NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

terça-feira, 30 de novembro de 2010

VOCÊ POR DENTRO DOS FATOS...

Aleluia! Lula reconhece o que sempre desprezou
O que deu em Lula?
Passou os últimos oito anos criticando seus antecessores por não terem tido tanto êxito quanto ele. Hoje, finalmente, em discurso de improviso feito durante visita ao canteiro de obras da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com o Tocantins, Lula concedeu:
- Eu tenho consciência que outros presidentes da República não tiveram as mesmas condições que eu. O presidente Sarney pegou o Brasil em época de crise. O Fernando Henrique Cardoso, mesmo se quisesse fazer, não poderia, pois o Brasil estava atolado numa dívida com o FMI. Quando você deve, tem até medo de abrir a porta e o cobrador te pegar.
Pela primeira vez, Lula admitiu que foi beneficiado por uma conjuntura econômica internacional amplamente favorável.
Isso não lhe tira os méritos pelo que fez de bom. E restabelece uma verdade que ele sempre procurou negar ou enfraquecer.

PCdoB descarta divisão de Esporte entre Orlando e Manuela
A possibilidade de dividir o ministério do Esporte entre a deputada federal Manuela D’Avilla (PCdoB/RS) e o atual ministro, Orlando Silva, no governo Dilma é descartada pela cúpula do PCdoB.
No desenho ministerial discutido entre integrantes da equipe de transição, Manuela ficaria no comando da pasta enquanto Orlando à frente da Autoridade Pública Olímpica (APO), criada -por meio de medida provisória - pelo presidente Lula.
A formalização da APO ainda deve obter o aval do Congresso. Ela funcionará como um consórcio público - formado pelo governo federal – com o foco nas obras da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
“Essa divisão é pura especulação de gente da base que tem interesse de deixar o ambiente confuso”, afirmou ao blog o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
“O nosso projeto para Manuela é para que ela dispute a prefeitura de Porto Alegre [em 2012]. Essa história de ela ir para o ministério não está em nossa cogitação”, ressaltou Rabelo que tem como certa a permanência de Orlando Silva na pasta.
Rabelo também rebateu a tese de que Manuela seria indicada para a pasta para atender o desejo de Dilma em compor o comando dos ministérios com 30% de participação feminina.
“Quem tem mais ministério é quem tem que ter uma cota maior de mulheres. E agora querem empurrar para quem tem uma cota menor”, protestou.
Segundo ele, uma nova reunião com José Eduardo Dutra, presidente do PT e integrante da equipe de transição, deverá ocorrer na próxima semana.
Além do Esporte, o PCdoB quer manter o comando da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Secretaria de Cidadania Cultural, ligada ao Ministério da Cultura.
Há também dentro do PCdoB a busca por cargos no governo Dilma para o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (SP) e para Flávio Dino (MA), candidato derrotado ao governo do Maranhão, nas últimas eleições.
No âmbito da Câmara, o partido conversa com os antigos aliados PSB, PDT e PRB para refazer o “bloquinho”. Caso se confirme a formação, o grupo contará com 57 deputados.
Segundo Rabelo, também está sendo negociado o ingresso no bloco do PV. Isso ocorrendo, o grupo sobe para 72 parlamentares.

Pergunta sobre Sarney faz Lula mandar repórter se tratar
Breno Costa, do UOL:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se irritou nesta terça-feira ao ser questionado se agradeceria à "oligarquia Sarney" pelo apoio dado durante seu governo.
Na cerimônia que marcou o fechamento simbólico da primeira de 14 comportas da Usina Hidrelétrica Estreito, no Maranhão, erguida ao custo de R$ 4 bilhões na divisa do Maranhão com o Tocantins, estavam presentes a governadora Roseana Sarney (PMDB), e o aliado e ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA).
Lula recomendou que o repórter [Leonêncio Nossa, do jornal O Estado de S. Paulo], autor da pergunta, fizesse "psicanálise".
"Eu agradeço [aos Sarney], e a pergunta preconceituosa sua é grave para quem está há oito anos comigo em Brasília. Significa que você não evoluiu nada do ponto de vista do preconceito, que é uma doença. O presidente Sarney é o presidente do Senado. E o Sarney colaborou muito para que a institucionalidade fosse cumprida. Você devia se tratar, quem sabe fazer psicanálise, para diminuir um pouco esse preconceito."
Roseana ainda disse que a pergunta demonstrava "preconceito contra a mulher".
A semelhança do ministério já anunciado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, com o do seu próprio governo foi considerado natural por Lula, que voltou a negar que indique nomes para a sucessora.
Segundo o presidente, Dilma não poderia indicar adversários políticos.
"Ela indicou companheiros que foram ministros junto com ela. Ela convive com eles há muitos anos. Você queria que ela convidasse quem, os adversários? Você queria que ela convidasse o José Serra para ministro da Fazenda?", questionou.

