Há uma passagem na obra do escritor russo Fiódor Dostoievski (1) dizendo: “Se não existe Deus tudo é permitido”.
A ideia não é a leitura literal da frase, concentrando-se no aspecto da religião, mas sim a compreensão de que a figura divina pode ser interpretada aqui como o lugar das mediações sociais.
Trata-se daquelas mediações tradicionais permitindo ao indivíduo estabelecer contatos e contratos com o mundo, ou seja, a família, a escola, o trabalho e também a religião.
Assim, qual seria a melhor opção ao ser humano para expressar sua naturalidade de relacionar socialmente visando atender suas expectativas materiais ou espirituais: viver em sociedade ou comunidade?
Enfim, qual a diferença de se viver em comunidade ou Sociedade, bem como sua influência na formação do caráter e ética ao sujeito social em si?
Vamos por partes. Antes de prosseguir, vamos a algumas definições do que é “Sociedade” e “Comunidade”.
Na vida “comunitária” os grupos sociais são tipicamente pequenos, com divisão simples do trabalho e as relações sociais são duradouras, bem como os contatos sociais predominantes são os primários compartilhando as experiências individuais e reguladas pelos costumes havendo, então, pouca necessidade de Lei formal (faz-se pela tradição).
Enquanto, “sociedade” há uma acentuada divisão do trabalho com proliferação de papeis formando uma estrutura complexa alimentando divergência de crenças, costumes e valores frouxamente articulada reforçando a dificuldade de consenso e harmonização das diferenças.
Todavia, a “sociedade moderna” da qual sobrevivemos é regida por um selvagem sistema capitalista, donde abocanha todo nosso tempo útil para refletir sobre os efeitos nefastos à comunidade provocada pelo ortodoxismo neoliberal do “tempo é dinheiro”.
A comunidade a cada dia é “arada” pela força do “trator” da prometida sociedade justa e solidária preconizada por representantes de uma democracia perversa, pois beneficia apenas poucos em detrimento de uma maioria excluída.
Cadê aquelas reuniões de famílias, confraternização de vizinhos, cooperação em regimes de mutirões visando readequar a harmonização das comunidades em cima de suas necessidades?
Infelizmente, parece-nos atualmente está reduzido a um punhado frio de interesses e especulações materiais na tentativa insólita de se tirar proveito do próximo, sem nada acrescentar a espiritualidade humana carcomida pela ganância incessante de se “ter” e não mais “ser” realimentando uma sociedade injusta e desigual.
Portanto, como poderemos falar de “cidadania plena”, se nem sequer aprendemos a convivermos como irmãos em sociedade, mesmo sendo herdeiros de “valores comunitários” sepultados em nosso coração vazio e sedento por paz e justiça social por não aprendemos a, simplesmente, amar o próximo como a ti mesmo.
Por Tânia Maria Cabral
A ideia não é a leitura literal da frase, concentrando-se no aspecto da religião, mas sim a compreensão de que a figura divina pode ser interpretada aqui como o lugar das mediações sociais.
Trata-se daquelas mediações tradicionais permitindo ao indivíduo estabelecer contatos e contratos com o mundo, ou seja, a família, a escola, o trabalho e também a religião.
Assim, qual seria a melhor opção ao ser humano para expressar sua naturalidade de relacionar socialmente visando atender suas expectativas materiais ou espirituais: viver em sociedade ou comunidade?
Enfim, qual a diferença de se viver em comunidade ou Sociedade, bem como sua influência na formação do caráter e ética ao sujeito social em si?
Vamos por partes. Antes de prosseguir, vamos a algumas definições do que é “Sociedade” e “Comunidade”.
Na vida “comunitária” os grupos sociais são tipicamente pequenos, com divisão simples do trabalho e as relações sociais são duradouras, bem como os contatos sociais predominantes são os primários compartilhando as experiências individuais e reguladas pelos costumes havendo, então, pouca necessidade de Lei formal (faz-se pela tradição).
Enquanto, “sociedade” há uma acentuada divisão do trabalho com proliferação de papeis formando uma estrutura complexa alimentando divergência de crenças, costumes e valores frouxamente articulada reforçando a dificuldade de consenso e harmonização das diferenças.
Todavia, a “sociedade moderna” da qual sobrevivemos é regida por um selvagem sistema capitalista, donde abocanha todo nosso tempo útil para refletir sobre os efeitos nefastos à comunidade provocada pelo ortodoxismo neoliberal do “tempo é dinheiro”.
A comunidade a cada dia é “arada” pela força do “trator” da prometida sociedade justa e solidária preconizada por representantes de uma democracia perversa, pois beneficia apenas poucos em detrimento de uma maioria excluída.
Cadê aquelas reuniões de famílias, confraternização de vizinhos, cooperação em regimes de mutirões visando readequar a harmonização das comunidades em cima de suas necessidades?
Infelizmente, parece-nos atualmente está reduzido a um punhado frio de interesses e especulações materiais na tentativa insólita de se tirar proveito do próximo, sem nada acrescentar a espiritualidade humana carcomida pela ganância incessante de se “ter” e não mais “ser” realimentando uma sociedade injusta e desigual.
Portanto, como poderemos falar de “cidadania plena”, se nem sequer aprendemos a convivermos como irmãos em sociedade, mesmo sendo herdeiros de “valores comunitários” sepultados em nosso coração vazio e sedento por paz e justiça social por não aprendemos a, simplesmente, amar o próximo como a ti mesmo.
Por Tânia Maria Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos o seu comentário...