NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

domingo, 9 de janeiro de 2011

Não dá para dormir sem ler... As mais lidas (acessadas na internet) em 09/01/2011...

FRASE DO DIA
“Uma coisa é a recuperação da memória para ensinar o futuro. Outra é a recuperação da memória para se retaliar o passado. Nenhuma glorificação, nenhuma retaliação.”
Nelson Jobim, ministro da Defesa, sobre a investigação dos crimes da ditadura militar de 1964

Brasileiros venderam rins a rede de tráfico
Fonte: O Estado de S.Paulo
Documento obtido pelo 'Estado' detalha esquema internacional em que 109 pessoas do País receberam até US$ 6 mil por órgão
Seis mil dólares pelo rim de um brasileiro. Foi o que um grupo de traficantes internacionais pagou a mais de cem brasileiros para venderem seus rins.
Os órgãos eram então transportados até a África do Sul e de lá revendidos especialmente para pacientes de Israel, por até US$ 120 mil, 20 vezes mais do que os brasileiros recebiam.
O esquema, que no Brasil foi desarticulado pela Polícia Federal na Operação Bisturi, em 2003, rendeu aos traficantes e ao hospital mais de US$ 4 milhões.
A empresa que promovia o esquema já foi condenada a pagar mais de US$ 1 milhão em multas diante de um tribunal na África do Sul.
Leia mais em Brasileiros venderam rins a rede de tráfico

Sem cacoete de CPI
Do blog do Alon
A Comissão da Verdade não pode virar um arremedo de Comissão Parlamentar de Inquérito, em que os fatos ficam ao sabor de arranjos políticos
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, está tecnicamente certo quando lembra que a Comissão da Verdade (CV), proposta pelo antecessor de Dilma Rousseff, deve procurar esclarecer todos os fatos ainda obscuros da guerra entre o Estado brasileiro e as organizações armadas nos anos 60 e 70 do século passado.
Fosse diferente a intenção do então presidente ao fazer a proposta, o grupo de trabalho sugerido levaria outro nome, talvez Comissão de Parte da Verdade (CPV). Ou Comissão da Parte da Verdade que Interessa Esclarecer (CPVIE).
A posição de Jobim também faz sentido política e juridicamente.
Segundo o STF, a Lei de Anistia de 1979 está em vigor. Ela abarca os crimes chamados conexos (que incluem a tortura). A imprescritibilidade e impossibilidade de anistia para crimes hediondos, como a tortura e o sequestro, bem como o próprio conceito de “crime hediondo”, são posteriores à Anistia. Retroagir seria inconstitucional.
E politicamente há uma maioria convencida de que o país ganha mais se preservar o pacto que resultou na Anistia do que se revogar. Esbarra também nessa maioria a persistente pressão de setores que julgam mais adequado para o Brasil fazer um amplo ajuste de contas jurídico com os personagens do regime militar.
A pressão é legítima. Ninguém está obrigado a concordar com uma decisão judicial, apenas a segui-la. Mesmo aqui há a possibilidade da exceção, a alternativa da desobediência civil. Mas não se aplica neste caso, em que a demanda é por uma ação do Estado brasileiro.
Leia a íntegra do artigo em Sem cacoete de CPI

