Gil, que há seis meses chefia a tropa gonçalense, reconhece que sua região é uma das mais violentas do Estado. Embora o número de homicídios seja elevado, o oficial argumenta que sua área vem tendo reduções em todas as outras modalidades de crimes.
“São Gonçalo está entre os últimos pelo fato do programa de metas da Secretaria de Segurança dar peso três aos crimes de homicídios. Não questiono o método da Secretaria, mas certamente o 7º BPM estaria entre os três primeiros batalhões se não fosse assim, afinal reduzimos bastante os outros índices”, argumentou, para depois prosseguir.
“Foram 42 mortes em cada mês deste primeiro trimestre”, analisou o comandante.
Para reverter o quadro, Roberto Gil informou que o combate ao tráfico de drogas e as apreensões de armas têm sido as principais estratégias do batalhão.
“Em cerca de 70% dos crimes ocorridos em São Gonçalo a vítima tem alguma relação com o tráfico de drogas. Por isso, aumentamos nossas operações em morros dominadas por facções criminosas”.
Com 700 PMs para uma população de mais de 1 milhão de habitantes, o comandante do 7º BPM destaca ainda que seus homens têm realizado uma média de 80 prisões por mês.
“Vale a pena destacar que nesses meus seis meses de comando, na média de 80 prisões mensais, apenas seis criminosos foram mortos em confrontos com a polícia. Se esse dado fosse considerado pela Secretaria, nossa posição no ranking melhoraria muito”, argumentou o tenente-coronel, informando ainda que em maio foram efetuadas 104 prisões e que os números de apreensões de armas está numa média de 23 por mês.
Caminho certo: Longe das últimas colocações, o 12º BPM (Niterói) reduziu de 60 para 47 o número de homicídios na comparação do primeiro trimestre de 2010 com o de 2009. O número de roubos e furtos também caiu. Apesar de uma redução pequena, os registros foram de 4.385 para 4.265.
“Acredito que nosso êxito está muito ligado ao melhor planejamento e redimensionamento das ações, assim como as operações itinerantes. Intensificamos ainda as blitizen em combate a roubos em coletivos e aumentamos também o policiamento nas ruas para diminuir os assaltos a pedestres”, informou o comandante, que festejou a chegada de outros 60 PMs no último mês, elevando o efetivo do batalhão para 850 homens.
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