Lula defende compra de novo avião para Presidência
Jailton de Carvalho, O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a compra de um novo avião para a Presidência da República. A compra está sendo cogitada pelo Palácio do Planalto. O novo modelo do avião, maior e mais caro, substituiria a atual aeronave batizada de Aerolula.
- Acho que o Brasil precisa de um avião com maior autonomia para o presidente da República viajar - disse Lula, depois de visitar o canteiro de obras da usina hidrelétrica Estreito, na divisa entre Maranhão e Tocantins.
O avião usado por ele tem 12 horas de autonomia de voo. Segundo Lula, isso é uma vergonha porque o avião tem que fazer várias escalas em viagens de longa distância.
- O Brasil não pode ser um país grande do jeito que é e ter um comportamento humilhante lá fora, onde o sucatão nem pode parar - disse.
O sucatão é o antigo avião usado pelo presidente, que depois de substituído pelo Aerolula passou a servir a equipe auxiliar da presidência.
- Não tem porque não comprar. Acabou aquela bobagem do Aerolula. Estou aqui chateado porque agora vou deixar a presidência e não levar o avião comigo. Poderia fazer uma campanha e levar o avião comigo - disse Lula, em tom de brincadeira, em referência as duras críticas que recebeu quando decidiu comprar o Aerolula.

Dilma paga a fatura já na largada
Kennedy Alencar
Ao acolher tantas sugestões do presidente Lula para formar o novo governo, Dilma Rousseff paga já na largada a principal fatura política da campanha eleitoral.
Ela ganhou por obra dele. Tem consciência disso. E é grata a Lula.
A presidente eleita enquadrou auxiliares que andaram lhe dizendo que Lula talvez estivesse fazendo pedidos em excesso. Disse que é uma relação a prova de intrigas.
"É como a relação da mãe que colocou o filho no colo, viu ele crescer e sair de casa, mas ainda faz tudo para protegê-lo", definiu, de acordo com o relato de um auxiliar.
Eleita sob a bandeira da continuidade, surpresa seria ela não dar ouvidos a Lula. Com o tempo, ela terá oportunidade para montar uma equipe mais com a sua cara.
A experiência indica que o ministério da posse sofre baixas numa velocidade de Primeira Guerra Mundial.
Na primeira reforma ministerial de Lula, em janeiro de 2004, seis caíram e três mudaram de postos. Duas pastas acabaram fundidas. Um ministério foi criado.
Dos atuais 37 ministros, apenas 5 estão com Lula desde 1º de janeiro de 2003: Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Dulci (Secretaria-Geral), Jorge Armando Félix (Gabinete Institucional), Henrique Meirelles (Banco Central) e Guido Mantega (Fazenda). Mantega trocou de posto duas vezes.
Interessa a Dilma usar o escudo político de Lula neste momento. Ela se beneficia da popularidade e do capital político do presidente para tomar medidas duras e negociar com partidos no Congresso. Também poderá dividir a conta de percalços futuros de ministros "lulistas".
Em relação a uma eventual dificuldade de autoridade sobre quem foi seu colega, um integrante da cúpula da transição afirmou, sob reserva: "A Dilma sabe deixar bem claro quem é que manda".

Antes tarde
Dora Kramer
Entusiasmo é material perecível, assim como senso crítico é matéria prima indispensável ao desenvolvimento da humanidade. Agora, desqualificar o trabalho das forças estadual e federal no combate ao poder do tráfico no Rio de Janeiro na última semana é, além de uma atitude retrógrada, um exercício de crítica à deriva. Um equívoco, sobretudo.
São poucos, mas ainda há focos de resistência ao reconhecimento de que o que houve no Rio significou um avanço incontestável em relação ao que estávamos acostumados a ver.
Principalmente nos últimos 20 anos, quando o crime já havia consolidado suas posições e as autoridades ainda resistiam - por incompetência, compadrio ou indiferença - ao enfrentamento.
Embora seja pertinente o questionamento sobre as razões pelas quais não houve antes uma atuação semelhante às retomadas dos territórios de Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na região da Penha, zona norte da cidade, a mera repetição dessa pergunta não leva a lugar algum.
Melhor que perguntar por que o Estado não agiu antes é cobrar das autoridades a continuidade desse tipo de ação. No País todo. Já ficou demonstrado que o poder público, quando quer e se empenha, ganha sempre.
É mais forte que o crime. Detém a legitimidade da força e, a despeito de enfrentar a "desvantagem" da obrigação de atuar dentro da lei frente a um inimigo livre dos ditames legais, é infinitamente superior a ele.
Portanto, não há mais daqui em diante nenhuma justificativa para que não se prossiga nesse combate.
Muito menos existem quaisquer explicações para que o governo federal em conjunto com os governadores não elabore e institua uma política de segurança pública de caráter nacional e com sentido prioritário.
Essa é uma tarefa que se impõe ao governo de Dilma Rousseff. Depois de 16 anos consecutivos de fracassos na área, nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva, é hora de a sociedade aplicar o critério da tolerância zero em relação à responsabilidade dos governantes no cumprimento do dever constitucional de garantir o direito à vida aos cidadãos.
Isso abrange a inclusão de diferentes áreas: legislativa, judicial, trabalho de fronteiras, posição do Brasil em relação aos países que exportam drogas e não fazem o combate necessário à exportação de armas, combate duro aos barões da criminalidade, o expurgo da corrupção (da polícia, da política, do Judiciário), sem prejuízo também de se revelar responsabilidades sobre décadas de omissão.
A população que não sofre na pele a escravidão pelos traficantes no cotidiano parou de considerar o bandido um herói e, de um modo geral, a mentalidade em relação à defesa dos direitos humanos está se alterando: há o viés social, mas não há que se desprezar o poder da repressão.
A cultura do protesto vão - passeatas da elegantzia e da intelligentzia que o ex-chefe de polícia Hélio Luz denunciava por "protestar de dia e cheirar à noite" - deu lugar à participação objetiva e mais que efetiva por intermédio do Disque-Denúncia.
A polícia, por sua vez, começou a atuar como aliada do cidadão, substituindo a arbitrariedade pela inteligência e o planejamento estratégico, sob um comando sério e integrado.
Nada está resolvido, mas está provado que o Estado sabe o caminho. Se não enveredou por essa trilha até hoje, a hora é agora. Sem recuos, pois as condições estão postas e o rumo da recuperação da soberania do Estado está dado. Sem margem para ambiguidades.