Eles não conseguem esquecer o Lula
Do blog Balaio do Kotscho
Faz uma semana hoje que o Brasil mudou de presidente. Como todo mundo viu, saiu Lula, entrou Dilma, um novo governo assumiu, a roda da história girou, a fila andou. Para certos setores da imprensa brasileira, no entanto, que até hoje não se conformam com a vitória de Lula em 2002 e 2006, e o sucesso dos oito anos de seu governo, aprovado ao final por 87% da população, é como se nada houvesse mudado. Parece obsessão - e é. Entre as perturbações mentais mais comuns, a obsessão compulsiva caracteriza-se pela presença de ideias, de imagens ou de impulsos recorrentes, segundo o Manual Muck da Biblioteca Médica Online.
Dia sim, noutro também, eles não conseguem virar o disco, mudar de assunto. Lula continua sendo o assunto dominante nas manchetes, nas colunas, nos blogs. A única diferença é que, quando ele ainda estava no governo, o presidente respondia aos ataques no mesmo tom, dando a sua versão dos fatos, o que levava a imprensa a falar em ameaças à liberdade de expressão.
Agora, não. É um monólogo do pensamento único. Só um lado investiga, denuncia e julga, sem dar tempo para que as instituições se manifestem. Até entendo o comportamente de editores, colunistas, blogueiros e repórteres da grande mídia, que afinal ganham para isso ou pensam mesmo aquilo que escrevem em seu nicho de mercado.
Mas o massacre é de tal ordem que atingiu até alguns leitores do Balaio, principalmente aqueles que usam codinomes; não importa o tema tratado, escrevem comentários com a mesma ferocidade dos tempos da campanha eleitoral que acabou faz mais de dois meses.
Neste clima, pouco importa se o ex-presidente tem ou não razão ou direito nos atos adotados em seus últimos dias de governo e na primeira semana depois de passar a faixa. Nem tudo o que a lei permite é eticamente recomendável, eu sei. Não estou aqui para julgá-lo ou defendê-lo, não ganho para isso. Posso discordar dele em várias coisas, mas me espanta o tratamento raivoso e vingativo dado a Lula fora do governo em comparação aos seus antecessores.
Qualquer coisa que o agora ex-presidente faça ou deixe de fazer é motivo de críticas, denúncias, editoriais irados, como se devesse simplesmente desaparecer do mapa para ter um pouco de paz.
Nestes primeiros dias de 2011, procurei tratar de assuntos mais amenos, fugir da eterna pauta política de confronto entre governo e oposição, mas está difícil. Cada um entende o que quer, enxerga intenções que não tive e usa qualquer argumento para avivar a guerra ideológica. Até quando?
Agora vou à praia, atendendo a um convite do sol. Bom fim de semana a todos.

O que os adultos não fazem
Você pode imaginar o dia em que 1% do território nacional esteja dedicado a projetos de manejo sustentável do meio ambiente e da vida em sociedade a partir da liderança de crianças? Você se atreveria a apostar que esta experiência pode se tornar um indicador de desenvolvimento humano
Estes são os sonhos por trás de uma ideia que nasceu no Peru e já avança por 11 países, desenvolvendo em crianças de 5 a 13 anos de idade os valores de amor e respeito à vida (natureza e relações sociais). Terra das Crianças é o nome do projeto, para o qual a criança que convive com a natureza e participa da melhoria do seu entorno desde logo aprende uma nova possibilidade existencial: “A gente aprende a fazer o que os adultos não fazem” – diz Andresa, 13anos, uma das 104 crianças da versão brasileira do projeto.
Coordenada por Adriana Muniz (diretora da ong Terra do Meio), esta é a primeira ação realizada em meio ambiente marinho, mais precisamente em comunidades da Ilha de Itaparica, Bahia (www.terradomeio.org.br).
Em terrenos doados, as crianças desenvolvem habilidades, criam laços com a natureza e com o próximo, assumindo a gestão do espaço. Mas as crianças são estimuladas também a empreender suas Terras das Crianças em pequenos espaços em suas próprias casas, dividindo–os em três partes:
- uma parte para seu benefício e de sua família, onde buscam fazer coisas que lhes dão alegria e saúde. Por exemplo: plantar tomates para que a mãe prepare macarronada com molho de tomate;
- outra parte para benefício de outras pessoas da comunidade. Por exemplo: plantar erva cidreira para o chá de alguém que tem problema de saúde; ou cultivar hortaliças para melhorar a alimentação dos irmãos e vizinhos.
Texto de Geraldinho Vieira é jornalista. Claudius é jornalista e chargista.

