NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

domingo, 16 de janeiro de 2011

Os cariocas assistem conformados à reprise de um filme de terror. Em todas as dimensões...

Quem responderá pela tragédia?
Texto de Celso Bizarro
É a eterna mania de colocar a tranca depois que a porta foi arrombada. Agora não adianta dar tapinha nas costas ou demonstrar estar constrangido com a dor de muitas pessoas que perderam seus entes queridos.

A tragédia há muito era anunciada por inúmeros especialistas, mas nenhuma atitude foi tomada pelo Governador do Rio, Sérgio Cabral.

Ainda se tem à vista dos olhos outro desastre acontecido em Angra dos Reis. E o que foi feito em termos de proteção? Nada, absolutamente, nada.

Se o que está acontecendo nos municípios serranos, nos últimos dias, já eram favas contadas, por que o citado governador não tomou nenhuma providencia que pudesse minorar os efeitos de tamanha catástrofe?

Como reparar agora as perdas de pessoas tão significativas de cada família?

Quem responderá pelos prejuízos patrimoniais de cada ente envolvido?

Se o poder público foi omisso por não tomar as providências que seriam necessárias, não lhe caberia um processo de responsabilidade civil e criminal com as devidas perdas e danos?

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A chuva não para e os mortos passam de 600
População vivia tensão em meio a temores de novos deslizamentos; saída da cidade está congestionada.
Partes do centro de Nova Friburgo ficaram devastadas

BBC Brasil
Uma chuva torrencial de cerca de uma hora caiu neste sábado sobre o município de Nova Friburgo, na serra fluminense, causando ainda mais transtornos na cidade, uma das mais afetadas pelas enchentes e os deslizamentos ocorridos na região desde a madrugada da última quarta-feira.

No início da tarde deste sábado, a saída da cidade era caótica, mesmo após a chuva dar uma trégua. Os carros levavam cerca de duas horas para percorrer um trecho de pouco mais de 5 km da rodovia RJ 116, entre o centro da cidade e a localidade do Mury, na saída do município.

A rodovia, que é a principal rota entre Nova Friburgo e a capital do Estado, ficou temporariamente interrompida devido à queda de barreiras. Durante a tarde, o governador fluminense, Sérgio Cabral, pediu à população que não use a via. Por volta das 15h30, o trânsito na rodovia voltou a se mover, mas com muita lentidão.

Leia mais em Com mais chuvas, Nova Friburgo continua caótica; mortos na serra passam de 600

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Forças militares chegam à Região Serrana
Texto de Gustavo Goulart, Gabriel Mascarenhas e Fábio Vasconcellos, O Globo
As equipes que trabalham no socorro às vítimas do temporal que devastou cidades da Região Serrana do Rio passaram a contar neste sábado com mais ajuda das Forças Armadas, e agora também com 225 homens da Força Nacional de Segurança, que desembarcaram na serra durante a madrugada.

[Ontem], 150 homens do Exército participaram do resgate aéreo de 110 famílias na localidade de Brejal e Vieira, em Teresópolis, que estavam isoladas. Elas foram levadas para um abrigo no aeroporto da Granja Comary, que se transformou numa base dos militares. O número de mortos em cinco cidades continua a subir neste sábado.

O Comando Militar do Leste (CML) enviou 226 homens para Teresópolis, que foi escolhida como base por estar numa região central entre as localidades mais castigadas. O general Oswaldo de Jesus Ferreira é o responsável por todas as ações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, na região. Além de participarem dos resgates, os militares vão ajudar na desobstrução de estradas e distribuição de alimentos e medicamentos.

O Exército levou também 38 veículos, entre eles duas ambulâncias, seis helicópteros, que ficarão na Granja Comary, cujas instalações são utilizadas pela seleção brasileira.

As aeronaves são empregadas na ajuda às defesas civis de todos os municípios atingidos. Para Itaipava, em Petrópolis, o Exército enviou três caminhões e homens para ajudar nas buscas.