Jader renuncia ao mandato de deputado
O deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA) apresentou há pouco à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara ofício em que renuncia ao mandato que terminaria no próximo dia 31 de dezembro.
Jader concorreu nas últimas eleições ao cargo de senador pelo Pará e recebeu cerca de 1,8 milhão de votos, ficando atrás apenas de Flexa Ribeiro (PSDB).
Apesar do desempenho nas urnas, no final de outubro deste ano, Jader foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter renunciado em 2001 para escapar de cassação.
Na época, ele era acusado de participar de um esquema de desvio de recurso da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Banco do Pará (Banpará).
A decisão do STF ocorreu após o plenário ficar empatado em 5 a 5 e o desempate ter sido feito com base na decisão anterior do Tribunal Superior Eleitoral que considerou Jader “ficha suja”.
Na carta de renúncia de hoje, encaminhada ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Jader contesta a decisão do Supremo.
“Estou face à decisão do STF na extravagante situação de ser ao mesmo tempo elegível e inelegível. Em decorrência de empate que acaba por anular o voto de 1,8 milhão de eleitores e eleitoras do Pará, cassando meu mandado de senador da República para o qual, repito, fui democraticamente eleito”.
Na vaga de Jader, será convocada a suplente Ann Pontes (PMDB-PA).

Forças do bem
A revoada de bandidos apavorados em fuga e a prisão de líderes acovardados podem ir além do espetáculo das imagens televisionadas? Podem servir para desfazer o retrato mitificado dessas criaturas? Estilhaçar o seu glamour de "vencedores", de endinheirados e poderosos? Tomara que sim. Traficantes "bem sucedidos" não podem continuar como referência positiva para adolescentes e crianças de comunidades sem outros modelos de vida "recompensadores".
Exemplar o cerco e a retomada de território no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Em vez de um confronto armado violento com vítimas inocentes, manobras planejadas com inteligência. Esforços conjuntos e apoio logístico para a missão traçada. Sem hipocrisia: uma situação de guerra é uma situação de guerra. O poder do estado enfrentou legitimamente o poder paralelo dos traficantes; guerreou com uma estratégia, com um código de ética e protegeu os civis. Era tempo.
O Complexo do Alemão não é uma favela num pedaço de encosta que se avista num único olhar. São muitas favelas interligadas que se estendem por cinco bairros suburbanos: Penha, Inhaúma, Olaria, Ramos e Bonsucesso. Bairros tradicionais e agradáveis antes do poder público permitir a ocupação desordenada de seus espaços vazios, deixando-os sem lei... Nem beira. Perderam até empresas e indústrias que partiram em retirada, abandonando seus galpões ao léu.
O casario clandestino se replicou na região. Ramificou-se criando um labirinto de ruelas e becos numa área ondulada, pontuada de elevações, encostas e grotas que passou a ser habitada por milhares de pessoas. Área que se transformou numa "cidade" intensamente povoada, mas desprovida de serviços urbanos: propícia para um reduto do tráfico de drogas.
No final de semana, a maior parte dos cariocas ficou de prontidão. Tensa. O Complexo do Alemão seria invadido por policiais civis, militares e federais; por fuzileiros navais e paraquedistas, numa operação com blindados das Forças Armadas. Quanto mais informação, mais angústia.
Por que tanta angústia? Porque havia o temor do Rio se transformar em palco de uma carnificina. E se a estratégia policial não desse certo? Se os bandidos, mesmo cercados, resistissem? Reagissem com alguma tática surpreendente?
Não dava para esquecer a "megaoperação" montada em junho de 2007, para invadir o mesmo Complexo do Alemão. Daquela vez houve a participação de policiais civis, militares e soldados da Força Nacional. O objetivo era atacar o refúgio, tomar o paiol de armas e munição, desarticular o centro de distribuição de drogas. A "megaoperação" terminou com 19 mortos e 13 pessoas feridas; entre elas sete vítimas de balas perdidas, como uma estudante que estava na escola e uma criança.
Desta vez, a maior diferença foi a aprovação popular entusiasmada com a superioridade de aparelhamento, que dava sentido à invasão para a retomada do território. Sobretudo os blindados da Marinha com suas "lagartas", os do Exército e os veículos do Bope. Havia a brigada paraquedista, os agentes das polícias Federal, Militar e Civil. Eram mais de dois mil homens em ação. E os moradores os ajudavam por meio do disque-denúncia e do jeito que podiam.
Para quem não costuma transitar pelas ruas do Rio, principalmente aquelas além dos limites da nobre Zona Sul, deve ser difícil entender a emoção de quem viu e sentiu as chamadas "forças do bem" triunfarem. Porém, é bastante simples. Quem mora longe do trabalho e batalha muito para criar os filhos, enxerga o "mal" naquilo que possa desgraçar sua família.
Ateneia Feijó é jornalista