O tempo e a hora
O Globo
Na primeira semana da presidente Dilma, o cenário político ficou confuso, a economia mandou sinais de prudência e ajuste, alguns ministros tiveram ideias e fizeram escolhas animadoras, a presidente marcou seu estilo. O país se viu poupado de ouvir declarações torrenciais diárias do chefe da nação. O tom diferente mostra as vantagens dos rituais democráticos, como a alternância do poder.
A posse da presidente Dilma significou um ineditismo: pela primeira vez desde 1930 três presidentes eleitos tomaram posse sucessivamente, sem interrupções e anormalidades. Tudo foi como tem que ser. É, enfim, a normalidade numa república tão cheia de sustos e sobressaltos.
Na área política, o governo pareceu à deriva, impotente diante das quedas de braço entre os dois grandes partidos da coalizão, na guerra pelos cargos do segundo escalão, que a prudência mandaria ter mais técnicos do que indicados pelos partidos. Ajudaria se o PT não tivesse se mostrado tão voraz na ocupação de ministérios e postos; ajudaria se o PMDB entendesse a proposta da presidente de ter técnicos em posições-chave.
A repetição do padrão da repartição, envolvendo as mesmas pessoas, a mesma estranha lógica, fez o governo parecer velho logo nas primeiras horas. Os impasses criados pela incapacidade do ministro cuja função é fazer a articulação política passaram uma mensagem de fraqueza num momento em que o governo deveria estar no auge da sua força, logo nos primeiros dias. É uma luz amarela acesa no painel. Pode ser superado, mas produziu na largada uma assustadora paralisia e exibiu feios sinais da luta intestina pelo poder.
A inflação fechada do ano não deixa dúvidas de que ela continuará sendo um ponto de desconforto e limites neste começo de governo. Vai incomodar um pouco mais. Há incertezas que continuarão também presentes tornando a conjuntura mais difícil de manejar até pelos descuidos fiscais do ano passado.
O governo anunciou possíveis cortes no orçamento. Será preciso saber onde será cortado porque a ministra do Planejamento acha que não se pode "demonizar" o gasto de custeio, a ministra do Desenvolvimento Social vai gastar mais com o Bolsa Família, a briga política pode resultar num gasto previdenciário maior com o salário mínimo, e algumas boas ideias que surgiram elevam gastos.
Na educação, a boa ideia é ampliar o ensino médio para um turno integral que some o ensino das disciplinas tradicionais desse período escolar com aulas de cursos profissionalizantes. Isso seria o ideal: uma educação universalista e ao mesmo tempo incluindo uma qualificação técnica. Não se disse como fazer, nem quanto custa, mas mais tempo na escola só pode ser bom para jovens no momento mais decisivo da formação. Ainda não se sabe como resolver o elementar no ensino médio que é combater a evasão.
A ministra Maria do Rosário tocou de novo na velha ferida da necessidade de o Brasil buscar as informações sobre os desaparecidos. A reação do general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, foi um espanto. Disse que a ditadura teve seus prós e contras e, como a guerra do Paraguai, é parte da História. Faltou explicar qual é o "pró" de uma ditadura e por que não se divulgam os dados, documentos, fatos, principalmente relacionados aos mortos.
Não faz sentido algum que o Brasil seja o único país incapaz de olhar seu passado com sinceridade e sem vetos dos militares. O país acaba de passar pelo vexame de ser condenado pela OEA por não ter feito isso. As Forças Armadas são uma instituição da República, não são aquilo que alguns fizeram em seu nome.

