NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Itaboraí ganhará "lixão regional" para 5.000 t/dia de lixo

O Estado do Rio de Janeiro terá seu primeiro aterro sanitário completo - a partir de agosto deste ano. O CTR (Centro de Tratamento de Resíduos) Itaboraí, na região metropolitana, poderá receber até 5.000 toneladas de lixo ao dia e, diante da estagnação dos chamados lixões, será uma alternativa principalmente para a capital e cerca de outros dez municípios do leste fluminense, como Niterói, São Gonçalo, Tanguá, Rio Bonito, Maricá.

Em uma área de 2,7 milhões m², o lixo domiciliar que não puder ser reaproveitado será prensado em camadas que chegarão a no máximo 5 m de altura (uma sobre a outra). Para a formação dessas camadas, mais conhecidas como células, o material será coberto com terra dizem ser a fim de evitar mau cheiro, urubus e catadores no local.

Para que o chorume (líquido formado pela degradação dos resíduos) não contamine o solo, uma espessa manta de plástico (2mm) com durabilidade de cerca de muitos anos será colocada entre as células. O chorume recolhido através de tubulação ficará em um reservatório. Em seguida, ele será tratado pela Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) e se transformará em água de reuso (não recomendada ao consumo, apenas para lavar calçadas, regar plantas etc). O gás metano produzido pelo lixo poderá ser captado, queimado (mais poluição no ar).

Já o material da coleta seletiva passará pela Unidade de Triagem de Resíduos Recicláveis, com capacidade para cem toneladas diárias. O produto disso será revendido às indústrias. Cada tonelada custa, em média, de R$ 150 a R$ 200. Segundo Dirceu Pierro Junior, biólogo e diretor comercial da empresa Estre Ambiental, parceira do CTR Itaboraí, quanto mais separar, mas valerá o reciclável.

- O ideal é segregar bem para fazer melhores negócios. Não se pode juntar papel branco, que é mais nobre, com papelão, que tem qualidade inferior. As garrafas PET têm que ser separadas até pela cor: verde com verde, transparente com transparente. A mesma coisa para o vidro.

Triagem de entulho
Por estar localizado em região que promete cada vez mais investimentos e construções, o CTR Itaboraí deve ganhar uma unidade de triagem para resíduos sólidos gerados por obras e demolições. Cerca de mil toneladas de escombros e pedras poderão ser trituradas e retornar para o mercado como brita (tipo de pedra) e areia, por exemplo.

O material contaminado pela ação de petrolíferas ou estaleiros será destinado à Unidade de Biorremediação para Tratamento de Resíduos e Solos Contaminados do novo aterro. Cerca de 500 toneladas por dia poderão ser tratadas. Esta ação será inédita no Estado. Atualmente, empresas instaladas no Rio precisam enviar o material, principalmente terra, para o CGR Paulínia São Paulo.

Manoel Franklin de Sá vê o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que será inaugurado em 2013 pela Petrobras em área de 45 milhões de m² também em Itaboraí, como potencial oportunidade para tratar esse tipo de resíduo no Rio.

- Quando o Comperj foi anunciado, já tínhamos o projeto do aterro de Itaboraí (só a população não sabia), mas, sem dúvida, é uma grande oportunidade. De acordo com a necessidade, nós temos como aumentar consideravelmente o volume de material a ser recebido.

A Unidade de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde, com capacidade para tratar 20 toneladas de material hospitalar, completa a lista dos serviços que sustentam a estrutura do novo aterro de Itaboraí.

Colapso dos lixões
Um cinturão verde de 1,4 milhão de m² funcionará como barreira visual, acústica e de odor para isolar a área. Espécies nativas já começaram a ser replantadas na barreira vegetal (isso ninguém viu ainda).

O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental já foram aprovados pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) que segundo o MPF é um órgão viciado em conceder licenças ilegais. A licença prévia foi conseguida após audiência pública em 2009 (que se encontra no Ministério Público Estadual), assim como a licença de instalação, liberada em janeiro deste ano. A de operação será expedida pelos órgãos ambientais somente em agosto, que é quando o aterro entra em funcionamento.

Inicialmente, O CTR receberá 2.000 toneladas de lixo por dia. A operação completa, incluindo mais 3.000 toneladas de lixo e os outros processos de tratamento, estará em atividade até agosto de 2011. A expectativa é gerar 120 empregos diretos e cerca de 150 indiretos. Moradores de áreas próximas terão prioridade de fugir de Itaboraí. A população, principalmente crianças, também será convidada a participar de oficinas de conscientização, incluindo visitas guiadas.

De acordo com Manoel Franklin de Sá, o investimento total do CTR Itaboraí é de R$ 35 milhões, com previsão de retorno em três anos. Se o município do Rio de Janeiro conseguisse economizar os R$ 400 milhões anuais que gasta somente com a coleta de lixo natural (folhas de árvores, por exemplo) ou jogado no chão, seria possível construir ao menos dez aterros ambientalmente completos.

Atualmente, o Estado vive um colapso em relação ao destino final do lixo, principalmente na região metropolitana e escolheu Itaboraí para ser o lixão Estadual. Pesquisas indicam a existência de pelo menos 98 lixões, onde não há qualquer tipo de tratamento.

Na capital, as 8.800 toneladas diárias são levadas para o aterro de Gericinó, na zona oeste, e o de Gramacho, em Duque de Caxias, que ainda recebe o lixo dos principais municípios da Baixada Fluminense e está com vida útil próxima do fim. O aterro de Seropédica o substituirá em um primeiro momento, segundo informações da Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana). Após a desativação do aterro controlado do morro do Céu, em Niterói, em abril passado, todo o lixo da cidade passou a ser despejado em Itaóca, São Gonçalo. O local também está operando acima da capacidade.

Para Dirceu Pierro Junior, biólogo e diretor comercial da empresa Estre Ambiental, a questão do lixo tem que ser tratada pelas empresas, governos e sociedade "de forma ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável".

- Dá para se tirar muitos benefícios do lixo e precisamos despertar para isso. Em no máximo cinco anos, teremos um colapso energético, por exemplo, e uma das soluções está justamente no que vem sendo desperdiçado de forma incorreta.

Os moradores do Rio de Janeiro interessados em participar da coleta seletiva de lixo podem ter mais informações por meio do site da Comlurb ou pelo telefone (0xx21) 2204-9999. Aos moradores de Itaboraí só resta “rezar” e pedir que a Justiça exista e seja boa... Muito boa mesmo.

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