O ministro do Rio
Ilimar Franco
A presidente eleita, Dilma Rousseff, já fez sua escolha para o Ministério da Saúde. Ela quer que o secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, assuma a pasta.
Sua transferência para o governo federal foi discutida ontem, na Granja do Torto, no encontro de Dilma com o governador Sérgio Cabral.
O PMDB manteria assim, em suas mãos, o maior orçamento.
Mas não se sabe, ainda, qual a reação de seus líderes e dirigentes com essa escolha.

Agenda para depois da vitória no Alemão
O mito do bunker inexpugnável do Complexo do Alemão começou a ruir às 7h59m de domingo, quando as forças combinadas de segurança iniciaram a invasão do local.
Pouco menos de uma hora depois, às 8h56m, o subchefe operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira, anunciou a tomada da região.
Nenhum morto entre soldados e policiais, nenhum ferido gravemente, três mortos entre traficantes e, como já acontecera na Vila Cruzeiro, absoluta desarticulação dos bandidos que ainda na véspera brandiam de forma desafiadora armas pesadas.
Dia histórico o 28 de novembro de 2010. Para o Rio, que demonstra todas as condições de sediar qualquer evento internacional, e o país, pois, com a queda de uma das últimas cidadelas do tráfico na cidade, afirmou-se o monopólio do uso da força pelo poder público, como deve ser em todo o território nacional. E ainda sai fortalecido o estado de direito democrático.
Mas para isso foram necessárias certas condições. Uma das mais importantes, ao lado do planejamento das operações pela Secretaria de Segurança do estado, a colaboração do governo federal.
Numa demonstração de compreensão da importância do momento por que passa o Rio, houve rápida ação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, para as Forças Armadas prestarem fundamental auxílio.
Enfim, colocou-se em prática, com extrema eficiência, a tão reclamada colaboração entre as diversas instâncias do poder público, em todos os níveis administrativos e políticos da Federação, no combate ao crime.
Já houve aproximações entre organismos estaduais e federais, mas em função de eventos específicos. No Pan-Americano de 2007, por exemplo. Porém, jamais ocorreram operações da envergadura das atuais, com a participação de soldados e policiais do estado e da União. Até mesmo a Polícia Federal ajuda no patrulhamento da área.
Ficou provado que, quando o braço do Estado se move de maneira coordenada, a lei se impõe. Não pode haver recuo nessa colaboração.
O poder público como todo não pode perder a oportunidade de, com o Poder Judiciário e o Congresso, fazer as devidas alterações em leis, a fim de o Estado ter respaldo institucional para, em todo o país, libertar comunidades do jugo de quadrilhas e retomar o controle de territórios anexados pelo banditismo.
É inconcebível que facínoras como Zeu (Eliseu Felício de Souza), um dos assassinos de Tim Lopes, recapturado no domingo, continuem sendo libertados pelo regime de progressão de penas.
Há muita coisa errada na legislação penal e na forma como ela é executada. Exemplo de como a Justiça pode e deve colaborar na luta contra o crime é a posição assumida pelo Tribunal do Rio de permitir a rápida transferência de bandidos para prisões federais no Paraná e em Rondônia.
Outra grave vulnerabilidade do sistema de segurança pública, além da “banda podre” das polícias, é a pequena quantidade de presídios de segurança máxima, e a própria administração das prisões em geral. Também é inaceitável que chefes de quadrilha continuem, da cadeia, a gerenciar seus bandos, comandados por ordens enviadas por meio de advogados inescrupulosos e passadas a familiares.
Por sinal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve limpar seus quadros com a mesma firmeza com que defende as prerrogativas da profissão. Se a pacificação do Alemão apenas começa, também há muito o que fazer no Congresso, nos tribunais e nas polícias estaduais.

