Por VALÉRIA FERNANDES
É impressionante como as autoridades ignoram completamente as tecnologias alternativas para tratamento de resíduos sólidos urbanos e continuam a apontar como solução os condenáveis aterros sanitários. Com alguma frequência, a mídia vai buscar, no exterior, exemplos bem-sucedidos de opções implantadas que descartam completamente os aterros sanitários e tratam termicamente o lixo - depois de separados os recicláveis -, gerando energia elétrica com os gases. Os cientistas se manifestam constantemente contra os aterros, argumentando que, assim como os lixões a céu aberto, os aterros escondem perigos no subsolo. Eles emitem fluidos tóxicos ou venenosos.
Mesmo assim, quando o problema do destino do lixo vem à tona, nossas autoridades se justificam, dizendo que estão prestes a solucionar a questão "enterrando a sujeira". Isto é, ocupando um espaço absurdo, onde, por exemplo, os moradores do Morro do Bumba (o lixão que despencou na última tempestade em Niterói) poderiam construir casas "seguras". O GLOBO, em abril, mostrou novamente a opção pelos lixões e, novamente, como as autoridades apostam nos aterros.
Na mesma época, o "The New York Times" mostrou os avanços das usinas de tratamento térmico dos resíduos urbanos com geração de energia na Europa. A reportagem mostrou as vantagens financeira e ambiental da tecnologia. Na semana da tragédia em Niterói, o "Bom Dia Brasil", da TV Globo, mostrou uma usina no Japão que gera eletricidade com o lixo recolhido.
O Brasil possui tecnologias alternativas aos aterros - tratamento térmico, refinaria de biomassa, usinas de compostagem... Atualmente, todas essas opções disputam a aprovação de consórcios intermunicipais no país inteiro, mas nenhuma emplaca. As autoridades ainda acham mais fácil e mais barato implantar um aterro sanitário que, na maioria das vezes, demora cinco anos para ser preparado e dura no máximo 20 anos. É um problema anunciado.
Em São Paulo, no entanto, um grande passo foi dado, no final do ano passado, pela Secretaria de Meio Ambiente do estado. Ela estabeleceu diretrizes e condições para a operação e o licenciamento da atividade de tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos em Usinas de Recuperação de Energia (URE). São usinas como as citadas nas reportagens, e como a que funciona, como modelo, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Na justificativa, o secretário Francisco Graziano Neto lembrou que "a recuperação de energia a partir do tratamento térmico de resíduos sólidos foi listada como uma tecnologia mitigadora no enfrentamento do aquecimento global, e um mecanismo de desenvolvimento limpo pelo Comitê Executivo da Convenção Quadro da ONU - Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas".
Quem sabe, agora, o Brasil começa a desistir dos aterros.
VALÉRIA FERNANDES é jornalista.
É impressionante como as autoridades ignoram completamente as tecnologias alternativas para tratamento de resíduos sólidos urbanos e continuam a apontar como solução os condenáveis aterros sanitários. Com alguma frequência, a mídia vai buscar, no exterior, exemplos bem-sucedidos de opções implantadas que descartam completamente os aterros sanitários e tratam termicamente o lixo - depois de separados os recicláveis -, gerando energia elétrica com os gases. Os cientistas se manifestam constantemente contra os aterros, argumentando que, assim como os lixões a céu aberto, os aterros escondem perigos no subsolo. Eles emitem fluidos tóxicos ou venenosos.
Mesmo assim, quando o problema do destino do lixo vem à tona, nossas autoridades se justificam, dizendo que estão prestes a solucionar a questão "enterrando a sujeira". Isto é, ocupando um espaço absurdo, onde, por exemplo, os moradores do Morro do Bumba (o lixão que despencou na última tempestade em Niterói) poderiam construir casas "seguras". O GLOBO, em abril, mostrou novamente a opção pelos lixões e, novamente, como as autoridades apostam nos aterros.
Na mesma época, o "The New York Times" mostrou os avanços das usinas de tratamento térmico dos resíduos urbanos com geração de energia na Europa. A reportagem mostrou as vantagens financeira e ambiental da tecnologia. Na semana da tragédia em Niterói, o "Bom Dia Brasil", da TV Globo, mostrou uma usina no Japão que gera eletricidade com o lixo recolhido.