Ridículo e irrelevante
É incrível como dois simples adjetivos podem dar a completa dimensão da esgarçadura dos tecidos moral, legal e ético do país.
Sem maiores explicações, o ministro da Defesa Nelson Jobim considerou “absolutamente ridículas” as críticas às mordomias concedidas ao ex-presidente da República, que, ao lado da mulher, filhos e netos, goza férias no Forte dos Andradas, no Guarujá, pagas pelo Exército, ou melhor, pelo contribuinte. E disse isso sem nem mesmo enrubescer.
Merecedora de escárnio também é a declaração de Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, que considerou “irrelevante” a discussão sobre a concessão de passaporte diplomático para dois filhos e um neto de Lula 48 horas antes de o ex-presidente trocar a faixa com Dilma Rousseff e descer a rampa do Planalto.
Garcia colocou na voz o gesto top-top com que será lembrado pela história. O tema tem tamanha relevância que os filhos do ex, depois de serem cobrados pela mídia e pela OAB, dedicaram várias linhas no twitter a promessas de devolução do documento. Afirmam que nunca usaram a regalia e, de quebra, que a culpa de tudo é da imprensa golpista.
Integrantes do time de elite do ex e da atual presidente, Jobim e Garcia foram e são mais do que amigos leais. São mantenedores de uma acintosa apropriação do público pelo privado, algo que Lula semeou e adubou com maestria e enorme sucesso. A ponto de se sentir à vontade de, como ex, perpetuar os abusos.
Análises mais elegantes explicam o comportamento de Lula como o de quem não consegue desencarnar do cargo. Verdade. Mas os adjetivos usados por seus fiéis escudeiros mostram que é mais do que isso. Lula se tem em altíssima conta; está convencido de que merece todas as regalias, mordomias e benesses porque foi o melhor, o mais popular, o mais povo. Ele, que já não tinha lá muito apreço pelas leis, não vai agora se satisfazer com regras que limitam seus mimos para o uso de no máximo oito servidores e dois carros.
Quer mais e terá. Afinal, como diz Garcia, as críticas são coisa “daqueles 3% ou 4% que consideram o governo Lula ruim ou péssimo”. Reforça assim a tese tão difundida durante a gestão de seu ex-chefe de que a popularidade vale mais do que a lei.
Pior. Dilma, ao que parece, alia-se a essa premissa. A presidente não disse uma só palavra. Nem mesmo deu um pequeno pito em seus dois ministros quanto à defesa da indecente emissão de passaporte vermelho ou da transformação da base militar em resort familiar. É de se supor, portanto, que ela comungue das mesmas idéias e dos mesmos adjetivos. Com isso, perdeu a primeira chance de erguer um governo substantivo.
Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa

David e Golias
Folha de S. Paulo
"UM MICAÇO." A definição, dada pelo humorista Claudio Manoel, do extinto "Casseta & Planeta", é perfeita para definir o processo que a Folha decidiu mover contra o blog "Falha de S.Paulo".
O site humorístico, criado em setembro, fazia paródias -grosseiras- das notícias e insultava jornalistas, sempre na tentativa de mostrar que a Folha protegia José Serra durante a campanha eleitoral.
O nome "Falha de S.Paulo" vinha escrito no alto do site, em um logotipo idêntico ao da Folha, apenas com a troca de uma letra. O endereço eletrônico era www.falhadespaulo.com.br
Uma liminar a favor da Folha retirou o blog do ar no início de outubro. Os autores tentaram reverter a decisão, mas não conseguiram e o caso ainda será julgado em primeira instância. O jornal exige também uma indenização.
Os irmãos Lino e Mario Ito Bocchini, criadores do "Falha", conseguiram montar uma guerrilha poderosa na internet. No último dia 23, em entrevista publicada no "Estadão", Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, saiu em defesa deles, como se o caso estivesse mobilizando o país.
"Entendo que há um grande escândalo em relação ao blog "Falha de S.Paulo", que é uma sátira ao nome do jornal com o qual temos uma parceria no Brasil. Entendo a importância de proteger a marca e temos sites similares que se passam por WikiLeaks.
Mas o blog não pretende ser o jornal e acho que deve ser liberado. A censura é um problema especial quando ocorre de forma camuflada. Sempre que há censura, ela deve ser denunciada", declarou Assange.

Conflito PMDB-PT pode viabilizar candidatura avulsa à Câmara
João Bosco Rabello
O ponto de combustão a que chegaram as relações entre PMDB e PT já põe em risco o acordo para a presidência da Câmara, pelo qual os dois partidos se revezam no cargo, cabendo ao PT ocupá-lo no primeiro biênio.
Não é só – embora seja muito -, o desequilíbrio na distribuição dos cargos de primeiro e segundo escalões que atormenta e infelicita o partido do vice-presidente Michel Temer. À notória desproporção na ocupação de cargos – o PT tem 17 ministérios contra seis do PMDB – soma-se o tratamento de personagem secundário dispensado à legenda pelo governo.
O PT se empenha em exibir o parceiro da aliança como o mal necessário à governabilidade, em nome da qual tolera seus malfeitos, mas ao qual precisa impor limites. “Menos PMDB, menos corrupção”, vendem.
O salário mínimo, tido como o primeiro embate no qual o PMDB daria o troco, é sempre fator de pressão e barganha, mas é uma conta que tem de fechar, então fechará. O conflito é de luta por espaço de poder e o raciocínio é singelo: se não tiver o poder no governo, o PMDB vai buscá-lo no Congresso.
O que abre espaço para prosperar uma candidatura alternativa como a do deputado alagoano Aldo Rebelo (PCdoB), que tenta se materializar com descontentes da base aliada, o “bloquinho” (PDT, PCdoB e PSB) e com a oposição.
A tarefa da hora de Rebelo é justamente unir em torno de seu nome uma oposição cambaleante, cujas lideranças andaram hipotecando solidariedade ao acordo entre seus adversários.