A polícia e o Estado de Direito
Merval Pereira
Os relatos que começam a surgir de abusos de poder por parte de policiais na ocupação do Complexo do Alemão têm que ser investigados e reparados o mais rápido possível pelas autoridades responsáveis pela segurança pública no Rio, para que não se quebre o clima de solidariedade entre a população e a forças da lei, a principal razão do sucesso da operação.
Houve uma mudança fundamental na atuação das forças de segurança nesse episódio, com os limites da lei sendo respeitados e os direitos dos cidadãos, até mesmo dos traficantes, norteando a ação de repressão. Desvios eventuais têm que ser reparados.
No domingo, a Globonews colocou no ar diversos depoimentos de estudiosos que destacaram em uníssono o que fez a diferença desta ação policial das anteriores.
O psicanalista Joel Birman, professor da UERJ e da UFRJ, considera que a população sentiu que a polícia deixou de ser ambígua, o que a motivou a sair da inércia.
“A polícia se firmou como sujeito de um Estado de Direito, é isso que o imaginário das pessoas faz com que elas se sintam protegidas por uma autoridade, e saiam do medo paralisante que até então as dominava”, comenta Birman.
O recorde de telefonemas para o disque-denúncia demonstra, segundo ele, que quando os cidadãos passam a acreditar na ação das autoridades, no momento em que fazem a denuncia achem que estão trabalhando para ajudar a limpar a comunidade desses elementos nefastos.
“Foi a maneira decidida de agir que deu à população a sensação de segurança”, diz Birman, ressaltando que não só a polícia não se deixou intimidar pelos traficantes como se apresentou com uma força muito maior, e não negociou para entrar na favela.
O recado dado aos traficantes e à própria população foi: “Nós vamos entrar e prender vocês, nós estamos do lado do bem e vocês do lado do mal, nós estamos do lado da lei e vocês do lado do crime. O Estado vai recuperar esse território”.
Para Joel Birman, a imagem da fuga dos bandidos “foi como a gente sentisse a reconstituição da sociedade do Rio”.
Uma sociedade é uma associação de pessoas, lembra Birman, e com a operação “surgiu a possibilidade de uma população fragmentada, assustada, cada um tratando de sobreviver no seu canto, de repente reconstituir os laços sociais e participar com solidariedade através do disque denúncia, através das redes sociais, do twiter”.
Para Joel Birman, o fato de a TV Globo ter transmitido ao vivo os primeiro momentos da ocupação deu maior transparência à operação e evitou que qualquer excesso eventual fosse cometido.
O sociólogo Ignacio Cano, da UERJ preocupa-se com o reforço da lógica da guerra, e ficou aliviado por não ter havido um banho de sangue.
Ele temeu que tivéssemos um retrocesso com a ação da polícia meramente reativa às ações dos bandidos, deixando de lado o planejamento estratégico que rege a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora.
“Há centenas de comunidades no Rio de Janeiro ainda dominadas pelo tráfico e pela milícia, e não há sentido em cantarmos vitória”, ressalta.
Para ele, o mais importante é a retomada do território, e para isso as forças de segurança terão que continuar no Complexo do Alemão até que se instale uma UPP.
Diante de um comentário meu, Cano ressalvou que não é possível punir as comunidades que estão sob o domínio do tráfico com a falta de obras públicas.
Eu me referia às bandeiras hasteadas no teleférico do Complexo do Alemão que, se por um lado sinalizam uma vitória das forças legais, também relembram que as obras do PAC estavam sendo feitas com a favela dominada pelo tráfico, o que demonstra que havia um acordo com os traficantes.
A própria rota de fuga pelas tubulações subterrâneas, e túneis que os operários teriam sido obrigados a fazer, mostra que não há possibilidade de fazer acordo com bandidos sem se envolver com algum tipo de desvio.
Francisco Carlos Teixeira, professor de História Contemporânea da UFRJ, classifica de “uma vitória” não ter acontecido a grande explosão de violência, o banho de sangue, que se temia.
A operação, destaca, mostrou que as forças policiais e militares tiveram uma boa atuação dentro do Estado de Direito. “Vimos que é possível ser duro, manter a ordem, sem violação dos direitos civis, do direito da população. Também vimos que há eficiência, há competência”.
Leia a íntegra do artigo em A polícia e o Estado de Direito

