Incentivo a Inovações

Senai incentiva inovações em evento no Riocentro
Marta Nogueira, Jornal do Brasil

A Mostra Inova Senai 2010 – Etapa Nacional, realizada pelo Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), vai reunir 40 projetos desenvolvidos por alunos e professores de todo o país.

Em sua terceira edição, o evento tem como objetivo estimular o empreendedorismo entre os participantes. Os estudantes criaram produtos como separador de lixo inteligente, quiosque sustentável e cadeira de rodas com comando de voz. A exposição será realizada simultaneamente à Olimpíada do Conhecimento, de 9 a 13 de março, no Riocentro.
As inovações vão concorrer em quatro categorias, cada uma com premiação para os três primeiros lugares. Avaliados por empresas e especialistas, os melhores inventores podem ganhar um MacBook, um notebook ou um iPod,, e as unidades operacionais, um projetor multimídia. Além disso, também haverá a categoria popular, que vai eleger os dois melhores projetos. De acordo com o coordenador da mostra, Alyson Amorim, a iniciativa é um espaço para os alunos criarem a partir do aprendizado em sala de aula.
– Com a grande repercussão de eventos como este, muitos projetos são incorporados por grandes empresas – disse Amorim, que também é analista do Senai. – Os projetos, este ano, estão mais voltados para a visão mercadológica.
Alunos dos cursos de eletrotécnica, informática e telecomunicações da escola Técnica Senai Areias, em Recife, criaram o quiosque sustentável. Segundo eles, a princípio, a ideia era construir um estabelecimento que girasse 15 graus, a cada meia hora, para fugir da luz do Sol no calçadão da praia. Posteriormente, resolveram aproveitar a energia solar e eólica para o funcionamento do sistema.
– Além disso, o material utilizado é bem mais barato do que vidro e cimento. O protótipo é feito com placas compostas 75% por tubos de pasta de dente e 25% por polímeros – explicou Hiago Marques, estudante do quarto período de informática do Senai e participante do projeto. O material reflete a luz do Sol e evita que o ambiente fique abafado.
Do lado de fora foram instaladas bicicletas ergométricas públicas, que também vão gerar energia. Também haverá lixeiras especiais para cada tipo de material.
– Com a rotação do quiosque foi possível a criação de um relógio natural em volta do local, um atrativo para turistas – completou Hiago. A construção e instalação do projeto necessita de uma área de 80 metros quadrados e têm custo estimado em R$ 30 mil. O processo de criação da ideia durou cerca de um ano e dois meses.

A Olimpíada do Conhecimento contará com mais de 560 estudantes de cursos técnicos de todo o país, que vão mostrar habilidades pessoais e nos conhecimentos técnicos exigidos pelo mercado de trabalho, em 41 ocupações da indústria, e cinco dos setores de comércio e serviços.
Nos quatro dias de provas, os competidores precisam interpretar e resolver situações semelhantes às que enfrentariam no ambiente de trabalho.

Sustentabilidade e tecnologia são destaque
A Mostra Inova Senai, organizada pelo Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), segue a tendência de criação de projetos sustentáveis. Mas não se limita. Jovens dos cursos técnicos e profissionalizantes também utilizam a tecnologia para a elaboração de produtos que vão trazer mais conforto à sociedade.

A invenção dos alunos da escola de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Carlos Roberto Mariano Junior e Ana Clara Lessa pretende facilitar a locomoção de paraplégicos e tetraplégicos. Eles viabilizaram uma cadeira de rodas com comando de voz.
– O sistema informatizado capta o sinal analógico da voz e converte em digital fazendo a comparação da voz pré-gravada – orienta Carlos, que tem 17 anos e é aluno do curso técnico de montador e reparador de computador.

O separador de lixo inteligente, desenvolvido por alunos da escola de Concórdia, em Santa Catarina. Foi criada uma máquina onde são depositados todos os tipos de materiais recicláveis. Eles seguem em uma esteira onde recebem um choque de ar, para separar o plástico e o papel. O material que segue passa por um campo magnético onde são atraídos os metais.
– Depois disso, o que sobra cai em um recipiente de água, para separar os objetos leves como madeira – explica o professor orientador do projeto, Claudemir Oldoni. – Os restos que afundam na água são triturados e coados, os que passam na peneira são vidro e os que ficam, alumínio.
Oldoni conta que o grupo já recebeu propostas de empresas e estão confiantes na repercussão do evento. Eles viabilizaram o projeto em dois meses e não tiveram patrocínio.