O Brasil possui tecnologias alternativas aos aterros - tratamento térmico, refinaria de biomassa, usinas de compostagem... Atualmente, todas essas opções disputam a aprovação de consórcios intermunicipais no país inteiro, mas nenhuma emplaca. As autoridades ainda acham mais fácil e mais barato implantar um aterro sanitário que, na maioria das vezes, demora cinco anos para ser preparado e dura no máximo 20 anos. É um problema anunciado.
Em São Paulo, no entanto, um grande passo foi dado, no final do ano passado, pela Secretaria de Meio Ambiente do estado. Ela estabeleceu diretrizes e condições para a operação e o licenciamento da atividade de tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos em Usinas de Recuperação de Energia (URE). São usinas como as citadas nas reportagens, e como a que funciona, como modelo, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Na justificativa, o secretário Francisco Graziano Neto lembrou que "a recuperação de energia a partir do tratamento térmico de resíduos sólidos foi listada como uma tecnologia mitigadora no enfrentamento do aquecimento global, e um mecanismo de desenvolvimento limpo pelo Comitê Executivo da Convenção Quadro da ONU - Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas".
Quem sabe, agora, o Brasil começa a desistir dos aterros.
VALÉRIA FERNANDES é jornalista.
"Quem sabe, agora, o Brasil começa a desistir dos aterros." Esse texto faz part de uma materia do blog sositabarai.blogspot.com
ResponderExcluirO Brasil pode desistir, mas Itaboraí vai investir. è de um cinismo revoltante a c ara de pau com que as autoridades tratam as pessoas. É verdade que podemos gerar energia do lixo, é, também, verdade que algumas pessoas sobreviverão do lixo (infelizmente), você gostaria de ver o seu filho catando lixo para sobreviver? Pois é, como foi dito no texto acima Oos CTRs são tecnologias mitigadoras, ou seja já que temos que conviver com o problema, que seja da forma menos traumática possível. Eles substimam a inteligência das pessoas, tentando mostrar apenas o lado menos ruim da questão e omitindo todos os maleficios causados. Se é tão bom par Itaboraí acolher o lixo dos outros por que a reciproca não é verdadeira. Dentro em pouco teremos a seguinte propaganda pelas estradas do país. "Não jogue lixo nas ruas. Jogue-o em Itaboraí!" Falar dos benefícios do lixo seria como dizer para todas as pessoas que a velhice é uma coisa boa, tem mutos beneficios,senão vejamos: maior experiência, ônibus de graça, fila do idoso, direito a sentar no ônibus, nem sempre, menos chance de contrair aids (não tem mais apetite sexual, vulgo tesão), aposentadoria de um salario minimo por mês para pagar aluguel, comprar remedios,comprar roupas, pagar a escola dos netos, ir ao teatro ou ao cinema e depois ainda colocar o restante na poupança. Viu como é bom ser velho? Tem essas vantagens todas! Quer trocar a sua juventude pela velhice? Pois é como no caso do lixão eu só falei as vantagens, que eu particularmente não gostaria de tê-las, preferiria ser jovem a vida inteira. Agora se eu falasse as desvantagens que como o pessoal do lixão eu as escondi propositadamente. Vamos às desvantagens. Só vive doente, é dor por tudo que é lado. Você vira um lutador de Taek wondo! ta cum dô aqui, ta cum dô ali, ta cum dô acolá, ou então vira uma ave que voa muito alto ( claro que você não voará) Você vira um Condor! com dor, no braço, com dor na perna, com dor na coluna, com dor em todo o corpo. E agora, quer as vantagens da velhice? Não? Pois é asim é o lixão! Se lixo fosse bom você não o varria pra fora da sua casa. Uma outr coisa que esles esconderam da população de Itaboraí. 5000 toneladas diarias corresponde aproximadamente ao lixo produzido por cerca de 6000000 de habitantes o que corresponde ao lixo produzido por 37,5% da população do estado do Rio de Janeiro que é composto por 92 municípios.
Se você gostaria de morar em Gramacho (Duque de Caxias), não sai de Itaboraí, dentro em breve aqui teremos uma nova Gramacho(Duque de Caxias)!
Antonio Gomes Lacerda
P.S. Os vereadores de Itaboraí homenagearam algumas senhoras da sociedade local. No lugar de flores, eles deram para as referidas senhoras) lixo, muito lixo!
Isso mesmo que Itaboraí está ganhando com a Petrobrás? eu só vejo estradas ruins, nada de UPA, falta de policiamento e agora LIXO!
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