Tiroteio entre aliados atrasa escolhas de Dilma
Candidatos ao Ministério são alvos de dossiês TEXTO de Gerson Camarotti, Maria Lima e Luiza Damé.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, passou mais de seis horas ontem discutindo com seus coordenadores Antonio Palocci, futuro ministro da Casa Civil, e José Eduardo Dutra, presidente do PT, as demandas dos partidos aliados para a composição do novo governo.
Na reunião na Granja do Torto, houve queda de braço entre partidos e até entre aliados de uma mesma legenda: vetos, dossiês e denúncias contra nomes apresentados.
Essa artilharia tem dificultado a escolha de titulares de pelo menos cinco ministérios estratégicos: Saúde, Previdência, Integração Nacional, Cidades e Transportes.
O PMDB é a situação mais delicada. O principal nome do partido para a pasta das Cidades, o ex-governador Moreira Franco, foi vetado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Cabral deixou clara sua contrariedade com o fato de o partido ter indicado um peemedebista do Rio sem seu aval.
Dilma decidiu repassar a pasta das Cidades para o PMDB, compensando a sigla pelo remanejamento de outros ministérios, como Comunicações e Integração Nacional. Mas não sabe como resolver essa disputa interna.
A contrariedade de Cabral cresceu com a chegada, ao núcleo da transição, de um dossiê com dados contra o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, cotado para o Ministério da Saúde. O dossiê cita investigação sobre denúncias de compra de medicamentos sem licitação na gestão de Cortês.
Outra vítima de dossiê foi o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), escolhido pela bancada do PMDB na Câmara para a Integração.
A informação repassada é que Castro pegou um empréstimo milionário com o Banco do Nordeste (BNB) para implantar um programa de irrigação no Piauí que não foi adiante. Castro confirmou um empréstimo feito por ele e seus irmãos há 15 anos, mas disse ter renegociado a dívida.
— Peguei um empréstimo para um projeto de produção de manga que não frutificou por causa do clima na região. Mas a dívida foi renegociada e está sendo paga — disse Castro.
O Ministério da Integração Nacional está no centro de outra guerra declarada pela bancada do PT do Nordeste, assunto também levado por Dutra a Dilma.
Os petistas nordestinos reclamam da "hegemonia absoluta do PT de São Paulo" entre os nomes conhecidos para a equipe: Antonio Palocci (Casa Civil), Miriam Belchior (Planejamento), Guido Mantega (Fazenda), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e José Eduardo Dutra (Justiça).
Os governadores petistas Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE) lideram um movimento da bancada de deputados e senadores do PT do Nordeste para indicar o ministro da Integração Nacional.
O PSB do governador Eduardo Campos (PE) também quer esse ministério.

Patriota é o nome mais forte para o Itamaraty
Secretaria Geral deve ficar com Vera Machado; posto é o mais alto da carreira diplomática e nunca foi ocupado por uma mulher
Eliane Oliveira
A presidente eleita, Dilma Rousseff, tem sobre a mesa uma equação, apresentada como a mais provável por fontes do governo e da equipe de transição, para o Ministério das Relações Exteriores: substituir Celso Amorim por Antonio Patriota e nomear Vera Machado, atualmente subsecretária para assuntos políticos do Itamaraty, para a Secretaria Geral — posto ocupado por Patriota.
Dilma decidirá como ficará a chancelaria brasileira nos próximos dias, assim que confirmar os nomes dos ministros palacianos.
Com essa definição, Dilma poderá anunciar ainda esta semana, ou no início da próxima, os chamados ministros de Estado: Justiça, que deve ser ocupado pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP); Defesa, com a manutenção de Nelson Jobim; e Relações Exteriores.
Leia mais em O Globo

Lula quer Haddad ministro de Dilma
'Não cabe a mim indicar ministro', ressaltou o presidente durante cerimônia texto de Lisandra Paraguassú, Estadão.com
Em uma cerimônia planejada para o ministro da Educação, Fernando Haddad, brilhar, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, praticamente fez um pedido público para que Haddad seja mantido no ministério.
Depois de uma sequência de elogios a seu ministro, Lula começou a dizer, para uma plateia que claramente pedia a permanência de Haddad com aplausos seguidos, que não poderia indicar ministro, mas com um sorriso que desmentia suas palavras.
"Eu estou aqui dizendo que eu não posso indicar ministro, não posso...Se eu pudesse pedir uma vaga ia pedir para mim. Como eu não posso...", brincou. "
"Mas eu acho que a Dilma vai surpreender positivamente. Em todas as áreas".
Mais para frente, voltou ao tema. "Não cabe a mim indicar ministro. Vocês sabem que sou defensor da ideia de que ela tem que montar um ministério a sua cara e sua semelhança. Ela tem que escolher o ministério que ela queira porque essa coisa é complicada. Se você monta um time de futebol e não comanda os jogadores, jogador derruba técnico. Ministro é fácil de colocar. Para tirar é duro", afirmou.
Haddad já é considerado nome certo para o ministério de Dilma.
Apesar de ter tido atritos com a presidente eleita, o relacionamento de ambos sempre foi bom e Dilma tem dito que gosta do ministro da Educação.
Mais do que isso, Lula teria sim pedido a sua sucessora que mantivesse Haddad.
Leia mais em Lula manifesta apoio à continuidade de Haddad no governo Dilma

