NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Afinal, qual a diferença entre Traição Política e Negociatas Políticas?...Uma breve discussão histórica. 1ª Parte

É necessário recorrer aos dicionários (1) para se entender qual é o sentido da “Traição e do “Trair”... A Traição, sf (lat traditione) 1. Ato ou efeito de trair; 2. Quebra de fidelidade prometida e empenhada; aleivosia, intriga, perfídia. 3 (Dir) Crime do indivíduo que, num estado de guerra entre potências, atenta intencionalmente contra a segurança externa da nação. 4 Infidelidade no amor. 5. Surpresa inesperada; emboscada.

“Trair” tem uma dimensão ética e política. Infidelidade é rompimento com princípios e valores. Em uma sociedade onde inexistem valores e paradigmas não seria imoralidade falar em traição? Será por que a sociedade entrou nessa cultura do individualismo exacerbado, centrado em um modelo de família narcisista? Esses modelos de famílias perderam o seu lastro e seu vínculo à comunidade e a ‘célula mater’ ficou desligada da polis, vida social, relacional, política. Seria traição desconectar-se da comunidade?

A traição de Judas (2), pela força simbólica e circunstâncias, é paradigmática do que faz da traição o procedimento mais execrável entre todos os procedimentos execráveis, segundo valoração da cultura cristã ocidental. Judas traiu o que há de mais sagrado pelo que há de mais profano: entregou Cristo por 30 dinheiros.

A coerção exercida por sua própria consciência por ter praticado ato tão vil levou-o a autodestruição, ao suicídio. Pode-se considerar que no exposto estão as linhas delineadoras que possibilitam falar de um tipo ideal do que socialmente se configura como “traição”. Essa ocorre quando um ou mais membros de um grupo social (primário ou secundário), cujo vínculo de solidariedade que os une é algo representado como sagrado, rompe com tal sacralidade, voltando às costas ao grupo em troca de algo profano, como algum benefício material ou prazer momentâneo. Existem traições de vários tipos e por diferentes razões.

No Brasil, desde o descobrimento (3), os traidores aparecem em todos os grandes momentos da trajetória desse País imenso e variado. Lá atrás, entre 1630 e 1635, os invasores holandeses do Nordeste foram ajudados por Calabar, um mameluco nascido no interior de Pernambuco. Sua traição só não passou a símbolo maior desse comportamento degradante, no Brasil, porque pouco mais de 150 anos depois surgiria Joaquim Silvério dos Reis, o traidor que levou Tiradentes à forca.

Joaquim Silvério dos Reis é insuperável no nosso País como a síntese suprema do traidor, o mais vil de todos os que renegaram amigos e ideias, para mudar de lado. Porém, mais cedo ou mais tarde, a traição cobra o seu preço. Tanto Calabar quanto Joaquim Silvério dos Reis acabaram além da lata de lixo, atirados na própria latrina da história, pelo horror e canalhice do que fizeram.
Continua…

Fontes:
(1) OITAVO PECADO@VIRTUDE.CAPITAL.brTRAIÇÃO. Raimundo Expedito Pires - UNITINS - agosto de 2007
(2) Aluizio Alves Filho. A “DIALÉTICA DA TRAIÇÃO”, NO IMAGINÁRIO SOCIAL E POLÍTICO BRASILEIRO.
(3) Diário da Manhã. O povo não esquece uma traição. 08/08/2009

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