NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Silêncio que preocupa...

O editorial "Silêncio que preocupa" foi publicado na edição de ontem(01/06) do jornal Gazeta do Povo (PR):
"Diante da enxurrada de denúncias que recaem sobre a Assembleia Legislativa do Paraná, muitos políticos paranaenses têm adotado a velha tática de, simplesmente, jogar para a torcida . Subestimam a inteligência do povo paranaense e, em alto e bom tom, apenas repetem frases como: precisamos promover uma transformação política , precisamos investigar profundamente , os culpados devem ser rigorosamente punidos e assim por diante.
Ocorre que, quando instados a responderem se são favoráveis ou não, por exemplo, ao afastamento dos membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, a coragem e a firmeza desaparecem. Com um tom de voz bem mais baixo, até mesmo para, se possível, nem mesmo serem ouvidos, dizem: prefiro não me manifestar , devemos aguardar as investigações , confio na Justiça , aguardo a posição do partido , entre outras manifestações que apenas revelam a conivência com todas as barbaridades praticadas na Casa Legislativa estadual.
Fora do cenário político, merecem destaque as contundentes manifestações da Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), presidida pelo juiz Anderson Furlan, e, principalmente, a iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), comandada por José Lúcio Glomb, que, a partir da série de reportagens Diários Secretos , lançou destemida campanha contra a impunidade e a corrupção, campanha essa que ganha força a cada dia e que também já recebeu o apoio da OAB nacional, por meio de manifestação de seu presidente, Ophir Cavalcante.
A campanha O Paraná Que Queremos já conta com mais de 270 entidades, 420 empresas e quase 10 mil pessoas físicas.
No âmbito político, por sua vez, as manifestações mais firmes e corajosas partiram de poucos. Os deputados estaduais Tadeu Veneri (PT), Ney Leprevost (PP) e Neivo Beraldin (PDT) foram os únicos a defenderem o afastamento dos principais envolvidos dentro da Assembleia.
E o deputado federal Dr. Rosinha (PT) foi um dos poucos representantes paranaenses em Brasília a se manifestar também de forma mais enfática: Todos aqueles deputados que têm compromisso com a verdade e com a transparência, e que não compactuam com a corrupção, deveriam renunciar voluntariamente a seus cargos e abandonar a Mesa da Assembleia .
O PV, o PC do B, PSTU e o PPS pediram expressamente o afastamento do presidente da Assembleia, Nelson Justus, e do primeiro-secretário, Alexandre Curi. Mesmo assim, vale lembrar, o PPS ainda ocupa um dos cargos na mesa, qual seja, a 3.ª vice-presidência.
E sobre a composição, aliás, é importante lembrarmos que integram a Mesa da Assembleia o DEM (Nelson Justus), o PMDB (Antonio Anibelli e Alexandre Curi), o PDT (Augustinho Zucchi), o PPS (Felipe Lucas), o PSDB (Valdir Rossoni), o PT (Elton Welter), o PP (Cida Borghetti) e o PRB (Edson Praczyk).
O que dizem os referidos partidos sobre os escândalos? Mais do que isso, o que fazem os presidentes e os membros de tais partidos? Os presidentes dos diretórios estaduais do PT (Enio Verri), do DEM (Abelardo Lupion), do PPS (Rubens Bueno), do PDT (Osmar Dias), do PP (Ricardo Barros) e do PMDB (Waldyr Pugliesi), todos concordam com a permanência dos deputados dos seus partidos à frente da direção da Casa? Os presidentes dos diretórios estaduais do PSDB (Valdir Rossoni) e do PRB (Edson Praczyc), que, além de presidirem os diretórios estaduais, também integram a Mesa Diretora da Assembleia, refletem, com essa conduta, a posição e a opinião dos seus correspondentes partidos?
E ainda sobre a permanência da atual direção da Assembleia, o que dizem, ou melhor, o que fazem outras lideranças políticas paranaenses tais como Beto Richa (PSDB), Orlando Pessuti (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT)?
Não há dúvida de que precisamos separar o joio do trigo. Mas se nem tudo é joio, é preciso, então, que o trigo apareça e se manifeste com clareza, firmeza e objetividade. Diante do maior escândalo da história política do Paraná, o que não podemos admitir são os convenientes silêncios e os súbitos desaparecimentos. Neste momento de profunda crise do Legislativo paranaense, não há como admitirmos, mais uma vez, posições dúbias ou meias palavras.Mas e se os nossos deputados estaduais, deputados federais e senadores permanecerem silentes? Bom, nesse caso, o silêncio será eloquente e muito dirá sobre o caráter de tais pessoas e sobre o compromisso delas com a nossa terra e com a nossa gente.
Em meio a tudo isso, a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná ainda acredita ser A Casa dos Paranaenses . Discordamos. As casas da imensa maioria dos paranaenses são muito diferentes daquela Casa de leis. São casas de pessoas trabalhadoras, honestas, dignas e respeitadoras da lei. São casas organizadas. São casas de pessoas que ensinam e praticam os valores fundamentais típicos de pessoas de bem. São casas de pessoas que ensinam os seus filhos a respeitarem o próximo e a não tomarem para si aquilo que não lhes pertence. São casas de pessoas que entendem o real significado da vida em sociedade, da moralidade, da legalidade, da coisa pública e do bem comum."
-- Guelfo S. Pereira

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