Escolha de ministros segue 'ritual' com bênção de Lula
Nomes confirmados têm audiências com o presidente e Dilma no 'Triângulo dos Eleitos': Planalto, Alvorada e Torto texto de Leonencio Nossa, Estadão.com
Guido Mantega (Fazenda), Nelson Jobim (Defesa), Luciano Coutinho (BNDES), Fernando Haddad (Educação), Sérgio Gabrielli (Petrobrás), Alexandre Tombini (BC), Miriam Belchior (Planejamento), Carlos Lupi (Trabalho) e José Gomes Temporão (Saúde).
Definidos ou não para compor o ministério da presidente eleita, Dilma Rousseff, esses nomes têm outra característica em comum: todos percorreram o caminho do "Triângulo dos Eleitos".
Todos eles passaram pela Granja do Torto, onde fica Dilma, e pelo Palácio do Planalto, onde trabalha o presidente Lula.
E quando é preciso uma conversa mais discreta, o Alvorada vira o ponto noturno da reunião de avaliação.
Na quarta-feira passada, o economista Luciano Coutinho conversou com Dilma sobre a permanência no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Horas depois, estava no gabinete de Lula no Palácio do Planalto.
É a "bênção presidencial", dizem os assessores do governo.
Desde o início do mês, Lula tem repetido em entrevistas que não dá "palpites" na composição do próximo ministério.
Na prática, porém, os escolhidos de Dilma precisam conversar com ele antes de ter o nome anunciado por interlocutores da presidente eleita diante dos holofotes.
Leia mais em Escolha de ministros segue 'ritual' com bênção de Lula

PT em guerra com PMDB pelos Correios e Banco do Brasil
Diante da perspectiva de assumir o Ministério das Comunicações, petistas iniciam discussão com Dilma para nomear também dirigente da estatal e pôr fim ao loteamento político texto de Vera Rosa, Estadão.com
Diante da perspectiva de comandar o Ministério das Comunicações, o PT planeja desalojar o PMDB da direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
O pedido será encaminhado pela cúpula do partido à presidente eleita, Dilma Rousseff.
A ideia, no entanto, é passar um verniz de ‘desloteamento’ político nos Correios para apresentar a reivindicação como uma tentativa de profissionalizar a estatal, alvo de uma sucessão de crises nos últimos meses.
A direção do PT aposta que o futuro ministro das Comunicações será Paulo Bernardo, atual titular do Planejamento, e já começou a vasculhar uma das chamadas joias da coroa.
Há apenas quatro meses na presidência dos Correios, David José de Matos foi indicado pelo deputado Tadeu Filipelli (PMDB-DF), vice-governador eleito do Distrito Federal, mas também é amigo de Erenice Guerra, a ministra da Casa Civil que caiu em setembro, no rastro de acusações de tráfico de influência na pasta.
Uma comissão formada por seis dirigentes do PT já começou a fazer o mapeamento dos cargos federais.
A equação não é fácil de ser fechada porque o PT da presidente eleita Dilma Rousseff e o PMDB do futuro vice-presidente, Michel Temer (SP), dão cotoveladas em busca dos principais assentos para demarcar seus respectivos territórios.
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PT sempre teve as melhores vagas nas estatais
texto de Marcelo de Moraes, Estadão.com
Se a disputa partidária pelo comando de ministérios recebe maior visibilidade pública, é na articulação pelo controle dos principais postos nas empresas estatais que se concentra a disputa mais acirrada entre as legendas aliadas do governo da presidente eleita Dilma Rousseff.
E, nesse quesito, o PT vai tentar manter a hegemonia na ocupação das melhores posições, iniciada em 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência.
Na ocasião, o partido tomou conta de posições estratégicas do novo governo. Derrotado na disputa pelo governo de Sergipe, José Eduardo Dutra recebeu a presidência da Petrobrás. Quando deixou o cargo, a gigantesca estatal foi mantida sob o cuidado do PT, com a entrada de José Sérgio Gabrielli.
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Primeiro turno custou R$ 2,77 bi para candidatos
Estado com maior despesa foi SP, onde políticos gastaram R$ 336,65 milhões na campanha texto retirado do Estadão.com.br
O balanço preliminar da prestação de contas das campanhas no primeiro turno das eleições divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicou que, até o momento, a despesa total dos candidatos é R$ 2,77 bilhões.
A conta ainda não inclui os gastos dos candidatos que disputaram o segundo turno à Presidência e em oito estados, além do Distrito Federal.
Maior colégio eleitoral do País, São Paulo concentrou os maiores gastos em valores absolutos. Contas prestadas por 2.552 candidatos do Estado somaram um gasto coletivo de R$ 482,04 milhões.
Minas Gerais, segundo maior colégio, está logo abaixo no ranking dos gastos, com uma despesa de R$ 336,65 milhões dividida entre 1.365 candidatos que prestaram contas até o momento.
Em terceiro lugar na lista ficou o Rio de Janeiro, com R$ 211,62 milhões em gastos declarados por 1.911 candidatos.
Na relação entre gasto e número de eleitores, segundo o TSE, a ordem se altera e Minas fica em primeiro, com R$ 23,18 gastos por eleitor, seguido pelo Rio, que usou R$ 18,26 por eleitor.
São Paulo está em terceiro, com R$ 15,91 por eleitor. Em nenhum dos três estados houve segundo turno para governador.
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Apartamento de Lula está cheio de goteiras
Evandro Éboli, O Globo
Em ritmo de despedida de Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lida com problemas de mudança e até com goteiras em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP).
Na solenidade de premiação de prefeituras que apresentaram gestão eficiente da merenda escolar, Lula contou nesta segunda-feira que sua mulher, dona Marisa, não pôde participar devido às agruras com a arrumação da cobertura, que está em reforma. Segundo Lula, o imóvel está cheio de goteiras, ou como ironizou: tem uma "metástase" de goteira.
- Quero dizer a vocês que a minha cara-metade não está aqui porque, como estou de regresso para São Bernardo do Campo, ela está cuidando de preparar as coisas pra gente voltar. Porque oito anos de abandono no apartamento em que morava, não é brincadeira tentar colocar em ordem - disse.
O presidente contou que, na arrumação do apartamento, terá que se livrar de muita coisa que se acumulou nos últimos anos.
- Tem que tirar as tranqueiras que a gente foi colocando lá durante oito anos. Então, ela (Marisa) ficou lá reformando o apartamento, que deu uma grande goteira. Uma metástase de goteira. Que ela trate de consertar - afirmou o presidente, fazendo os convidados rirem.
Leia mais em Marisa ficou em São Bernardo por conta das goteiras no apartamento, diz Lula