A melhor hora de dividir o bolo
Ilimar Franco, O Globo
Ministros do governo Dilma estão defendendo novo adiamento das nomeações para os cargos de segundo escalão. Elas estão sustadas até a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Mas, diante da rebelião de parcela da base aliada no debate do salário mínimo, há quem defenda que o governo espere por essa votação para ver quem é quem na base aliada. Resume um ministro: "É preferível uma base menor do que uma base ampla com a qual não dá para contar."

O Ministério da Saúde precisa de uma UPP
Texto de Elio Gaspari
Ministério da Saúde precisa de uma Unidade de Polícia Pacificadora. Logo num setor ao qual doutora Dilma prometeu prioridade, instalou-se uma briga digna do Complexo do Alemão. Facções petistas consumiram a primeira semana de governo trocando tiros com o comando do PMDB pelo domínio da área. No centro do conflito estão dois pontos, a Secretaria de Atenção à Saúde e a Fundação Nacional de Saúde.
Um cidadão desatento poderia supor que a divergência envolve concepções antagônicas de políticas públicas. Infelizmente, não é esse o caso. Envolve verbas, e só verbas. A SAS tem um cofre com R$ 45 bilhões. O da Funasa é de R$ 5 bilhões. Isso, para não se falar na briga pelos teclados reguladores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O novo ministro, Alexandre Padilha, é um médico infectologista, com doutorado no comissariado petista.
Como secretário de Relações Institucionais do governo anterior, deixou no Congresso a memória de um negociador que opera o varejo com a musculatura de um estivador do atacado. O doutor Padilha assumiu com um discurso de nove mil palavras no qual consumiu 1.600 num blablablá de saudações.
Prometeu a criação de um desejável indicador para que se possa medir a eficiência dos serviços de saúde pública, mas ficou devendo os detalhes. Até porque disse coisas assim: "Acredito, inclusive, que este indicador não precise ser de níveis de gestão, ele pode ser de níveis de gestão." Ou ainda: "A contradição é que o SUS é ainda uma referência de modelo de pactuação e estruturação, de uma política pública interfederativa para outros sistemas." Madame Natasha teme que tenha surgido uma nova moléstia: o padilhês.
Se o comissário quer criar um indicador a partir do qual se possa avaliar a qualidade do serviço da sua pasta, poderia começar contando o que aconteceu com o Cartão SUS. Trata-se de uma herança maldita tucano-petista que torrou R$ 400 milhões prometendo um plástico para cada cidadão, capaz de conectá-lo ao seu histórico médico. Se quiser evitar a discussão do que se fez de errado, pode contar o que pretende fazer de certo.

Governo Dilna quer identificar torturadores
Evandro Éboli e Maria Lima, O Globo
Vítima da tortura durante o regime militar, a presidente Dilma Rousseff está disposta a ir além do que fez o governo Lula em relação ao reconhecimento oficial das violências cometidas pela ditadura. A partir de agora, o Executivo vai se empenhar na aprovação do projeto da Comissão Nacional da Verdade para que os torturadores sejam identificados. Mas o governo sabe que não dá para ir adiante e punir os agressores porque foram todos anistiados.