Leia mais em Força de Segurança chega à Região Serrana e 110 famílias são resgatadas pelo Exército

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Doenças são ameaça após chuvas
Texto de Isabela Bastos, O Globo

Depois da tragédia das chuvas, uma nova ameaça assombra os moradores da Região Serrana: as doenças infectocontagiosas. Especialistas explicam que o contato de longa duração com lama, água suja e destroços trazidos pela enxurrada expõe os moradores e equipes de resgate a leptospirose, hepatite A, tétano e inúmeras doenças diarreicas provocadas por vírus e bactérias.

Eles alertam ainda para medidas simples, mas fundamentais, de desinfecção e higiene que podem ajudar a conter o avanço das doenças.

De acordo com o infectologista Ricardo Igreja, da Faculdade de Medicina da UFRJ, moradores atingidos pelas trombas-d'água estão sujeitos à contaminação por hepatite A, doença viral cuja transmissão acontece pela ingestão de água e alimentos contaminados. O período de incubação gira em torno de um mês e os sintomas são febre, fezes esbranquiçadas, urina escurecida e olhos amarelados. Ele recomenda que as pessoas que tiveram contato com a água barrenta sejam imunizadas.

- O ideal seria que a pessoa fosse vacinada antes de entrar em contato com o vírus. Mas numa situação dessas, de ampla exposição, deve-se vacinar todos que tiveram contato com a água suja, incluindo as equipes de resgate - afirma o infectologista.

Leia mais em Doenças são ameaça após chuvas na Região Serrana, alertam especialistas

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Cabral e Dilma culparam os outros e o povo
Texto de Elio Gaspari, O Globo
No ano passado, quando as chuvas provocaram a morte de 148 pessoas em Angra dos Reis e na Ilha Grande, o governador Sérgio Cabral estava em sua casa de Mangaratiba, a pouco mais de uma hora da cena das tragédias, e levou mais de um dia para dar o ar de sua graça. Veio com uma lição:

— Eu não faço demagogia. Houve um tempo em que governador aparecia ao lado de traficante, como se ele fosse o John Wayne. Aqui, estavam dois secretários da área. Quem deve vir são as autoridades públicas que podem de fato dar solução e comando ao problema.

Como dizia John Wayne, “o amanhã é a coisa mais importante da vida”. A conta de 2010 fechou com 316 mortos, passou-se um ano e as chuvas voltaram. Desta vez, Sérgio Cabral não estava em Mangaratiba, mas no exterior. Quando desembarcou no Rio, já haviam sido contados mais de 300 corpos por conta de temporais que começaram dois dias antes. (Os mortos passaram de 500.)

Ao chegar, Cabral contrariou sua lição de 2010 e visitou as áreas afetadas. Foi acompanhado pela doutora Dilma Rousseff, que ensinou: “A moradia em área de risco no Brasil é a regra, não é a exceção”.

Falta explicar por qual critério Dilma e Cabral definem “áreas de risco”. O Centro de Friburgo? A cidade de Areal? Bairros urbanizados onde viviam pessoas que pagam IPTU? Em 2010, a explicação demofóbica para a morte de mais de 30 pessoas no Morro do Bumba, em Niterói, sustentou que a patuleia estava em cima do que fora um lixão. Estava, com a permissão da prefeitura, e ninguém foi responsabilizado.

A essa explicação, somou-se a do catastrofismo ambiental. Para quem gosta de falar em calamidades climáticas, vale lembrar que, na Austrália, onde choveu mais do que no Rio, os mortos foram 25 e há dezenas de desaparecidos.

Como no ano passado, os governantes anunciaram esmolas para já e planos para amanhã. Daqui até janeiro do ano que vem, Sérgio Cabral e Dilma poderiam atender ao pedido que Carlos Lyra e Vinicius de Moraes encaminharam a Xangô:
“Pôr pra trabalhar gente que nunca trabalhou”.

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Chuva deve atingir áreas críticas até terça
Previsão é de temporais em regiões onde há riscos de deslizamentos nos Estados de São Paulo, Rio e Minas
Janeiro está sendo muito chuvoso, ao contrário do que diziam os boletins para os três primeiros meses do ano
Texto de Eduardo Geraque, Folha de S. Paulo

As pancadas de chuvas, que podem ser fortes, vão continuar pelo menos até terça sobre todo o Sudeste, o que pode levar problemas a áreas de risco de deslizamento em São Paulo, Rio e Minas.