Eleitores já esqueceram em quem votaram
O Globo
Pesquisa feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que 23% dos eleitores entrevistados não lembram o candidato a deputado estadual que votaram nas eleições deste ano.
O cargo registra o maior índice de esquecimento. Para deputado federal, 21,7% afirmaram que não se lembram em quem votou. No caso de senador, o esquecimento ficou em torno de 20,6% dos entrevistados.
Foram entrevistadas duas mil pessoas nas cinco regiões do país, entre os dias 3 e 7 de novembro. Um sorteio aleatório selecionou 136 municípios dentro desse universo para entrevistar as pessoas logo após o segundo turno das eleições.
Os entrevistados tinham entre 16 e 70 anos com variação de escolaridade entre a 4ª série do ensino fundamental e o ensino superior completo.
A maioria dos entrevistados (32%) declarou ter o ensino médio completo.
Leia mais em Pesquisa revela que muitos eleitores esqueceram em quem votaram

Rio: exército no Alemão por 7 meses
Cabral diz que Defesa aceitou que militares permaneçam até instalação de UPPs
Renata Leite
O governador Sergio Cabral anunciou ontem, um dia após a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro (que faz parte do Complexo da Penha), que no prazo de sete meses as duas comunidades ganharão Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Até lá, enquanto cerca de sete mil PMs estiverem sendo treinados e formados para o projeto de pacificação, militares do Exército vão assumir as operações de cerco, buscas e patrulhamento na região.
Segundo Cabral, a ajuda já está acertada com o Ministério da Defesa. De acordo com o governador, a integração entre as polícias Militar, Civil e Federal e o Exército vai permitir que o cronograma de instalação de UPPs planejado pelo governo do estado seja mantido, mesmo com a antecipação da ocupação do Alemão e da Vila Cruzeiro.
— As reconquistas do território, tanto da Vila Cruzeiro quanto do Complexo do Alemão, já foram efetivadas. Agora são os próximos passos. Nós não vamos dormir nos louros da conquista de ontem. Nós acordamos desde cedo com os desafios de hoje e dos próximos dias, semanas e meses, que é a reconquista efetiva dos territórios ainda ocupados pelo poder paralelo — disse Cabral ontem no Fórum Rio Cidade Sede, que debateu a infraestrutura urbana para os Jogos de 2016.
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Rio: balanço da PM, em 1 semana, 123 presos, 37 mortos
O Globo
A Polícia Militar divulgou nesta segunda-feira um balanço das operações no Rio de Janeiro desde o início dos ataques de criminosos, há uma semana.
Foram presas 123 pessoas, 130 foram detidas e houve 37 mortes. Entre os feridos, cinco eram acautelados e quatro fazem parte da PM.
Foram apreendidas 205 armas de diferentes calibres, 125 granadas e bombas caseiras. Dentre o material inflamável, foram localizados 12 coquetéis molotov, oito artefatos explosivos, 14 litros de gasolina, cinco litros de álcool, 12 garrafas com material inflamável, sete galões de gasolina, seis dinamites e seis espoletas.
Leia mais em Balanço geral das operações no Rio de Janeiro: 123 presos e 37 mortos em uma semana

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