NÓS FAZEMOS A DIFERENÇA NO MUNDO...

Nós fazemos a diferença no mundo
"Eu sou a minha cidade, e só eu posso mudá-la. Mesmo com o coração sem esperança, mesmo sem saber exatamente como dar o primeiro passo, mesmo achando que um esforço individual não serve para nada, preciso colocar mãos à obra. O caminho irá se mostrar por si mesmo, se eu vencer meus medos e aceitar um fato muito simples: cada um de nós faz uma grande diferença no mundo." (Paulo Coelho)

Na qualidade de Cidadão, afirmamos que deveríamos combater o analfabetismo político, com a mesma veemência que deveria ser combatido o analfabetismo oficioso no Brasil. Pois a politicagem ganha força por colocarmos poder de importantes decisões nas mãos de quem não se importa com o que irá decidir.
Concordo com Bertolt Brecht, quando afirma que: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos”. Ele não sabe o custo de vida, nem que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato, saneamento, mobilidade urbana, e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. “Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

sábado, 28 de janeiro de 2012

Acreditem se quiser: Comperj cala a Tutela Coletiva

Realizado em Itaboraí e em Maricá a audiência pública do emissário de esgoto do Comperj sem a presença do MP Estadual ou Federal... O Inea através do seu representante disse que a legislação federal é ultrapassada tendo o RJ legislação própria ambiental... Pasmem os estudiosos contratados pelo Comperj para o impacto ambiental ignoraram a Lagoa de Maricá, os peixes do mar de Maricá com pargo e corvina entre outros, ressaca do mar, vida útil da tubulação e etc... Também foi retirado o direto dos participantes não cadastradas de fazerem perguntas... Aos representantes da mesa que apresentou nas coxas um ridículo projeto foram dispensadas inúmeras horas na tentativa de cansar os presentes... O Comperj apenas vai despejar em Itaipuaçu mil litros por segundo de resíduos industriais proveniente de água de esgoto reaproveitada pelo Comperj (onde eles vão arrumar tanto esgoto assim?)... Um verdadeiro Estupro ambiental e populacional feito pela multinacional Petrobras.
A escolha por Maricá se deve exclusivamente a população ser numericamente inferior a São Gonçalo, o que torna o custo mais barato.
Recentemente vimos que São Luiz no Maranhão tem problemas com a tubulação de água cuja vida útil estabelecida na implantação já venceu faz tempo... O duto do Comperj não fez estudo de durabilidade (vida útil).
A mudança do padrão energético do Comperj ainda não teve explicação de danos ambientais... A licença era para uma refinaria agora são duas; logico que tem que mudar contra partidas, RIMA e EIA

RECADO PÚBLICO: DUTO DO COMPERJ, NÃO!
Por unanimidade, o recado foi dado na Audiência Pública do “Projeto do Emissário Terrestre e Submarino do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro”: - Fora, duto do COMPERJ!
A sociedade civil, em pleno exercício de cidadania, cumpriu seu papel e registrou na história do município de Maricá: - 24 de janeiro de 2012 – o dia do Não! Dia em que seus cidadãos se reuniram e viraram a mesa na Audiência Pública, aquele já conhecido e desconsiderado rito de passagem, passe-livre para os megaempreendimentos poluidores, usurpadores de referências ambientais e culturais. Em total cumplicidade, o poder público, aliado ao poder econômico, representado pelo INEA/CECA – órgão ambiental licenciador, assumiu o papel de mestre de cerimônia e apresentou seus atores, todos a serviço da liberação da absurda licença. A mesa da “festa” foi montada com pompa de corte, decorada com arranjos de flores mortas, impróprias! Os componentes, integrantes das equipes de consultores, da Petrobras e do INEA, identificados com pulseiras azuis, impróprias! Suas atitudes e discursos os identificavam, impróprios!
Em alta performance, experiente na função, o Presidente da CECA se apresentou ao público, destacando seu papel oficial, com a missão de receber as observações da plateia, “porque uma audiência pública não cancela o licenciamento, mas agrega recomendações ao processo”.  Destacou, ainda, que seriam aceitas perguntas por escrito e que o uso da palavra estaria garantido aos (14) participantes já inscritos, via internet, de acordo com normas do CONEMA (Conselho Estadual do Meio Ambiente). Assim, foi dada a largada para as questões de ordem: “Vale o escrito? Não é isso o que está escrito no papel que descreve as – Normas de procedimentos para Audiência Pública – assinado pelo INEA e distribuído na pasta da Petrobras”, alerta o militante, Fernando Tinoco, também experiente, lendo o item 4: - "o Presidente declarará aberta a primeira fase da Audiência Pública, assim como aberto o prazo para a apresentação de perguntas escritas e inscrições para o uso da palavra durante os debates..."  Diante disso, recuou o presidente da mesa e liberou o microfone, tempos depois de submeter a plateia, inclusive, ao relato dos projetos sociais da empresa, dedicados aos municípios afetados, como “uma grande oportunidade de promover o desenvolvimento da região do entorno”. Tempo perdido com tanto bla-bla-bla, pura propaganda enganosa, também imprópria! Além disso tudo, o foco fundamental está na outra questão da fala do presidente, sobre o papel da Audiência Pública: –“não cancela, mas agrega contribuições”. Segundo o item 6 das – Normas de procedimentos para Audiência Pública: “... ocasião em que apresentará explicação sobre o licenciamento ambiental, a ausência até o momento de decisão sobre a expedição da licença ambiental ao empreendimento, o caráter consultivo e os possíveis desdobramentos da Audiência Pública e o termo final do período de análise e decisão sobre a licença, o qual também levará em conta o que for apresentado na Audiência Pública e no período seguinte de oferecimento de comentários suplementares”.  Vale o escrito? Assim, como bem observou uma participante, simples dona de casa: – Registrem bem o resultado da Audiência: “O povo de Maricá disse não ao duto!” E outra completou: “Nossa casa, nossa regra!” Vale o registro? Ponto final.
 – A resistência, em Maricá, existe e está atuante como nunca, organizando seus movimentos e atuando em várias frentes em defesa dos ambientes naturais e culturais, como os pescadores tradicionais da comunidade Zacarias e os grupos em defesa das lagunas e restinga, como bem destacaram Flávia Lanari, representante da APALMA, e a Professora Desiré... da Associação Pró-restinga.
Como os donos do poder tanto gostam de destacar, também houve fartura de argumentos técnico-científicos contrários ao emissário, muito bem estudados e apontados pelos participantes, também embasados em pareceres dos meios acadêmicos. Dentre os muitos aspectos negativos do EIA, destaco o flagrante desrespeito à APA de Maricá e ao Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET, Unidade de Conservação administrada pelo próprio órgão licenciador, o INEA. A mesma mão que deve proteger licencia sua contaminação! Pasmem!