Não devem ser chuvas contínuas, de várias horas, segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). A previsão mais focada de temporais só pode ser feita ao longo do dia.

Outro problema para se ter uma previsão mais detalhada é de ordem técnica. Apesar de o Sudeste ser bem coberto pelos radares meteorológicos, eles não estão com seus sistemas integrados.

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sepultados cerca de 50 corpos não identificados
Cidade já contabiliza 264 mortos desde o começo da semana e mais pessoas podem estar soterradas
Texto de Felipe Werneck e Paulo Sampaio, O Estado de São Paulo
Militares do Exército, usando máscaras cirúrgicas, ajudaram a sepultar [ontem], cerca de 50 corpos ainda não reconhecidos da tragédia em Nova Friburgo no cemitério municipal Trilha do Céu, no bairro de Conselheiro Paulino.

Carregados por militares da quadra da escola de samba Unidos da Saudade, no Centro, na manhã de sábado os primeiros 20 caixões lotaram três caminhões de transporte de tropa. O comboio seguiu por ruas da cidade com uma escolta da Polícia Militar e faria uma nova viagem até o centro para buscar os outros caixões. Enquanto isso, funcionários da prefeitura cavavam outras 200 covas rasas na Trilha do Céu.

O coordenador do Ministério Público em Nova Friburgo, Hedel Nara Ramos, explicou que todos os 50 corpos ainda não reconhecidos foram identificados por impressões digitais e fotografias. Os seis corpos, em estado avançado de decomposição, em que não foi possível recolher digital, nem fazer foto, tiveram material genético colhido para futuro reconhecimento.

Dos 50 corpos que seriam levados para o cemitério, pelo menos três foram reconhecidos no local por parentes e enterrados em jazigos privados depois do velório. O apoio do Exército foi solicitado pelo promotor. Segundo ele não haverá sepultamento em cova coletiva.

"Não podemos permitir que isso ocorra até pela dignidade das pessoas e também porque perderíamos completamente o controle para futuros reconhecimentos.

Friburgo já contabiliza 264 mortos. "Temos a convicção de que há muitas famílias ainda soterradas, inclusive de um ex-prefeito do município, mas não conseguimos ainda chegar a estes locais", explicou o promotor.

Após o enterro da manhã, 15 soldados do Exército seguiriam para auxiliar outro grupo de 30 homens que tentava resgatar corpos no bairro de Campo do Coelho. Segundo um coronel que coordenava os trabalhos, os corpos seriam levados diretamente para a Trilha do Céu.

Leia mais em Nova Friburgo sepulta cerca de 50 corpos não identificados

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Tragédias que se repetem
Fim de 2008, início de 2009, tragédia em Santa Catarina.
Fim de 2009, início de 2010, tragédia no Rio de Janeiro. Não bastava um episódio tão doloroso?

Não teria sido possível evitar as proporções terríveis do segundo?

O mais dramático nesses e em tantos outros casos é a repetição. Sugere inércia e uma irresponsabilidade insuportável que, passado o impacto inicial de vidas perdidas e a devastação de patrimônios tão duramente conquistados, retoma a rotina. E o discurso de que foi o excesso de chuvas a razão do desastre.

Áreas frágeis e não recomendadas para habitação continuam a ser ocupadas. Medidas preventivas permanecem sendo tomadas de maneira paliativa, com pouca verba, empenho e prioridade. Há iniciativas como o estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre as vulnerabilidades do litoral do Estado às mudanças climáticas, mas sem consequências práticas.

As pessoas atingidas continuam a depender quase que unicamente do heroísmo de bombeiros, de grupos de defesa civil, de voluntários que, não raro, aparecem nos noticiários impotentes diante da desproporção entre suas forças e a enormidade da perda e da dor.

Não sei o que se pode dizer aos familiares e amigos das vítimas das chuvas e deslizamentos, mais do que foi dito às vítimas de Santa Catarina. As catástrofes causadas pelo mortífero tripé -chuvas fortes, encostas instáveis e construção em áreas inadequadas- só mudam de lugar. O que parece não acontecer é uma intervenção no único vetor do qual temos controle: o uso e ocupação das áreas.