Ex-companheiros de Dilma relembram tristes momentos
Chico Otavio, O Globo
Em fevereiro, fará 40 anos que Carlos Alberto Soares de Freitas, antes de descer do ônibus na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com Princesa Isabel, no Rio, acenou pela última vez para Sérgio Emanuel Campos. Desde então, não foi mais visto. Sua mãe, Alice, até morrer, manteve intacto o quarto do filho, dizendo que ele ficara com a chave da porta e poderia reaparecer a qualquer momento. Leia mais em Ex-companheiros de Dilma relembram tristes momentos na VAR Palmares

Política externa de Dilma dará ênfase a direitos humanos
Eliane Oliveira, O Globo
A marca pessoal que a presidente Dilma Rousseff quer imprimir em corações e mentes de brasileiros terá forte influência na política externa. Ao lado do chanceler Antonio Patriota e do assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ela adotará a inserção dos direitos humanos nos grandes debates multilaterais, área em que o Brasil mais recebe críticas, por suas tradicionais abstenções. Leia mais em Política externa no governo Dilma dará ênfase aos direitos humanos

Guerra por 2º escalão envolve 600 cargos e R$ 107 bi
João Domingos, O Estado de S. Paulo
Poder das nomeações, causa do confronto entre PMDB e PT, está relacionado à visibilidade política dos postos, mensurada pelo montante de recursos de cada área; acordo na Integração exclui peemedebistas
A disputa entre os partidos aliados da presidente Dilma Rousseff para manter os postos que já têm no segundo escalão ou abocanhar novos cargos visa o controle de 102 empresas estatais, sendo 84 no setor produtivo e 18 no setor financeiro.
Destas, 66 do setor produtivo e sete do setor financeiro dispõem de R$ 107,54 bilhões para investimentos só neste ano. Ao todo, estão em disputa cerca de 600 cargos. É provável que a maioria seja mantida, pela continuidade do governo.
Leia mais em Guerra por segundo escalão envolve 600 cargos e R$ 107 bi de investimento

Órgão federal vê "grande atraso" no PAC
Gustavo Patu, Folha de S. Paulo
Ipea questiona balanço oficial do programa que foi coordenado por Dilma e aponta execução lenta das obras. Estudo do instituto, que é ligado à Presidência, refuta critério que soma investimentos privados para elevar estatísticas
Um órgão ligado à Presidência da República aponta em documento algo que o discurso oficial da administração petista tem negado nos últimos anos: há "grande atraso" em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e deficiências nos balanços oficiais.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada afirma que o programa, lançado há quatro anos sob coordenação de Dilma Rousseff, representa um esforço importante, mas não suficiente, contra as deficiências do país em infraestrutura.
Para o Ipea, os investimentos públicos e privados necessários em rodovias, ferrovias e portos somam R$ 339 bilhões, enquanto o PAC e o PAC 2, a segunda etapa do programa, destinam a esses setores R$ 189 bilhões.
"Embora o volume de investimentos previstos no PAC e no PAC 2 seja significativo, existe um grande atraso no cronograma físico das obras", diz o estudo, que compara diferentes metodologias de avaliação do PAC.
Assinante do jornal leia mais em Órgão federal vê "grande atraso" no PAC

Policiais comandam grupos de extermínio em todo o país
Roberto Maltchik, O Globo
Vigilantes contratados por grupos de extermínio, comandados por policiais. Mortes em série de adolescentes na tríplice fronteira. Execuções sumárias de homossexuais no Nordeste do país. Omissão de investigadores diante de mães desesperadas. O retrato da violação de direitos humanos, escondido sob inquéritos nebulosos ou inacessíveis até mesmo ao Ministério Público, fica estampado por centenas de denúncias que chegaram nos últimos três anos à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, revela reportagem publicada na edição do GLOBO deste domingo.
Em pelo menos seis estados - Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e São Paulo -, a existência de grupos de extermínio está caracterizada, de acordo com o ouvidor Fermino Fecchio Filho.
Catalogadas em Brasília, as denúncias de brasileiros sem rosto conhecido ou notícias que se perdem no turbilhão de casos de omissão ou abuso de autoridade levaram o ouvidor a concluir que os grupos de extermínio estão disseminados pelo país.
Segundo ele, as violações aos direitos humanos são alimentadas por duas falhas estruturais do sistema: a negligência do Judiciário e o corporativismo policial.
---- Grupo de extermínio é geral, é no Brasil inteiro. Não tem grupo de extermínio se não tem polícia envolvida. O que mais choca são os autos de resistência, seguida de morte. Você não tem laudo de local, não tem laudo de balística. A maior causa mortis é a caminho do hospital, mas ele já está morto. Quando você consegue um laudo, vê que são pessoas que morreram com 12, 20 tiros. Que socorro foram prestar? Foram desmanchar o local do crime --- afirma o ouvidor.
Leia mais em Policiais comandam grupos de extermínio em todo o país, revela ouvidor de direitos humanos

