Milicianos e traficantes se unem para dividir ‘serviços’ cobrados aos moradores em alguns bairros. Bandidos estariam delimitando territórios sem que um atrapalhe os 'negócios' do outro
Inimigos mortais até bem pouco tempo, milicianos e traficantes estariam começando a adotar a política da boa vizinhança para evitar baixas e prejuízos. Na comunidade do Gebara, em Itaboraí, justiceiros e bandidos já estariam convivendo lado a lado. Pelo “acordo de cavalheiros”, milicianos cobrariam pedágio por ligações clandestinas de TV a cabo (Gatonet) e pela distribuição de botijões de gás, enquanto os traficantes se limitariam à venda de entorpecentes, como cocaína, maconha e crack.
A aliança teria começado há três meses, quando traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), oriundos da Rocinha, na Zona Sul do Rio, se instalaram na localidade e passaram a dividir o controle do loteamento com milicianos, que segundo moradores, se dizem policiais militares. Milícia e tráfico estariam controlando o mesmo território, sem que um atrapalhe os “negócios” do outro.
Segundo moradores, os milicianos impuseram que os moradores comprem botijões de gás por preços mais elevados, somente com uma empresa fornecedora. “Antes, pagávamos R$ 33 por um botijão, e agora somos obrigados a gastar, no mínimo, R$ 43 com o mesmo produto”, reclama um morador que pediu para não ser identificado.
Além disso, os moradores se surpreenderam quando uma central de “gatonet” foi instalada na comunidade. Por R$ 30 por mês eles têm direito a pelo menos 10 canais de TV a cabo.
Toque de recolher
Mas apesar da aliança dar um aparente clima de paz à comunidade, moradores denunciam que milicianos e traficantes controlam o local com “mãos de ferro”, monitorando a vida dos moradores e vigiando para que a comunidade não seja invadida por outros grupos de justiceiros ou traficantes de comunidades rivais.
O toque de recolher teria sido imposto no local e as pessoas que trabalham até tarde dizem temer voltar para suas casas de madrugada. “Após as 22 horas ninguém arrisca circular pela comunidade”, confirma outro morador.
Polícia vai investigar
O delegado titular da 71ªDP (Itaboraí), Luiz Antonio Ferreira, disse não ter informações sobre a presença de milícias no município e que desconhece a presença de traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) na região, mas prometeu investigar as denúncias de moradores. “Vamos investigar, mas aguardo o contato de moradores da região, para registrarem queixa sobre o caso. É preciso que essas pessoas nos procurem para a gente saber mais detalhes sobre a situação”, declarou o delegado.
O comandante do 35º BPM (Itaboraí), tenente-coronel Marcos Ribeiro, recebeu com surpresa as informações sobre a presença de milícia no Gebara, mas também garantiu que checará as denúncias. “A região crítica de Itaboraí é Itambi. Lá, a probabilidade de delitos é bem maior. Mas, de qualquer maneira, vou mandar uma equipe checar essas informações. Vamos checar essa denúncia”, prometeu o comandante.
Fonte: O Fluminense
Inimigos mortais até bem pouco tempo, milicianos e traficantes estariam começando a adotar a política da boa vizinhança para evitar baixas e prejuízos. Na comunidade do Gebara, em Itaboraí, justiceiros e bandidos já estariam convivendo lado a lado. Pelo “acordo de cavalheiros”, milicianos cobrariam pedágio por ligações clandestinas de TV a cabo (Gatonet) e pela distribuição de botijões de gás, enquanto os traficantes se limitariam à venda de entorpecentes, como cocaína, maconha e crack.
A aliança teria começado há três meses, quando traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), oriundos da Rocinha, na Zona Sul do Rio, se instalaram na localidade e passaram a dividir o controle do loteamento com milicianos, que segundo moradores, se dizem policiais militares. Milícia e tráfico estariam controlando o mesmo território, sem que um atrapalhe os “negócios” do outro.
Segundo moradores, os milicianos impuseram que os moradores comprem botijões de gás por preços mais elevados, somente com uma empresa fornecedora. “Antes, pagávamos R$ 33 por um botijão, e agora somos obrigados a gastar, no mínimo, R$ 43 com o mesmo produto”, reclama um morador que pediu para não ser identificado.
Além disso, os moradores se surpreenderam quando uma central de “gatonet” foi instalada na comunidade. Por R$ 30 por mês eles têm direito a pelo menos 10 canais de TV a cabo.
Toque de recolher
Mas apesar da aliança dar um aparente clima de paz à comunidade, moradores denunciam que milicianos e traficantes controlam o local com “mãos de ferro”, monitorando a vida dos moradores e vigiando para que a comunidade não seja invadida por outros grupos de justiceiros ou traficantes de comunidades rivais.
O toque de recolher teria sido imposto no local e as pessoas que trabalham até tarde dizem temer voltar para suas casas de madrugada. “Após as 22 horas ninguém arrisca circular pela comunidade”, confirma outro morador.
Polícia vai investigar
O delegado titular da 71ªDP (Itaboraí), Luiz Antonio Ferreira, disse não ter informações sobre a presença de milícias no município e que desconhece a presença de traficantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) na região, mas prometeu investigar as denúncias de moradores. “Vamos investigar, mas aguardo o contato de moradores da região, para registrarem queixa sobre o caso. É preciso que essas pessoas nos procurem para a gente saber mais detalhes sobre a situação”, declarou o delegado.
O comandante do 35º BPM (Itaboraí), tenente-coronel Marcos Ribeiro, recebeu com surpresa as informações sobre a presença de milícia no Gebara, mas também garantiu que checará as denúncias. “A região crítica de Itaboraí é Itambi. Lá, a probabilidade de delitos é bem maior. Mas, de qualquer maneira, vou mandar uma equipe checar essas informações. Vamos checar essa denúncia”, prometeu o comandante.
Fonte: O Fluminense
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