A área marinha do PESET, demarcada entre a Pedra do Elefante e o Costão de Itacoatiara, na enseada do bananal e entorno, (onde há ocorrência de vórtices), será alvo da pluma dos efluentes contaminantes: cianetos, fenóis, óleos e graxas... (toda a tabela periódica). Biodiversidade ignorada, biodiversidade perdida! Pesca artesanal de Itaipu e Maricá também em extinção!
Diante de tal ameaça, concreta, o Conselho Consultivo do PESET, integrado por representantes da sociedade civil, criou um Grupo de Trabalho dedicado a analisar o Estudo de Impacto Ambiental, ao longo do último ano. O Coordenador do GT, o ambientalista Cássio Garcez, apresentou na Audiência as principais questões (em anexo) que levaram à total desqualificação do EIA.
Essa Audiência Pública deve se tornar um marco. O marco zero para o INEA rever sua postura ética e a política pública ambiental que implementa  no Estado do Rio de Janeiro. Se é que se pode considerar a existência de algum planejamento ambiental nesse governo, que esteja acima e além das politicagens partidárias. Exemplo claro? A inexistência de um eficaz plano de contingência, falha revelada diante do último acidente ocorrido na bacia de exploração de petróleo no litoral de Campos. Imagens fortes: mancha de óleo de enormes dimensões se estendendo pelo mar aberto. E o monitoramento? E as consequências?  Quem sabe? E o pagamento das multas? Quem recebe? E as nefastas medidas compensatórias? O crime não compensa! A biodiversidade perdeu!
Laura França: Jornalista; Pós-graduada em Planejamento Ambiental-UFF; Ex-integrante do Movimento Cidadania Ecológica; Ex-Administradora do PESET (1993 a 1996); Integrante do GT-Duto do Comperj

Obras vizinhas ao Comperj danificam estrada em Itaboraí
Artigo do site O Globo, com o leitor Armando Sousa (morador)

Chegar a sítios pela Estrada de Sambaetiba, em Itaboraí (RJ), é como participar de um rali. Segundo o leitor Armando Sousa, as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que está sendo erguido pela Petrobras desde 2007, são as responsáveis pelo péssimo estado da via. Mesmo os reparos que teriam sido feitos pela empresa não ajudaram a resolver o problema.
No começo de janeiro, Sousa escreveu ao Eu-Repórter contando que manilhas instaladas para ajudar na drenagem da estrada, sem pavimentação, estariam causando o afundamento de trechos da via. Além disso, as cercas do Comperj também estariam prejudicando o escoamento da água da chuva, favorecendo a formação de atoleiros. No último dia 20, o leitor enviou outro relato, dizendo que funcionários do complexo cobriram as depressões com pedras. Entretanto, imagens feitas por Sousa no sábado (21) mostram que a estrada voltou a ceder, e as pedras rolaram para dentro das manilhas (clique aqui para ver as fotos). E o problema dos atoleiros persiste.

- Depois que vocês (repórteres) me ligaram, consertaram a manilha no ponto onde (o solo) estava cedendo. Na estrada mesmo, não fizeram nada. Só consigo ir a cavalo. Atolei mesmo sem chuva - descreveu o leitor, por telefone.
Desde meados do ano passado, Sousa recorre ao telefone 0800 789 001, criado para fornecer informações e receber reclamações sobre o Comperj, para pedir uma solução. Até o começo deste mês, Sousa não tinha recebido um retorno da Petrobras sobre os danos - “um discurso bem diferente de quando desapropriaram as terras”, escreveu ele no primeiro relato recebido pelo Eu-Repórter.

Também ao GLOBO a Petrobras não retornou, apesar dos insistentes pedidos de informação nos últimos dias. A Prefeitura de Itaboraí prometeu enviar uma equipe de fiscais ao local para verificar “se é a obra do Comperj que está provocando tal situação e para que sejam tomadas as medidas cabíveis” e esclarece que a Secretaria de Obras do município “estará fazendo um amplo trabalho de recuperação de vias no distrito de Sambaetiba.” O município não informou datas para a fiscalização, nem para a recuperação.
Previsto para entrar em operação em 2014, o Comperj ocupa um terreno cuja área é de 45 milhões de metros quadrados. Segundo o site oficial, as obras devem gerar 200 mil empregos. O projeto original previa que o complexo receberia investimentos de US$ 8,5 bilhões da Petrobras (em abril de 2011, com o anúncio do uso do gás natural como matéria-prima, a estimativa era de que os gastos cairiam em até 30%).

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