Desmatobrás: uma área equivalente ao Grande Rio
Liana Melo e Henrique Gomes Batista, O Globo
Desmatobrás: construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de área equivalente ao Grande Rio
O governo planeja desmatar 5,3 mil quilômetros quadrados (km2) de floresta no país, o que equivale à área dos 19 municípios da região do Grande Rio, para construir 61 usinas hidrelétricas e 7,7 mil quilômetros de linhas de transmissão. A maior parte dos projetos fica na nova fronteira energética do país, a Amazônia Legal, que congrega nove estados.
Apesar de impressionante, o impacto pode até ser maior, já que o número leva em conta apenas a área que será alagada pelas hidrelétricas e a extensão das linhas de transmissão, e não inclui o desmatamento no entorno. E ainda não entraram no cálculo as obras previstas na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), como rodovias e ferrovias, cujo dano ambiental não foi estimado nem mesmo pelo governo.
A meta é instalar 61 novas usinas em todo o Brasil até 2019 para jogar no sistema mais 42 mil megawatts (MW) de energia. As maiores usinas ficarão na região amazônica.
Custos, financiamento, cronograma, necessidade de mão de obra e potencial energético dos projetos estão minuciosamente explicados em 330 páginas no Plano Decenal de Energia, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, órgão responsável pelo planejamento do setor), e no PAC-2.
Mas não há análise profunda sobre os impactos ambientais: a previsão de recursos previstos para aplicar em compensações é de R$ 614 milhões, o que corresponde a 0,5% do valor das obras. - A experiência mostra que uma área adicional também é desmatada por causa dos investimentos no local. Por exemplo, os projetos atraem as pessoas para trabalhar na obra e um outro grande número vem espontaneamente buscar oportunidades. Depois da obra, parte desta população fica e gera um crescimento populacional acima da média por vários anos - avalia Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), lembrando que, na região de Tucuruí, por exemplo, as taxas de crescimento populacional continuam sendo duas vezes maiores que a do resto do país, mesmo três décadas depois da implantação do projeto.
Leia mais em Desmatobrás: construção de 61 hidrelétricas provocará desmatamento de área equivalente ao Grande Rio

Aéreas: taxas irritam clientes e encarecem passagens
Nadja Sampaio, O Globo
Na hora de comprar passagens aéreas, não é apenas o preço dos bilhetes que conta. Os consumidores precisam ficar cada vez mais atentos com as taxas que aparecem no meio da transação. Internautas vêm reclamando de terem de pagar várias taxas: para comprar pela internet, para parcelar a compra, para marcar assento, além do seguro.
O promotor Rodrigo Terra, da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público, afirma que vai abrir um inquérito para apurar se há ilegalidade nas cobranças.
Antônio de Castro Lima Neto afirma que comprou passagens no dia 17 de dezembro pelo site da Webjet e notou que, além do valor da passagem, estavam cobrando uma série de valores extras:
- A empresa está tentando arrancar do cliente taxas que eles chamam de encargos, que são taxa de reserva on-line, seguro de viagem, taxa de parcelamento do pagamento. Algumas delas são opcionais, mas mesmo estas a empresa inclui automaticamente, cabendo ao cliente, se estiver muito atento, recusar.
Hélio Campos, morador de Brasília, é outro consumidor indignado:
- É de estarrecer! A Webjet está cobrando na compra de passagens uma taxa de R$ 7 pela utilização do site na compra e R$ 4,80 quando esta é parcelada. Sem qualquer esclarecimento ou informação, quando você marca o assento é mais R$ 5. Isso sem falar que ela e outras empresas continuam sorrateiramente cobrando o seguro viagem. A pessoa tem de marcar que não quer.
Leia mais em Aéreas: taxas irritam clientes e encarecem passagens

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos o seu comentário...