Sei por experiência própria o que é a perda radical, como a que acontece quando uma correnteza avassaladora invade a casa, leva as pessoas e desmonta o nosso mundo. Não há nada a fazer, a não ser tentar salvar-se e a quem esteja ao alcance da mão. Tudo tão brutal que muitas vezes nem as lágrimas acodem.

John Owen (1616-1683), pastor e teólogo, dizia que os pregadores precisam "experimentar o poder da verdade que pregam em e sobre suas próprias almas". Quem não sente a alma incomodada pelo calvário daqueles que são atingidos de maneira frontal -e, na maioria das vezes, evitável- pelos fenômenos naturais não tem sensibilidade suficiente para mitigá-lo.

Não é justo, não é aceitável que a cada ano mais pessoas passem por tal experiência limite, quando se sabe que é possível fazer mais.

A melhor homenagem às vítimas é lutar para construir e instituir, até porque a tendência é aumentar a ocorrência dos fenômenos climáticos que agravarão ainda mais esse tipo de catástrofe, o que já deveria ser um pleno e efetivo direito da sociedade: a segurança ambiental.

(Transcrito da Folha de S. Paulo de 4 de janeiro de 2010)

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Chuva e chá
Chove desde que o mundo é mundo. Chove desde que gente já se conhecia por gente, mas ainda achava que chuva era xixi dos deuses, ou coisa parecida.
À negligência das autoridades atuais responsáveis por tragédias causadas pela chuva deve-se acrescentar este estranhamento atávico: depois de milhões e milhões de anos, a chuva ainda nos pega de surpresa.
Claro, as tragédias vêm com o excesso de chuva, com o anormal, com o improvável. Mas assim como se proíbe construções na encosta de vulcões mesmo dormentes, prevendo a erupção, devíamos estar sempre preparados para a pior consequência imaginável das chuvas.
Mas se mesmo a chuva normal nos causa espanto — "Meu Deus, o que é isso? Água caindo do céu!" — o que dirá a hipótese de chuva destruidora? Ainda não sabemos o que fazer com ela. Talvez em mais alguns milhões de anos a gente se acostume.
TEA PARTY
O movimento chamado Tea Party tirou seu nome de um episódio de revolta de colonos americanos contra a coroa inglesa em 1773, um dos antecedentes da guerra de independência dos Estados Unidos. Protestavam contra a taxação do chá pelos ingleses e o monopólio da Companhia das Índias Orientais das importações na colônia. Quando um navio inglês ancorado em Boston se recusou a voltar com chá rejeitado pelos colonos para a Inglaterra, estes invadiram o navio e jogaram o chá no mar.
A revolta atual não tem nada a ver com chá, é contra o governo do Barack Obama. Que, segundo a direita radical, está levando o país para o socialismo com medidas como a implantação de um programa universal de saúde pública igual ao que existia em todos os países adiantados do mundo, menos nos Estados Unidos.
Nem todos os republicanos que voltaram a dominar o Congresso americano depois da última eleição legislativa seguem a linha extremista do Tea Party, mas o partido está mobilizado para derrubar o plano de saúde do Baraca, que já comparam ao Hitler, e inviabilizar seu governo.
Uma das lideres do movimento Tea Party é a Sarah Palin, que antes das recentes eleições publicou um mapa dos Estados Unidos no qual todos os estados em que candidatos que apoiavam o plano de saúde ou outra iniciativa do presidente combatida pelo Tea Party deveriam ser derrotados apareciam assinalados com um círculo imitando a mira de uma arma.
Um desses candidatos a serem abatidos era Gabrielle Giffords, que no sábado passado levou um tiro na cabeça.
Não se sabe o que motivou o criminoso, que matou seis, incluindo uma criança, além de ferir Gabrielle. Mas a Sarah Palin está tendo que se explicar. Uma das suas assessoras já disse que os círculos no mapa não eram miras, mas visores de agrimensura. Não colou.

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