NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pobreza deixa marcas biológicas permanentes nas crianças, dizem cientistas


Por: JEAN LOUIS SANTINI da France Presse

A pobreza pode deixar profundos e permanentes efeitos biológicos em crianças pequenas que, quando adultas, correm mais riscos de sofrer problemas de saúde e ter renda mais baixa, revelou uma pesquisa apresentada no último fim de semana em San Diego, Califórnia.

Cientistas americanos definiram "uma biologia da pobreza" entre adultos que passaram a infância em um ambiente de pobreza, principalmente entre aqueles que viveram na miséria antes dos cinco anos de idade, segundo o estudo publicado no domingo, na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

"A pobreza tem o potencial de modificar profundamente a neurobiologia da criança pequena em desenvolvimento", e pode afetar diretamente toda a sua vida, afirma Greg Duncan, da Universidade da Califórnia.

A primeira infância é um "momento crucial para estabelecer a arquitetura do cérebro que dá forma ao futuro cognitivo, social e de bem-estar emocional da criança", explica o estudo.

"As crianças que crescem em um ambiente desfavorável mostram níveis desproporcionais de reação ao estresse, e isso é notado no nível de exames hormonais, neurológicos e de perfis epigenéticos", diz Thomas Boyce, da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá.

Para medir os efeitos socioeconômicos destes marcadores neurobiológicos da pobreza, os pesquisadores analisaram dados demográficos de 1.589 adultos nascidos entre 1968 e 1975, incluindo o nível de renda de suas famílias e os anos de educação alcançados, além de dados sobre sua saúde e antecedentes penais.

"Diferenças notáveis" foram percebidas entre as vidas adultas daquelas crianças, de acordo com o nível socioeconômico antes dos seis anos.

"Em comparação com crianças cujas famílias registravam renda pelo menos duas vezes mais alta que a linha de pobreza durante sua primeira infância, as crianças pobres tiveram dois anos a menos de escolaridade em média, trabalham 451 horas a menos por ano e ganham menos da metade", indica o estudo.

Estas crianças também receberam de adultos mais de US$ 800 a mais por ano em cupons de alimentos, e foram duas vezes mais propensas a ter uma saúde em geral deficiente ou altos níveis de estresse psicológico.

As crianças pobres também acabaram mais gordas que as ricas, assim como mais propensas a apresentar sobrepeso na vida adulta.

Além disso, homens pobres desde a infância têm o dobro de chances de serem presos, e as mulheres, seis vezes mais chances de se tornarem mães solteiras.

A pesquisa, a primeira com estas características realizada nos Estados Unidos, também demonstrou que se uma família pobre recebe US$ 3.000 por ano a mais por meio da assistência social do governo por ter um filho de menos de cinco anos, quando adulto esta criança ganhará 17% a mais e trabalhará 135 horas a mais por ano.

"Este estudo prova que as políticas de bem-estar social dirigidas a famílias americanas pobres com crianças pequenas produzem resultados palpáveis."

Segundo os autores do estudo, quatro milhões de crianças nos Estados Unidos viviam na pobreza em 2007.

Para Jack Shonkoff, da Universidade de Harvard, a pesquisa oferece "uma oportunidade magnífica para aprender mais sobre a biologia da pobreza, que pode ajudar a desenvolver novas ideias e mitigar o impacto da precariedade no emprego e proteger melhor as crianças pequenas".

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